Alegria e gratidão foram os sentimentos que marcaram o retorno do garoto Bryan Gibson Dantas da Silva, recém transplantado de medula óssea, de São Paulo para Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (20/11). Aos 8 anos, o menino, que sonha em ser policial, foi surpreendido por agentes da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) com uma recepção calorosa no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) e uma “escolta” até sua casa.

 


 

Diagnosticado com leucemia desde os 2 anos, Bryan realizava tratamento no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte quando teve uma remissão agressiva no câncer em dezembro de 2023 e os médicos optaram pelo tratamento cirúrgico como a melhor alternativa para a saúde da criança. O pai dele, Jhonatan Dantas da Silva, contou ao Estado de Minas que, como não houve sucesso após a procura de doadores, a família decidiu fazer o teste para a doação de medula óssea.

 



“Fizeram o teste eu, os dois irmãos e a mãe dele. Apenas um dos irmãos não deu 50% (de compatibilidade). Aí a gente foi para São Paulo e eu doei a medula para ele. Graças a Deus o transplante foi um sucesso, e agora, após seis meses internado, ele retorna para casa”, contou o pai de Bryan, explicando ainda que o garoto fará cinco anos de acompanhamento mensal em São Paulo.

 

 

“O sentimento é de gratidão e felicidade. Os médicos falaram que o pai e a mãe poderiam não ser compatíveis com ele, mas graças a Deus deu certo. Para a gente, é como se tivéssemos dado uma vida nova para ele”, emendou Jhonatan Dantas, que trabalha como pedreiro.

 

O pai também agradeceu ao carinho que a Polícia Civil teve com o filho. Além da recepção, Bryan recebeu presentes como roupas e brinquedos, incluindo um distintivo da corporação e carrinhos de controle remoto. “Ele sempre falou que quer ser policial quando crescer. É gratificante demais receber esse apoio”, ressalta.

Edésio Ferreira/EM/D.A Press - Sonhando em ser policial, Bryan foi recepcionado por agentes da Polícia Civil
Edésio Ferreira/EM/D.A Press - Bryan e agentes da PCMG em Betim
Edésio Ferreira/EM/D.A Press - Bryan recebeu dezenas de presentes ao voltar para sua casa em Betim
Edésio Ferreira/EM/D.A Press - Polícia "escoltou" o pequeno Bryan do aeroporto até sua casa em Betim

A ponte com a PCMG foi feita pela técnica em enfermagem Cláudia Bermudes, acompanhante do Bryan durante os tratamentos. Cláudia conta que fez o contato com os agentes perto do aniversário da criança, em setembro, pedindo para que gravassem um vídeo de parabéns. “Ele estava em tratamento e não conseguiu atender no momento, aí os policiais se ofereceram para fazer a recepção no aeroporto e o retorno na viatura. O Bryan está radiante”, disse.

 

 

Filha de Policial Civil no Espírito Santo, ela ainda expressou a gratidão pela ajuda dos agentes e declarou seu amor à criança. “Meu sentimento é de gratidão pela vida do Bryan e por ele estar bem. Era o que me deixaria feliz se fosse eu como paciente ou como mãe”, destacou a técnica em enfermagem.

 

Leucemia

Segundo a definição do Instituto Nacional de Câncer (Inca), leucemia é o nome dado aos cânceres que atingem as células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos (leucócitos). O tipo mais comum em crianças é a leucemia linfoide aguda, que agrava-se de maneira mais rápida.

 

No caso do Bryan, o câncer chegou ao estágio em que foi necessário amputar um dos pés, complicação também causada por uma infecção bacteriana. Jhonatan lembrou os momentos difíceis do tratamento do filho, citando o tempo em que ele passou entubado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em meados de 2021.

 

 

Ainda de acordo com o Inca, para receber o transplante, o paciente precisa ser submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. Posteriormente, o paciente recebe a medula transplantada como se fosse uma transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as novas células circulam e se desenvolvem.

 

Durante cinco anos, Bryan deve fazer um acompanhamento para verificar o desenvolvimento das células. O pai explica que todo mês a criança deve retornar para São Paulo para uma bateria de exames. “Graças a Deus o transplante foi a melhor opção, a cura é mais certeira”, comemorou o pai Jhonatan.

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