Com a iniciativa, a PBH espera diminuir subnotificação e garantir maior agilidade   -  (crédito: Edésio Ferreira / E.M / DA.Press)

Com a iniciativa, a PBH espera diminuir subnotificação e garantir maior agilidade

crédito: Edésio Ferreira / E.M / DA.Press

Uma nova funcionalidade do PBH APP permite que usuários denunciem importunação sexual dentro do transporte público na capital mineira. A iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi lançada na manhã desta terça-feira (10/12) com o objetivo de dar mais agilidade na denúncia e tornar o transporte coletivo mais seguro.


Os ônibus de BH contam com o botão contra assédio desde 2018, podendo ser acionado pelo motorista quando o mesmo ou terceiros identificam uma situação de importunação dentro do veículo, mas a novidade permite colocar nas mãos da própria vítima a possibilidade de realizar a denúncia. O projeto é da Superintendência de mobilidade do município de Belo Horizonte (Sumob), em parecia da Guarda Civil Municipal, Centro Integrado de Operações da Prefeitura de BH (COP-BH) e Prodabel.


 

 

Segundo a diretora de planejamento e controle da mobilidade da Sumob, Gabriela Pereira, a expectativa é que haja um aumento no número de acionamentos, já que o acesso à denuncia será facilitado e ainda preserva a identidade da vítima.


Desde 2018, o botão de assédio foi utilizado mais de 120 vezes. Neste ano, foram contabilizados 18 acionamentos do botão nos ônibus de BH até o dia 30 de novembro, mas a subinspetora da Guarda Municipal Aline Oliveira acredita que haja uma subnotificação dos casos e, por isso, a medida é importante para encorajar ainda mais as vítimas.


"Com a chegada dessa ferramenta tão importante, que é o uso do app, a partir de hoje passa a funcionar uma cabine específica no COP com efetivo da Guarda para atendimento a essas mulheres, seja via '153' ou por app, haverá uma guarda do sexo feminino para que a mulher vítima não se sinta desestimulada a dar continuidade na denúncia", disse Aline.

 


Segundo os profissionais que atuam na frente ao combate de importunação sexual, há várias formas de importunação dentro do transporte público, como puxão de cabelo, beijo roubado, encoxada e masturbação. A própria vítima poderá acionar a ferramenta ou qualquer outro cidadão, caso haja a necessidade. A medida, que chama menos atenção, cais amenos constrangimento à vítima.


A subinspetora da Guarda Municipal reforça que as principais vítimas são mulheres, mas que homens também estão sujeitos. Dessa forma, eles também podem acionar a ferramenta, caso necessário, pois terão o mesmo acolhimento.


Como utilizar a ferramenta

Depois de acessar o PBH APP, o indivíduo que deseja realizar a denúncia deve informar o número do telefone e o do veículo, disponível dentro e fora do ônibus. Uma mensagem de alerta é gerada para a Cabine Lilás, no Cop-BH que, a partir da localização via GPS, encaminhará uma viatura da Guarda Municipal ou da Polícia Militar (PM) para a interceptação do veículo e condução dos envolvidos à Delegacia de Mulheres.


Segundo a diretora do COP-BH, Georgia Ribeiro, a nova funcionalidade vai dar mais agilidade para a denúncia. Em coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira (10/12), o novo recurso foi apresentado. "A expectativa é reduzir o número de subnotificações, pois o medo de exposição pode impedir o número das denúncias", diz.

 

Caso recente

Há duas semanas, um idoso de 75 anos foi detido pela Guarda Civil de Belo Horizonte por ejacular em uma mulher de 21 anos dentro do ônibus. A Guarda Municipal foi acionada pelo motorista que usou o botão de assédio do ônibus da linha 63 do Move, na manhã do dia 26 de novembro, enquanto trafegava na Avenida Antônio Carlos, por volta das 6h.


Nas redes sociais, internautas compartilharam o momento em que os passageiros perceberam e repudiaram a ação do homem. Nas imagens, é possível ouvir alguns usuários do transporte público xingando o homem e dizendo que ele deve ir para a cadeia.

 

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O caso foi registrado como importunação sexual e a Polícia Civil (PC) informou que o homem foi conduzido e ouvido na Delegacia Especializada de Plantão em Atendimentos à Mulher na capital, mas foi liberado diante da falta de elementos para ratificar a prisão em flagrante.

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice