Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a uma influenciadora digital, de 26 anos, investigada por um suposto esquema de pirâmide financeira em Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (22/11). O prejuízo estimado é superior a R$ 3 milhões.
As investigações começaram após uma vítima procurar a Polícia Civil de Minas Gerais para denunciar ter sido alvo de um golpe. Ao longo do inquérito, outras pessoas, que também teriam sido afetadas, foram ouvidas pela corporação e relataram o padrão do esquema.
Diante das informações, os policiais levantaram dados sobre a atuação da suspeita e da empresa dela. Nesta sexta-feira, foram apreendidos celulares, passaporte, máquinas de cartão de crédito, contratos e uma quantia em dólares. Segundo a PCMG, o material arrecadado será analisado "a fim de subsidiar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos."
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Para passar credibilidade, a mulher mostrava uma vida de luxo, casos de clientes satisfeitos e depoimentos em suas redes sociais. Assim, ela conseguiu atrair muitos investidores, que colocaram grandes quantias de dinheiro. As investigações, coordenadas pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes, continuam.
Pirâmide financeira
Entre as ações supostamente praticadas pela mulher, foi identificada a prática "reiterada" de captação de recursos sob falsas promessas de retorno financeiro. Conforme apurado pela polícia, a investigada usava sua influência no meio digital para atrair vítimas interessadas em investir em uma plataforma de apostas online.
Por meio de perfis em redes sociais, a suspeita prometia mentorias capazes de garantir altos ganhos, com a possibilidade de dobrar os valores investidos em até 20 dias. No entanto, o esquema funcionava no modelo de pirâmide financeira, no qual os recursos arrecadados de novos investidores eram utilizados para pagar os primeiros participantes.
Ao longo do tempo, a mulher deixou de cumprir os pagamentos, gerando um prejuízo às vítimas estimado em mais de R$ 3 milhões. A investigada teria atuado com esse esquema entre os anos de 2022 e 2024, em Belo Horizonte e na plataforma online.
Por meio da análise de contratos firmados, ficou evidente as cláusulas que responsabilizavam exclusivamente a investigada pelos prejuízos. Além disso, a Polícia Civil identificou a ausência de registros formais como investidora na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou no Banco Central, o que configurava irregularidade na atividade.
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Em levantamento de informações bancárias e financeiras, foram verificadas movimentações que ultrapassaram R$ 1 milhão. Além disso, os policiais encontraram indícios de falsificação de documentos e uso de mensagens adulteradas para enganar credores e investidores.