Os acusados de sequestrar, torturar e abandonar Larissa Stefany da Silva Rodrigues, de 17 anos, no Lago Várzea das Flores, no Bairro Solar da Madeira, em Contagem, na Grande BH, em novembro de 2022, foram condenados. O júri aconteceu na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Contagem e durou 18 horas. Ramon Gibson Cota, Bruno Borges de Souza Pereira e Gabriela Rodrigues foram sentenciados por homicídio qualificado, motivo fútil e emboscada que dificultou defesa da vítima e ocultação de cadáver.


Bruno Borges foi condenado a 19 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Além disso, terá que pagar dez dias-multa. Durante o processo, ele nunca chegou a confessar participação no crime. Mesmo assim, aparece em imagens gravadas por testemunhas colocando Larissa, à força, dentro de um carro. 




 

Já Ramon Gibson foi sentenciado a 19 anos e 15 dias de prisão, também em regime fechado. Ele também terá que pagar 12 dias-multa. Para Gabriela Rodrigues, foi determinada pena de 13 anos e cinco meses de detenção, além de dez dias-multa. No caso da mulher, o conselho de sentença foi de encontro à tese do Ministério Público que apontou que sua participação na morte da adolescente foi de “menor importância”. 

 

Os homens estão detidos em uma unidade prisional no Rio de Janeiro. Já a mulher continua no Presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de BH, desde dezembro de 2023.


O que dizem as defesas


Em nota, a defesa de Bruno afirmou que não concorda com a decisão dos jurados, uma vez que o homem teve “participação dolosamente distinta”. Além disso, o posicionamento defende que Ramon confessou o crime, o que confirma a tese dos defensores. “Bruno deveria ter sido condenado somente pelo crime de sequestro, não pelo crime de homicídio e ocultação de cadáver. Já foi interposto pela defesa o recurso de apelação”, concluiu a nota. 


 

Ramon está sendo representado pela Defensoria Pública de Minas Gerais, que não comenta decisões judiciais. Já a defesa de Gabriela lamentou a decisão do Tribunal do Júri, mas afirmou que a redução da pena representa um “reconhecimento implícito da ausência de provas robustas e irrefutáveis” contra a ré. Em nota, o advogado da mulher pontuou que ainda considera a pena “excessiva”. 


“Reiteramos nosso compromisso em continuar lutando pela revisão da condenação de Gabriela, seja por meio de recursos ou novas iniciativas processuais, objetivando sua absolvição ou, ao menos, uma readequação ainda mais condizente da pena imposta. Confiamos que, em instâncias superiores, a inocência de Gabriela será plenamente reconhecida”, aponta o documento. 


 

Relembre o crime


Na manhã de 6 de novembro de 2022, um corpo foi encontrado por testemunhas no Lago Várzea das Flores, em Contagem, na Região Metropolitana de BH. Após acionamento pelo 190, a vítima foi identificada como Larissa Stephanie da Silva, de 17 anos.


Na noite anterior, ela foi vista pela última vez em um baile funk. No local, os três acusados, que têm envolvimento com tráfico de drogas e tinham desavenças com a adolescente, a abordaram e a sequestraram. 


De acordo com relato da Polícia Militar, na época do crime, imagens gravadas por populares mostram o momento em que a vítima foi colocada à força dentro de um carro pelos réus. Exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) apontaram que houve indícios de que Larissa tenha sido arrastada.


 

À época, os militares informaram que havia indícios de que a jovem teria envolvimento com o tráfico de drogas. O corpo de Larissa foi velado em 7 de novembro de 2022, em Juatuba, na Grande BH.


As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais apontaram que o crime teve motivação passional, uma vez que a vítima se relacionou durante um período com Ramon Gibson Cota e posteriormente foi apresentada ao casal de amigos dele. De acordo com a delegada regional em Contagem, Elisa Moreira, durante a conclusão do inquérito, os quatro teriam tentado formar uma sociedade para abrir uma boate de striptease, o que acabou não dando certo.


“Contudo, a mulher teria nutrido durante o convívio inveja e ciúmes da vítima, que era muito bonita e bastante extrovertida. Era uma menina que chamava atenção. Por isso, entendemos que houve um encontro ocasional entre os três na boate, onde os fatos tiveram início”, relatou Moreira. 


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O trio foi preso em 2023, no Rio de Janeiro. Primeiro, Gabriela e Bruno foram identificados e detidos no Morro do Vidigal. Em seguida, Ramon foi encontrado também no estado fluminense.

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