As malas do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, 36 anos, desaparecido há uma semana em Paris, foram abertas nesta terça-feira (3/12) na Embaixada do Brasil na capital francesa. Segundo um dos amigos de Flávio, Rafael Basso, responsável por acompanhar o caso na França, ele e outros amigos foram à delegacia levar duas malas de alumínio e o celular do amigo, encontrados nos últimos dias. No entanto, a polícia francesa não aceitou ficar com os pertences.
Basso afirmou ter autorização da família para abrir as malas, mas escolheu não fazê-lo sem a presença das autoridades consulares ou da polícia francesa, para evitar ser responsabilizado ou alterar possíveis provas do caso. "O interesse é que a diplomacia brasileira peça esclarecimentos à polícia francesa, o que começou a ser feito agora", disse ele.
Nesta terça, os amigos e um adido da Polícia Federal (PF) brasileira acompanharam o procedimento, mas nenhuma pista sobre o paradeiro do jovem foi encontrada junto aos objetos. Procurado pelo Estado de Minas, o Consulado-Geral do Brasil em Paris informou que os pertences foram abertos na presença do representante da PF em Paris, o delegado Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, mas não deu detalhes.
Segundo Basso, que acompanhou a análise das bagagens, apenas objetos pessoais foram encontrados nas malas. "Roupas e equipamentos fotográficos, nada que chamasse a atenção para um inquérito ou ajudasse a avançar para saber sobre o paradeiro dele", conta ele.
Ainda conforme o relato, o conteúdo do celular e do laptop de Flávio, que estava em uma das malas, não foi analisado na Embaixada brasileira em Paris e deve ser enviado às autoridades brasileiras. "Ainda não sabemos quando. Estamos vendo isso com a família e com uma empresa que possa cuidar dos pertences", comenta.
Sete dias após o sumiço do fotógrafo, a polícia francesa transferiu a denúncia do desaparecimento de Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, para um departamento especializado na investigação de desaparecimentos, conforme informação de Rafael Basso. Com isso, o caso deverá ser acompanhado de perto pelo Itamaraty.