Moradores do Bairro Colégio Batista, na Região Nordeste de Belo Horizonte, têm sofrido com constantes arrombamentos e roubos de imóveis. As ações vêm sendo flagradas por câmeras de segurança, mas até o momento nenhum suspeito foi detido. Quem mora na região aponta o constante medo de encontrar alguém dentro de casa e lamenta a insegurança do bairro.
Márcia Sales, de 52 anos, moradora da Rua Araxá, que tem saída para a Avenida Antônio Carlos, relata que, nos últimos dois anos, sua casa foi alvo de bandidos cinco vezes. Nesse período, diversos materiais de construção e bens de seu namorado, que estavam em uma van, foram levados.
“Infelizmente, dentro (do veículo) tinha muito material de trabalho, coisas que ele gostava de fazer em casa, como máquina de solda, furadeira elétrica. Muita coisa cara, um prejuízo enorme. Não foi uma vez só, foram cinco vezes", conta ela.
A última ocorrência foi em 23 de novembro, logo no início da manhã. Ao Estado de Minas, Márcia contou estava em casa com o namorado dela e o filho, de 30 anos, quando houve um arrombamento. No entanto, ninguém ouviu nenhum barulho.
“Meu filho tomava café na cozinha quando ele invadiu, mesmo assim, não ouviu nada. Quando meu namorado saiu, ele viu a cerca elétrica destruída. Quando olhamos as câmeras, vimos ele levantando o portão e entrando. Mesmo com os dois carros dentro da garagem, eles tiveram a audácia de levantar o portão, abrir a van e roubá-la”, descreve Márcia.
Nas imagens, é possível ver um homem, que usava boné bege, blusa de frio cinza, calça de moletom e chinelo, puxando a cerca elétrica, escalando a grade e saindo do imóvel. Ele carregava uma sacola repleta de matérias que havia furtado.
Insegurança
Márcia afirma que pelas gravações de suas câmeras de vigilância, os arrombamentos são praticados pelo mesmo homem. De acordo com ela, nas imagens é possível ver que o suspeito sonda o imóvel antes, passando diversas vezes em frente.
“Uma vez saímos de casa para ir ao Bairro Padre Eustáquio e quando voltamos já tinham invadido a casa. Tudo foi feito em um período de no máximo duas horas”.
Para a mulher, a situação da falta de segurança tem desvalorizado o bairro, além de causar um sentimento de impotência, uma vez que não há nada que ela possa fazer para evitar os assaltos. “Tenho medo de sair na parte da frente e na minha área de lazer. Mas aí eu tenho que me preocupar se na frente não vai entrar ninguém, e escolher qual área externa da casa eu vou ficar. Tenho medo de abrir a porta do meu quarto e ter uma pessoa dentro da minha casa, e essa pessoa não vai sair correndo. Ela pode me atacar, eu tenho medo de estupro. A grande maioria dos prédios da rua já teve a área comum invadida”, desabafa.
Segundo a moradora, grande parte dos imóveis da Rua Araxá já foi alvo de arrombamentos e furtos. Ela afirma que não chegou a acionar a Polícia Militar por temer algum tipo de represália. Além disso, ela afirma que mesmo quando acionados, ninguém da corporação comparece.
“Não chamamos a polícia porque acreditamos que não adianta. Eles não vão e falam que tem que ser em flagrante. Se acontecer de eu ir até uma delegacia, eu ficaria lá duas ou três horas para fazer um boletim de ocorrência. A burocracia é tanta que a maioria das pessoas não fazem por isso. E o medo de represália, eles voltarem e fazerem alguma coisa”, diz.
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Em nota, a Polícia Militar informou que "está ciente da ocorrência de furto registrada na divisa entre os bairros Floresta e Colégio Batista, e que se compromete a garantir a segurança e o bem-estar da comunidade local". "Com relação ao atendimento das chamadas referente ao furto, a PM está avaliando internamente as ocorrências mencionadas para aprimorar nossa capacidade de resposta às necessidades da comunidade. Reiteramos a importância de que os moradores continuem a reportar qualquer comportamento suspeito por meio do nosso serviço de emergência, permitindo que possamos agir de forma rápida e eficaz na proteção da região", completou a corporação.