A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou três homens pelo feminicídio de uma jovem de 22 anos, morta em 7 de setembro deste ano em Venda Nova, em BH. Entre os indiciados estão o então namorado da vítima, de 37 anos, um amigo dele, de 53, e um terceiro homem, também de 53, por ocultação do cadáver. Os três foram presos em flagrante.
O Núcleo de Combate ao Feminicídio, vinculado ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apurou que a jovem foi agredida até a morte após receber uma ligação que teria causado desconfiança no namorado e no amigo, dono da casa onde na ocasião estava acontecendo uma confraternização. O crime aconteceu na residência localizada no Bairro Copacabana.
A delegada Iara Camargos afirma que o terceiro investigado, suspeito de ocultar o cadáver, teria orientado a jovem a ir embora. “Mas ela, confiando no namorado, disse que ficaria. Chegou a desbloquear o aparelho para ele ver com quem ela estava conversando, e continuaram essa confraternização pela madrugada”, conta a delegada.
Ainda de acordo com Iara Camargos, na ocasião, às 9h20, a vítima enviou uma mensagem para a irmã informando estar bem e com o companheiro. As investigações apontam que logo após essa mensagem, entre 9h30 e 11h30, aconteceu o homicídio.
Morte
“O amigo do namorado não aceitou, insistiu na teoria de que ela estava o traindo. O casal discutiu, e ele a agrediu fisicamente”, conta Camargos.
A delegada diz que o outro homem não aceitou os argumentos da jovem e a levou para o banheiro para torturá-la. “Ele passou a tentar serrar várias partes do corpo da vítima com uma faca cega, não conseguindo efetivamente tirar a vida dela. Até que ela foi muito agredida na parte da cabeça; foi serrada a região do pescoço, com um serrote cego, até que ela desfaleceu”, afirma.
O namorado estava presente no momento e deixou a residência depois que a jovem morreu. O terceiro suspeito, que já não estava na casa no momento do homicídio, teria retornado e colaborado na ocultação do cadáver.
Encontro de cadáver
Iara Camargos diz que, no fim da tarde do dia do homicídio, o namorado da vítima foi até a casa de familiares dela fingindo procurá-la e alegando que não a via desde sexta-feira. “Quando ele passa a ser confrontado pela família, começa a ficar muito nervoso; e, a partir do momento que a polícia o procura, ele passa a prestar algumas informações sobre o caso”, conta.
O cadáver foi encontrado no dia 8 de setembro após vizinhos acionarem a Polícia Militar pelo forte odor. O corpo estava encoberto por uma lona e em estado de decomposição. Os militares localizaram os três suspeitos, que foram autuados em flagrante pela PCMG.
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“Todas as diligências foram tomadas e conseguimos juntar provas suficientes, demonstrando a participação efetiva desses três indivíduos”, conclui Camargos.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata