Um falso médico que oferece supostos tratamentos para “limpeza do fígado” está na mira da Justiça. Sem formação ou registro na área da saúde, ele se apresenta nas redes sociais como especialista em Medicina Integrativa para vender um protocolo de cura, suplementos alimentares, entre outros produtos. Agora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tomou a frente e propôs uma ação civil pública que pede a retirada imediata de todos os conteúdos do falso médico da internet e de grupos de mensagens.
O órgão também solicitou a indisponibilidade de bens do réu e sua condenação ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos. O homem também foi denunciado criminalmente pelos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo, que podem levar a penas de prisão. O nome do acusado não foi divulgado.
A suposta receita de saúde consiste em um protocolo de “limpeza do fígado”, divulgado em sites, redes sociais e grupos de WhatsApp. A ideia é combinar jejum e ingestão de vinagre de maçã, sucos cítricos, azeite de oliva e outros ingredientes. Segundo o acusado, o método seria capaz de curar várias doenças. Para reforçar sua credibilidade, ele ainda comercializa produtos como o Kit Limpeza Hepática e suplementos alimentares.
O Ministério Público avalia a atividade do falso médico como perigosa e ilegal. Conforme parecer técnico da Anvisa, o protocolo não tem base científica e pode trazer sérios riscos à saúde. “Parecer técnico-médico juntado ao inquérito afirmou que o protocolo indicado pelo falso médico representa risco à saúde dos usuários, podendo, por exemplo, retardar ou interferir no tratamento de doenças graves ou levar a uma hipoglicemia severa, com risco de morte”, informou o MPMG.
Ele opera em estados como Minas Gerais, Bahia, Amazonas, São Paulo e até na Europa, acumulando milhares de seguidores em plataformas como Instagram, Facebook e YouTube. Seu carisma e a falsa promessa de cura alimentam um ciclo de marketing perigoso, com feedbacks de clientes sendo usados como provas de sucesso.
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De acordo com os promotores Rafael Pureza Nunes e Reinaldo Pinto Lara, o homem se utiliza de estratégias sofisticadas para transmitir informações falsas e atrair mais vítimas. “A propaganda reforça os pseudo-benefícios do protocolo, criando um ciclo de enganação que atrai novos clientes enquanto prejudica a saúde de muitos”, afirmam.