As viagens de Sete Lagoas e da Serra do Cipó para Belo Horizonte ficarão até um terço mais rápidas, de acordo com o governo estadual. A previsão faz parte do pacote de obras incluído na concessão dos trechos das rodovias MG-010, MG-424 e LMG-800, anunciado nesta segunda-feira (11/11).

 

A chamada Linha Verde, entre BH e o Aeroporto de Confins, também será licitada. O edital das rodovias inclui a construção de contornos viários nas cidades de Lagoa Santa e Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e em Prudente de Morais, na Região Central de Minas. Outras novidades da concessão são a instalação de pedágios com cobrança automática (free flow) e a construção de 34 quilômetros de duplicações, faixas adicionais e terceiras faixas.

 

O planejamento é de que o leilão de concessão seja realizado no segundo trimestre de 2025. Ao longo dos 30 anos de vigência do contrato, a concessionária deverá investir R$ 3 bilhões, além de injetar R$ 1,3 bilhão em serviços ao usuário, como médicos de emergência e guincho. O leilão será em lote único, denominado Lote Rodoviário Vetor Norte, e abrange 123,4 quilômetros de rodovias em 13 municípios da região metropolitana.

 

Em entrevista ao Estado de Minas, o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Bruno Barros de Souza, detalhou as expectativas do governo de Minas em relação à concessão do trecho rodoviário e os próximos passos antes da publicação do edital.

 

O secretário estima que, na quarta-feira (13), será publicada uma consulta pública, com duração de 30 dias, que incluirá o traçado dos contornos viários propostos. Ainda nesta segunda-feira, teve início uma rodada de reuniões com prefeitos e deputados dos municípios impactados, que, nas palavras do secretário, foram muito produtivas. "A visão do governo do estado para a infraestrutura é a complementariedade entre o investimento público, feito pelo DER-MG, e o investimento privado via concessão", explicou.

 



Segundo o secretário, os investimentos capitaneados pelo estado têm grande importância, mas o investimento público, por si só, não é suficiente para solucionar os desafios do estado em relação à infraestrutura rodoviária. "Hoje, nós temos seis contratos de concessão vigentes. Esperamos fazer mais quatro leilões, além do Vetor Norte, e finalizar o ano que vem com 11 contratos de concessão rodoviária", estima.

 

Com base nas intervenções previstas, de contornos viários a novas faixas adicionais, estima-se que o deslocamento entre BH e Santana do Riacho, na Serra do Cipó, seja reduzido, em média, em 21 minutos. Já o trajeto entre a capital mineira e Sete Lagoas deverá ter redução maior, de 27 minutos, em média. "Esse ganho de um terço todo dia, para quem faz esse movimento diariamente, representa, ao longo do tempo, quase umas férias que a pessoa perde no trânsito. E vai poder estar ali com a família, vai poder ter um tempo de qualidade para ser mais produtivo no trabalho", detalha o secretário.

 

 

Segurança e cobrança


Além da redução no tempo de deslocamento, o governo estadual pretende alcançar, a partir das obras previstas na concessão, a redução de 2,5 mil acidentes nos próximos 10 anos. As iniciativas para atingir esse objetivo incluem a construção de 105,8 quilômetros de acostamentos e a readequação de 9,8 km de vias marginais. De acordo com o secretário de infraestrutura, um estudo realizado pela pasta indica que as rodovias concessionadas do estado tiveram redução de 39% no número de acidentes, com e sem mortes. "De fato, é uma comprovação deste modelo para a redução de acidentes, que é o que a gente busca no final do dia", defende.

 

Para custear as obras, a concessionária que garantir o contrato poderá implantar sistema de pedágios nos trechos concedidos — que, atualmente, são livres de cobrança. A tecnologia utilizada será a chamada "free flow", que consiste em postes (pórticos) que identificam as placas dos veículos e calculam os valores cobrados do condutor conforme a distância percorrida.

 

O sistema foi implantado na MG-459, concedida à iniciativa privada, entre as cidades de Monte Sião e Ouro Fino, no Sul de Minas. A experiência foi avaliada positivamente pelo governo estadual. "Isso traz mais fluidez e permite uma maior justiça tarifária, porque o usuário vai pagar proporcionalmente ao trecho que percorrer nessas rodovias", explica o secretário Pedro Bruno. Nos trechos concedidos no Vetor Norte, serão instalados 13 pórticos de cobrança.

 
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