Um ônibus da linha 4103 perdeu o freio e bateu em uma árvore e em um poste na Avenida Afonso Pena, na altura do número 2701, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, por volta das 12h30 desta quarta-feira (3/12). Uma mulher ficou ferida.
Segundo o motorista do coletivo, Gustavo Henrique Rocha da Silva, o ônibus estava descendo a via quando percebeu que estava sem freio; em seguida tentou acionar o freio de mão, que também não funcionou. Para evitar uma colisão com outros veículos, decidiu jogá-lo em uma árvore.
“Se saísse arrastando todo mundo lá para baixo seria muito pior”, relata o condutor.
Ainda de acordo com o motorista, o coletivo tinha cerca de dez passageiros, e todos estavam sentados no momento do acidente. A única a se ferir foi Daniela Cruz do Nascimento, de 44 anos, que, com o impacto, sofreu cortes na boca e quebrou um dente. Ela também se queixava de dores de cabeça.
O Samu foi acionado logo após o acidente, mas só chegou ao local mais de uma hora depois, por volta das 13h40. Edmilson da Silva, marido de Daniela, saiu do trabalho para ver a esposa. "É um absurdo um acidente em um lugar desses, e quase uma hora depois não ter chegado uma ambulância. Estou muito preocupado”, disse Edmilson.
Ela foi levada para o Hospital João XXIII. Sobre a demora, o socorrista Rodrigo Oliveira acredita que são poucas ambulâncias para uma cidade tão grande quanto Belo Horizonte.
“São só 21 unidades para Belo Horizonte inteira atender 3 milhões de habitantes. Há trotes e chamados indevidos, pessoas bêbadas, pessoal que não gosta de morador de rua na porta que chama a gente, briga de irmãos... Situações em que não se faz necessário o atendimento do SAMU. E quando tem uma ocorrência real, demora”, diz.
Oficiais da Polícia Militar (PM) estiveram no local e entraram em contato com a Cemig para avaliação do poste de iluminação que foi atingido e se encontra tombado. A empresa responsável pela linha foi comunicada em seguida.
Salvo por pouco
No local onde o ônibus colidiu com a árvore há um ponto de táxi que costuma ficar cheio durante todo o dia. Não havia carros parados no local.
“Graças a Deus não tinha táxi parado aqui. Se tivesse táxi, nem sei qual seria minha reação. Se eu pegasse o primeiro, sairia arrastando tudo, e o ônibus é pesado pra caramba”, declara Gustavo.
O taxista Silvano Olavo de Souza, de 67 anos, costuma parar seu carro no ponto. Ele conta que se assustou quando chegou para estacionar.
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“Isso foi um milagre, porque aqui está sempre cheio, e foi uma grande perícia do motorista do ônibus. Não pensou duas vezes e jogou (o ônibus) na árvore para tentar operar um milagre. Na hora, eu não estava aqui, levei um susto muito grande quando cheguei. Tive uma sorte danada”, afirma Silvano.
A reportagem entrou em contato com o Consórcio Dom Pedro II, a Transfácil e a Superintendência de Mobilidade (Sumob) e aguarda retorno.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) lamentou o acidente e esclareceu que o veículo estava com suas documentações e manutenções em dia. "Representantes da empresa estão acompanhando toda a ocorrência para colaborar com as autoridades e prestar toda assistência às pessoas envolvidas", diz trecho.
Segundo o SetraBH, as causas do acidente serão esclarecidas após perícia técnica no ônibus. Conforme o sindicato, o veículo foi substituído por um reserva.