Decorador de casamento sumiu após receber R$ 35 mil -  (crédito:  rockstage produções/divulgação)

Decorador de casamento sumiu após receber R$ 35 mil

crédito: rockstage produções/divulgação

Uma empresária de 35 anos, de Belo Horizonte, foi vítima de estelionato, e o caso repercutiu nas redes sociais. A mulher contratou Guilherme Augusto dos Santos Oliveira, proprietário da empresa "Guilherme Augusto Decorações", pelo valor aproximado de R$ 35 mil, com a promessa de que ele seria responsável pela decoração de seu casamento, que acontecerá em dezembro, em Ouro Preto, na Região Central de Minas. No entanto, às vésperas da cerimônia, ela descobriu que nenhum fornecedor havia sido pago e o profissional desapareceu sem apresentar o projeto da festa.

 

A vítima, que preferiu não se identificar, relatou ao Estado de Minas que contratou o decorador em novembro de 2023, após conhecê-lo em uma festa de casamento de uma amiga. "Com o tempo, ele começou a me pedir dinheiro. Dizia: 'Estou na loja das festas, me faz o Pix, que eu preciso pagar para eles. Consegui um desconto melhor, então você tem que pagar hoje. Estou aqui na loja tal que nós fechamos, consegui a metade do preço para você, já paguei eles aqui, então faz o Pix na minha conta.' Assim foi, ele cobrava o valor e eu passava", conta.

 

Com o tempo, ela percebeu vários boatos relacionados à índole do profissional. "Eu sempre o questionava sobre o que estava acontecendo, e ele inventava uma desculpa, dizia que era coisa antiga, que não acontecia mais, e que as pessoas queriam prejudicar a carreira dele", afirma.

 

 

Em setembro deste ano, a vítima solicitou um projeto da festa. "Não tem como eu não ter nada e não saber como será o casamento. Estava investindo um valor alto. Pedi a ele, que me respondeu dizendo que o projeto 3D não estava incluído no valor. Ele me cobrou R$ 3 mil pelo projeto, falei que iria pagar, mas ele disse que não havia necessidade e que iria me entregar o casamento conforme as referências combinadas", comenta a vítima.

 

A mulher então combinou o pagamento do projeto, com previsão de entrega entre 20 a 30 dias. Em outubro, ela o cobrou e descobriu que o projeto não estava pronto. "Ele disse que entregaria no dia 14 de novembro, dia da reunião para os ajustes finais do casamento. Eu falei que não existia essa possibilidade. Foi aí que ele começou a me ignorar", relembra. Ainda em outubro, a empresária conta que uma amiga também o havia contratado para realizar a decoração do aniversário, mas dias antes, ele teria sumido.

 

 

Faltando um mês para o casamento e depois de pagar o valor de R$ 34.321,59, a vítima resolveu procurar pelos fornecedores da cerimônia e descobriu que nada havia sido pago em seu nome para a data do casamento. "Estou correndo atrás disso pela senhora do bolo, que trabalha meses para ter um lucro, pelo prestador de serviço que trabalhou e não recebeu o valor, pela moça dos docinhos que fez os doces e ele não pagou, pelas noivas a quem ele ligava pedindo Pix porque conseguiu um desconto 'especial'", lamenta ela.

 

 

"Entrei em contato em uma tentativa de resolver a situação e cancelar o casamento. Ele reafirmou que entregaria o evento, mas disse que não queria e não confiava mais. Garantiu que iria me pagar o prejuízo, mas parou de me responder novamente", diz a empresária.

 

Repercussão


Na última sexta-feira (15/11), a vítima publicou um vídeo nas redes sociais solicitando que outras pessoas que conhecessem ou já tivessem passado pela mesma situação com o mesmo decorador entrassem em contato com ela.

 

 

Nos comentários, diversas pessoas e até empresas fornecedoras, como floristas, relataram já ter sido vítimas do mesmo homem. Comentários como "Ele pede para que esteja tudo pago até o dia do casamento, mas não entregou nenhum serviço", "Não paga os fornecedores!", "Recebe do cliente, contrata, faz o serviço pela metade e some", foram registrados.

 

"Nunca recebi tanta mensagem na minha vida. Inúmeras pessoas, casos atrás do outro, festas que ele não entregou, pessoas que ele ficou devendo e clientes que ficaram no prejuízo", alega. A empresária afirmou que registrou boletim de ocorrência e acionou seus advogados para entrar com o processo.

 

Estelionato


Procurada pelo Estado de Minas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a vítima registrou ocorrência na terça-feira (12/11), na capital.

 

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"A PCMG esclarece que o crime de estelionato é de ação penal pública condicionada à representação das vítimas para a instauração de inquérito policial e orienta que todo cidadão lesado procure a delegacia de polícia civil mais próxima de sua residência para a proposição da representação criminal", diz a nota.

 

Procurado pela reportagem, Guilherme Augusto dos Santos Oliveira não foi encontrado.