Todos os açougues de Bom Despacho, no Centro-Oeste de Minas Gerais, funcionavam sem alvará sanitário. A constatação foi possível por meio de uma investigação da 1ª Promotoria de Justiça da cidade, a partir da denúncia contra um estabelecimento recebida no fim de 2023. No local denunciado, o serviço de inspeção constatou maus-tratos devido ao abate irregular de suínos e verificou que a carne era armazenada de maneira imprópria, informou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nesta terça-feira (12/11). 

A partir daí, a promotoria iniciou a apuração tendo como alvo todos os 43 estabelecimentos do município. Em contato com a Vigilância Sanitária (Visa), a promotoria descobriu que nenhum deles tinha o alvará sanitário. Uma recomendação foi expedida para que todos cumprissem as normas, com prazo para que isso fosse feito em sessenta dias.

Na última semana, entre 4 e 8 de novembro, o Procon Estadual fiscalizou os estabelecimentos para checar a documentação regularizada e outros possíveis problemas. Mais de meia tonelada de carne foi apreendida durante a visita dos agentes. 

 



Dos locais fiscalizados, 42 apresentaram o alvará sanitário, mas um um não tinha o documento e foi interditado. Outros dois estabelecimentos foram fechados pelos fiscais por não terem condições higiênico-sanitárias adequadas. Do total (43), 23 foram autuados por outros problemas.


 

Alvo da denúncia 

As condições do frigorífico que originou toda a investigação impressionaram os fiscais. De acordo com a promotoria, durante a vistoria os agentes flagraram funcionários, dentro de um caminhão sem refrigeração, reembalando produtos de um outro açougue, colocando-os em pacotes como se fossem da empresa. Os fiscais, inclusive, puderam constatar um mau cheiro no local. Também foi constatada carne contaminada e produtos vencidos sendo utilizados.

“O intuito do nosso trabalho jamais é prejudicar o trabalhador, o empresário, aquele que dá emprego, que faz a economia girar, que provém o sustento da família dele, mas garantir que a carne que chega aos consumidores esteja dentro dos padrões sanitários exigidos. É a partir daí que evitamos uma intoxicação alimentar e outros problemas graves”, detalha a promotora de Justiça Luana Cimetta Cançado.

 

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