O ex-tenente da Polícia Militar Luiz Eustáquio Campos de Oliveira Soares foi condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato de Everson Santos Felix. O crime aconteceu em São João da Ponte, no Norte de Minas Gerais, na lanchonete de propriedade da vítima. A sentença foi proferida durante sessão do Tribunal do Júri de Montes Claros na última terça-feira (3/12).
Everson foi executado com diversos tiros na cabeça e no tórax na noite de 4 de dezembro de 2019. O ex-tenente foi preso em 15 de setembro do ano seguinte, após se apresentar em uma delegacia da Polícia Civil. Na época, a instituição policial informou que ele era o mandante do crime.
No entanto, ao divulgar a sentença nesta sexta-feira (6/12), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) não esclareceu se Luiz Eustáquio matou ou mandou matar Everson, embora tenha informado que o ex-tenente pegou o celular da vítima na cena do crime e o desbloqueou usando a digital do próprio cadáver. Em seguida, destruiu os cartões de memória que registraram toda a ação. A assessoria do TJMG informou à reportagem que a decisão antecipada pelo MPMG ainda não foi publicada.
Motivação
A Polícia Civil apurou que a motivação para o homicídio decorreu de um suposto relacionamento extraconjugal entre a esposa do ex-tenente e a vítima. Nesse sentido, testemunhas informaram à polícia que Everson falava abertamente para moradores da cidade sobre a relação com a companheira do militar. A mulher, no entanto, negou.
"O homicídio teve grande impacto social, já que a vítima era uma pessoa querida na cidade, conhecida por ser trabalhadora e não ter envolvimento com o crime", frisou, à época, o delegado Wiliam Fernandes Araújo, responsável pela investigação.
Ainda de acordo com o órgão, o ex-militar é "apontado como um dos líderes de uma organização criminosa" atuante no Norte do estado. Outros detalhes a respeito não foram divulgados.
Conforme a sentença, Luiz Eustáquio perdeu o cargo de policial militar, pois se utilizou das prerrogativas de sua função, “o que configura violação do seu dever na administração pública”. Em 26 de janeiro de 2018, ele havia assumido o comando do 3º pelotão da 13ª companhia da Polícia Militar em São João da Ponte.
O Estado de Minas não conseguiu localizar a defesa de Luiz Eustáquio Campos de Oliveira Soares. A Polícia Militar também foi procurada em busca de um posicionamento. A reportagem será atualizada caso ocorra retorno.