Funcionários do Tribunal Regional Federal da 6ª Região que trabalham em Belo Horizonte vão trabalhar em regime remoto por uma semana. A medida foi tomada pelo Tribunal depois que um funcionário de uma empresa terceirizada morreu durante a queda de um elevador na manhã desta segunda-feira (2/12), no Edifício Oscar Dias Corrêa, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital.
Conforme despacho, assinado nesta tarde, além do prédio em que aconteceu o acidente, o teletrabalho também se estende ao funcionalismo dos dos edifícios Euclydes Reis Aguiar e Antônio Fernando Pinheiro, ambos na Avenida Álvares Cabral, também no Bairro Santo Agostinho. Além disso, o Tribunal decretou luto oficial de três dias.
Aldemir Rodrigues de Souza, de 40 anos, fazia a manutenção do equipamento quando houve o acidente. Por meio de nota, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), informou que o elevador despencou da casa de força, situada no 17º andar, até o fosso. “O Tribunal esclarece que a manutenção técnica dos elevadores é mantida rigorosamente em dia. Além disso, manifesta solidariedade à família de Aldemir e está prestando todo o apoio necessário”.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que, assim que tomou conhecimento dos fatos nesta manhã, o rabecão foi acionado para a remoção do corpo ao Instituto Médico-Legal (IML) Dr. André Roquette. A corporação informou, ainda, que a perícia e a investigação ficarão a cargo da Polícia Federal (PF). A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a PF, que afirmou que apenas o Tribunal vai se posicionar sobre o caso.
Mais acidentes no TRF-6
Este não é o primeiro acidente que ocorre em um prédio da Justiça Federal na capital mineira. Em julho deste ano, uma mulher de 40 anos teve parte do corpo prensado em um elevador no prédio localizado na Rua Álvares Cabral, no Bairro Lourdes, também na Região Centro-Sul.
Na ocasião, a vítima, uma servidora do Tribunal, foi socorrida pelos bombeiros e encaminhada para o Hospital João XXIII com fratura exposta em uma das pernas. Um segurança do prédio, que preferiu não se identificar, informou que a mulher teria ficado presa entre o teto da cabine e o piso do andar em que o elevador parou. Ele disse que tentou socorrê-la temendo que o equipamento descesse sobre a servidora.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, após uma pane no elevador a vítima tentou sair por uma fresta. Foi quando o equipamento se movimentou. Segundo um servidor da Justiça Federal, que preferiu não se identificar, seis pessoas estavam no elevador descendo para o térreo e subsolo, onde fica o estacionamento. Em um determinado momento, entre os andares, o elevador travou e a porta se abriu.
A vítima, então, tentou sair pelo vão quando o elevador se movimentou. O pé da mulher teria ficado prensado e ela gritava de dor. As equipes de segurança do prédio acionaram os bombeiros, que conseguiram abrir o elevador de forma manual. Segundo o servidor, a mulher agiu no impulso quando tentou saltar pela fresta do elevador.
Resgates
Como não é responsável pela vistoria ou manutenção de elevadores, o Corpo de Bombeiros não dispõe de registros específicos sobre a queda desses equipamentos, mas dispõe de dados sobre ocorrências atendidas pela corporação relacionadas aos aparelhos, em geral para a retirada de pessoas presas ou prensadas.
De acordo com o levantamento da corporação, entre junho de 2020 e 2024, os militares fizeram o salvamento de 2.431 pessoas presas e 49 prensadas em elevadores no estado. Apenas neste ano, a corporação registrou 361 ocorrências de pessoas presas e oito prensadas.
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Em Belo Horizonte, de 2020 a junho de 2024, foram salvas 1.130 pessoas presas e sete prensadas em elevadores. Neste ano, foram 164 salvamentos de pessoas presas e dois de usuários prensados pelo equipamento.