JF: Hospitais ameçam paralisação em caso de não pagamento de verbas do SUS -  (crédito:  Gil Velloso)

JF: Hospitais ameçam paralisação em caso de não pagamento de verbas do SUS

crédito: Gil Velloso

Hospitais de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, incluindo Santa Casa, Ana Nery, Maternidade, Oncológico, Ascomcer e São Vicente de Paulo, que realizam atendimento via SUS na cidade, enviaram ofício à prefeitura cogitando reduzir suas atividades a 30%, caso não recebam os repasses devidos pelo SUS. A medida segue o limite mínimo exigido pela Constituição, que define o funcionamento de serviços essenciais.

 

 

Embora o valor da dívida não tenha sido detalhado, as instituições alertam para a falta de recursos e o impacto no atendimento à população. "Caso não haja regularização dos repasses pela prefeitura, os hospitais ficarão impedidos de honrar com os pagamentos das folhas de seus respectivos funcionário", destaca o documento assinado pelas instituições de saúde.

 

 

Crise vem de alguns meses

 

Desde que a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), ganhou a reeleição no primeiro turno, os hospitais têm cobrado nos bastidores o repasse do dinheiro recebido pelo SUS. Segundo as instituições, o dinheiro cai na conta do Fundo Municipal de Saúde, mas não é redistribuído pela Prefeitura, como determina a lei.

 

No entanto, o que se tratava de uma discussão de bastidor, se tornou público com o envio do ofício cogitando a redução das atividades nos hospitais. A prefeitura de Juiz de Fora foi procurada pela reportagem, porém não se manifestou sobre o assunto.

 

 

Hospital Ana Nery já deve salários e raciona insumos

 

A crise é particularmente grave no Hospital Ana Nery, que teve uma ala de Pronto Atendimento inaugurada em dezembro de 2023. Nela, médicos contratados como Pessoa Jurídica (PJ) estão sem receber os salários deste outubro. Um documento interno da instituição prevê que o pagamento só será regularizado em janeiro.

 

A direção do hospital implementou um plano de contingência para cortar custos. Dentre as medidas, está a restrição ao uso de insumos básicos, como gases, seringas e agulhas, orientando os profissionais a utilizá-los com parcimônia. "A medida garante qualidade no atendimento, reduz custos e segue as melhores práticas de gestão", informou a administração em nota.

 

 

Apesar disso, o Ana Nery reforça que o pronto atendimento continua funcionando 24 horas por dia e que negociações com a Prefeitura estão em andamento para garantir os recursos necessários. "Estamos atuando junto à PJF para que o repasse seja realizado o mais breve possível, buscando minimizar os impactos para os profissionais e, consequentemente, para o sistema de saúde como um todo."

 

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Sobre o caso envolvendo o atraso de pagamento do Ana Nery, a prefeitura de Juiz de Fora informou que "não compete à prefeitura se manifestar sobre o tema, já que se trata de uma questão de gestão do hospital".