Minas Gerais ampliou as coberturas da DTP (difteria, tétano e coqueluche), que passou de 76,7% em 2022 para 80,8% em 2023, e da pneumocócica, que saltou de 77% para 80,1% -  (crédito: Katja Fuhlert/Pixabay)

Minas Gerais inicia campanha de vacinação para conter avanço da coqueluche

crédito: Katja Fuhlert/Pixabay

Minas Gerais inicia nesta segunda-feira (2/12) uma campanha de vacinação contra a coqueluche, doença respiratória que pode ser fatal especialmente para recém-nascidos. A ação, que segue até 3 de março de 2025, tem como foco profissionais que lidam diretamente com grávidas, recém-nascidos e crianças de até três meses, em um esforço para conter o avanço da doença.


Em 2024, Minas Gerais teve 439 casos confirmados da doença, um salto de mais de 3.000% frente aos 14 registros do ano passado, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Outros 991 casos suspeitos estão sob investigação. Neste ano, dois bebês perderam a vida em decorrência da coqueluche, cujas mães não tomaram a vacina dTpa durante a gravidez. Em 2023, não houve registro de mortes.


Transmitida pelo contato direto com uma pessoa doente, assim como a gripe ou a COVID-19, a doença é especialmente perigosa para crianças até os seis meses. Embora os sintomas em adultos possam ser leves e facilmente confundidos com resfriados, em bebês, a doença pode provocar complicações graves, como pneumonia, convulsões e até morte. 

 


Para a campanha, foram disponibilizadas 223.796 doses da vacina dTpa, já distribuídas aos 853 municípios mineiros. A vacinação é voltada a profissionais de saúde pública e privada que atuam em ginecologia, obstetrícia, parto, UTI neonatal, pediatria e outras áreas relacionadas. Além disso, doulas, cuidadores de berçários e creches com crianças de até 4 anos também estão incluídos no público-alvo.  


“É fundamental que o governo consiga aumentar o público com acesso a essa vacina para diminuirmos a possibilidade de casos, inclusive graves, e tentar evitar todo e qualquer óbito dessa doença, que é imunoprevenível, e que, portanto, pode e deve ser evitada com o uso da vacina”, afirma o subsecretário de Vigilância em Saúde, Eduardo Prosdocimi.


Sintomas da coqueluche


Também conhecida como tosse comprida, a coqueluche é uma infecção respiratória cuja principal característica são crises de tosse seca, mas a doença pode atingir também a traqueia e os brônquios. Os sintomas iniciais da doença, causada pela bactéria Bordetella Pertussis, são semelhantes aos de um resfriado comum, como coriza, tosse leve e febre baixa.

 

No entanto, a doença evolui para crises intensas e prolongadas de tosse, que podem causar perda de fôlego e deixar os lábios e o rosto arroxeados pela falta de oxigenação. Esses ataques de tosse podem levar a complicações graves, como pneumonia, convulsões e até morte, especialmente em bebês menores de seis meses e não vacinados.

 

A coqueluche tende a se alastrar em épocas de clima ameno ou frio, como agora no outono, semelhante a outras doenças respiratórias.


Cobertura vacinal


A imunização contra coqueluche começa com a vacina pentavalente, que imuniza, além da coqueluche, contra difteria, tétano, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B, aplicada em bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguida de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e 4 anos. 

 

Minas Gerais ainda não atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde. Entre janeiro e agosto de 2024, a cobertura da pentavalente foi de 87,6%, enquanto a DTP que imuniza contra a difteria, tétano e coqueluche chegou a 87,62%.

 

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Já a vacinação de gestantes com a dTpa alcançou um índice mais alto, de 94,02%.