Os advogados de Felipe Emanuel, Leandro Camargos e Thamiris Gradisse, afirmam que foi um caso muito complexo -  (crédito: Acervo pessoal)

Os advogados de Felipe Emanuel, Leandro Camargos e Thamiris Gradisse, afirmam que foi um caso muito complexo

crédito: Acervo pessoal

Depois de dois anos e meio preso, Felipe Emanuel da Silva foi absolvido da acusação de agressão contra a enteada de 2 anos. O plenário do tribunal do júri de Betim, que considerou o servente de pedreiro inocente, teve início na última quinta-feira (28/11) e terminou no dia seguinte, após 17 horas de julgamento. As agressões contra a bebê, das quais Felipe era suspeito de cometer, aconteceram em abril de 2021, em Betim, Região Metropolitana de BH.

 


O homem, de 27 anos, era acusado de tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal grave e lesões corporais praticadas em continuidade delitiva. Ele foi absolvido de todas as acusações por maioria dos votos. O processo tramita em segredo de Justiça e as investigações para identificar a pessoa responsável pelas agressões continuam.

 

Ao Estado de Minas, os advogados dele, Leandro Camargos e Thamiris Gradisse, afirmam que foi um caso muito complexo, que contou com uma extensa investigação para comprovar a inocência de Felipe. “Foi um trabalho árduo, exaustivo, mas gratificante”, avaliou Gradisse.


O caso


Em 26 de abril de 2021, a bebê de 2 anos foi espancada, socorrida por vizinhos e levada para receber atendimento médico. No dia, atestaram que ela estava em coma e com parada cardíaca.

 

 

De acordo com a advogada Thamiris Gradisse, na época, a babá da menina acusou Felipe das agressões, o que fez com que ele recebesse ameaças de linchamento. Diante disso, o servente de pedreiro teria fugido para se esconder. No dia 30 de abril daquele ano, quando conseguiu advogados, Felipe teria se apresentado à polícia e foi preso preventivamente por 4 meses.

 

Ainda de acordo com Gradisse, a prisão teve excesso de prazo e Felipe foi solto por meio de habeas corpus, ficando em liberdade por 1 ano. O servente de pedreiro teve sua soltura recorrida e foi detido novamente em 2 de setembro de 2022.

 


Na época, a delegada Ariadne Elloise Coelho, da Delegacia de Proteção à Mulher e à Criança de Betim, afirmou que a mãe da criança, que é cuidadora de idosos, também estava sendo investigada por omissão de socorro. A delegada contou que a mãe não tomou nenhuma providência, mesmo já tendo sido alertada por vizinhos e pela babá sobre os maus-tratos supostamente cometidos pelo servente de pedreiro, com quem ela se relacionava desde o final de 2020.

 

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A mãe chegou a dizer, segundo a delegada, que pensava que os machucados eram provocados pela irmã mais velha, que tinha brincadeiras "estovadas" com a menina.


*Estagiária sob supervisão da subeditora Fernanda Borges