A Polícia Civil (PCMG) anunciou, na manhã desta segunda-feira (11/11), a prisão de quatro envolvidos no chamado “tribunal do crime”, instalado nos bairros Nacional, em Contagem, e Jardim Alvorada, em Ribeirão das Neves, ambas cidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foram apreendidas armas e diversos materiais ilícitos.


Essas prisões foram realizadas em consequência do desdobramento das investigações de um caso de tortura no Bairro Jardim Alvorada, em Ribeirão das Neves. As investigações foram realizadas conjuntamente entre Polícia Civil e a Polícia Militar (PMMG).




 

A operação foi batizada “Alvorada”, em alusão ao bairro. Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início em agosto deste ano, quando a corporação passou a apurar as disputas entre dois grupos criminosos que se enfrentam pela hegemonia no tráfico de drogas na divisa entre os municípios.


“O conflito, que já vinha afetando a segurança na região do bairro Jardim Alvorada, ganhou contornos mais violentos com a intensificação dos ataques e trocas de tiros durante o dia, trazendo pânico para a população local”, afirma o delegado Alex Dalton de Souza.


 

Segundo ele, integrantes do grupo atuante em Ribeirão das Neves teria abordado um morador do Jardim Alvorada, praticando tortura contra este em represália a supostos roubos que a vítima tinha cometido na região.


A tortura foi gravada e as imagens recuperadas pela Polícia Civil. Estas mostram a vítima sendo brutalmente espancada com pauladas, socos e chutes. “A motivação, conforme revelou um dos investigados presos na operação, seria um castigo corretivo, dada a suspeita de que a vítima estaria prejudicando a organização criminosa com suas ações”, destaca o delegado.


Os levantamentos policiais apontam que os suspeitos do Bairro Nacional, em Contagem, monitoravam seus adversários usando drones, uma tática de vigilância que visava facilitar ataques futuros contra os rivais.


 

“Esse comportamento de monitoramento aéreo demonstra a crescente sofisticação das ações dos grupos, que buscam garantir o controle do tráfico na região, intensificando a violência e o medo nas comunidades envolvidas”, diz o delegado Alex Dalton.


Apreensões


Foram apreendidos pela Polícia Civil, armas, drogas e equipamentos usados para a logística do crime. “Esses materiais não só ajudam a elucidar as disputas entre as facções, mas também abrem caminho para o aprofundamento de investigações sobre homicídios e outras ocorrências violentas associadas a esses grupos criminosos”, pontua o delegado.


 

As armas são uma pistola de calibre 9mm, uma espingarda de calibre 12, duas pistolas de calibre .40 e um revólver de calibre 38. Além disso, foram encontrados 54 pedras de crack, uma porção de cocaína, 112 pinos e 105 papelotes de cocaína, 262 buchas de maconha, 90 porções e seis barras de maconha, além de um vasto material para embalagem de drogas.


No curso da operação ainda foram recolhidos mais de R$ 4 mil em dinheiro, 65 munições de diferentes calibres, uma arma de choque, um municiador de calibres 9mm e .40, três carregadores, cinco coldres, quatro miras a laser, um drone, um radiocomunicador, um aparelho DVR, um notebook, sete celulares e quatro toucas ninja. Houve também a apreensão de dois veículos. A polícia está, agora, atrás de outros integrantes da quadrilha.

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

 

compartilhe