Em 2024, até o momento, a PBH confirmou 205.059 casos de dengue em Belo Horizonte e 124 óbitos -  (crédito: EBC)

Em 2024, até o momento, a PBH confirmou 205.059 casos de dengue em Belo Horizonte e 124 óbitos

crédito: EBC

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) realizou nesta quarta-feira (11/12), no Bairro João Pinheiro, Região Noroeste da capital, mais uma ação de combate à dengue e outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. Na nova iniciativa, foram realizadas armadilhas contra as fêmeas do mosquito da dengue, transmissoras da doença.

 

O monitoramento de ovitrampas, tipo de armadilha para capturar as fêmeas do Aedes aegypti, foi acompanhado pela coordenadora de Operações de Campo da Zoonoses de BH, Claudia Capistrano. Em coletiva de imprensa, a coordenadora explica que esse tipo de ação ocorre durante todo o ano, mas é importante neste período, pois as chuvas e o calor intensificam a proliferação dos mosquitos.

 

 

"Nós temos 1.758 dessas armadilhas espalhadas pela cidade. Elas nos dão um mapeamento rotineiro dessa densidade vetorial, então é uma estratégia muito importante para o desencadeamento oportuno das nossas ações", explica Capistrano.

 

 

A ação é realizada na capital desde 2002 e, a partir do resultado, outras medidas, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e sobrevoo com drones são realizadas. A coordenadora explica que esta é uma ação necessária para que outras sejam feitas em seguida, já que o monitoramento antecipa as estratégias de controle.

 

A especialista afirma que ainda não há um aumento de casos de dengue em Belo Horizonte, mas o conjunto de ações é necessário, pois é possível que haja um crescimento típico nesta época do ano. Segundo Claudia, os trabalhos rotineiros de controle e combate às arboviroses são feitos sem interrupção entre dezembro e janeiro.

 

Embora 2024 tenha sido o ano com maior número de casos em toda a história de Belo Horizonte, cerca de 200 mil, a expectativa é que em 2025 o cenário não seja tão preocupante quanto este ano.

 

 

 

"Esse clima que a gente está vivendo de calor intensivo e temporadas de chuva favorece muito ao vetor, porque você vai ter muito local de oviposição pelas fêmeas. E o que a gente pede, principalmente, é a colaboração da população, é o olhar atento e cuidadoso no seu imóvel", conclui.

 

Na amostra, a equipe de zoonoses faz a contagem de ovos e identificação, que é comparado com o mesmo local. Dessa forma, é possível identificar se na mesma área houve aumento ou redução e pensar em medidas subsequentes. O indicador pode ficar na mesma casa durante anos, caso o residente permita.

 

 

Monitoramento na prática

Na casa dos moradores de Belo Horizonte, a equipe de zoonoses faz o trabalho da oviposição. Semanalmente, os profissionais observam a dispersão do vetor nas residências autorizadas pelos próprios donos do imóvel. Eles inserem uma infusão com água e outras substâncias para que as fêmeas do mosquito da dengue bote os ovos. Depois de uma semana, o líquido é retirado para análise. O período não pode ser maior do que sete dias, pois poderia haver a eclosão dos ovos.

 

 

Além disso, a PBH tem realizado diversas ações de combate ao mosquito da dengue. No final de novembro, foi realizado um mapeamento via drone para identificar focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, no Bairro Jardim Europa, no Venda Nova. A tecnologia adotada pelo município busca reduzir os locais com condições favoráveis para a reprodução do mosquito.

  

Os sobrevoos pelo equipamento aéreo são feitos de forma estratégica, em áreas prioritárias e selecionadas a partir de indicadores como número de casos da doença, quantidade de larvas e ovos do mosquito.

 

 

A PBH também realiza visitas em imóveis da cidade por meio dos Agentes de Combate a Endemias (ACE). O objetivo é orientar a população acerca dos riscos do acúmulo de água, além de repassar dicas sobre como eliminar os focos e, caso necessário, realizar a aplicação de biolarvicidas. Apenas em 2024, os agentes de combate a endemias já realizaram cerca de 3,7 milhões de visitas.

 

Para combater os mosquitos adultos, foram realizadas ações de aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) em mais de 169 mil imóveis, segundo a prefeitura. A estratégia é bem parecida com a dos “carros de fumacê”, mas em vez do usar veículos, a dispersão do produto é realizada por agentes com bombas costais motorizadas.

 

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Outro método complementar a essas ações é o Wolbachia, uma bactéria transmitida para humanos ou animais. Conforme a pasta da saúde, os mosquitos que carregam esse microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão da dengue. 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice