O fotógrafo mineiro Flávio Castro de Sousa, de 38 anos, ainda permanece desaparecido . Ele foi visto pela última vez na tarde de 26 de novembro, em Paris, para onde foi no início do mês. Desde então, amigos e familiares têm mobilizado buscas. Neste sábado (7), Helvécio Carlos, colunista do Estado de Minas, divulgou uma gravação de Flávio interpretando um texto publicado em 2020 na sua coluna, da cantora e drag queen, Dolly Piercing.
O texto "Definitivamente, não estamos sozinhos", que aborda o isolamento social durante a pandemia da COVID-19, destaca reflexões sobre a reclusão, as dificuldades enfrentadas na quarentena e as oportunidades de autoconhecimento.
“Reclusão, falta de prazeres consumistas e oportunidades, ter que me virar com pouco e a preocupação de contrair uma doença contagiosa e mortal não são novidades pra mim. Nesse quesito, já entro preparada – e calejada – na quarentena da COVID-19”, recita Flávio na gravação.
Ao fim, o texto lido, enfatiza que este período não é eterno e que chegará ao fim. “A quarentena é uma fase, o que estou passando é uma fase, o que você está passando é uma fase, o que nós passamos é uma fase. Como em toda fase, em todo ciclo, há o momento de começar, aprender e terminar.”
Confira o vídeo completo:
Ver essa foto no Instagram
Relembre o caso
O fotógrafo, natural de Campo Belo (MG), desembarcou em Paris no dia 1º de novembro para assistir a um casamento, acompanhado de Lucien Esteban, que retornou ao Brasil no dia 8, conforme previsto. Flávio, no entanto, decidiu permanecer na capital francesa.
Sua última publicação nas redes sociais foi no dia 25 de novembro, um dia antes do voo que o traria de volta ao Brasil. Naquela mesma noite, ele se despediu do amigo francês Alex Gautier, que conheceu pelo Instagram, no bairro de Châtelet.
- Polícia especializada assume caso de fotógrafo mineiro desaparecido
- MG: pilha de rejeitos desmorona em mina; veja vídeo
"Ele me disse que ia fazer a mala e dar um último passeio noturno. Eu não quis incomodá-lo e o deixei, porque fazer as malas é estressante. Entendi que ele não queria que eu fosse com ele e voltei para casa, onde moro com meus pais. Ele me mandou mensagens depois, dizendo que tinha passado uma super estadia comigo, que a viagem tinha sido inesquecível", contou Gautier à Folha de S.Paulo.
No dia seguinte, Flávio enviou uma mensagem ao amigo francês dizendo que havia caído no rio Sena e passado a madrugada no hospital Georges Pompidou, onde foi tratado de hipotermia. No dia 26, por volta das 19h30, ele relatou que estava descansando no apartamento, ia jantar e dormir. Foi a última mensagem enviada por ele.
No dia 27, Gautier foi ao apartamento onde Flávio estava hospedado e encontrou as luzes acesas, mas ninguém atendeu à porta. A imobiliária responsável pelo imóvel informou que a faxineira havia encontrado o local vazio pela manhã, com as malas de Flávio ainda fechadas e itens de higiene deixados para trás.
Investigações em curso
Após uma semana do desaparecimento, o nome de Flávio foi incluído na lista de Difusão Amarela ("Yellow Notice") da Interpol, usada para localizar pessoas desaparecidas. O caso também está sendo acompanhado pela Polícia Federal brasileira.
As autoridades francesas transferiram a investigação para um departamento especializado em desaparecimentos. Enquanto isso, familiares e amigos continuam a busca, na esperança de encontrar Flávio e esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia