Comunidade de Castilho de Cima, em Conceição do Pará, em Minas, está em estado de alerta desde o sábado (7/12), quando houve colapso parcial de uma pilha de rejeitos da mina Turmalina -  (crédito: Redes Sociais )

Comunidade de Castilho de Cima, em Conceição do Pará, em Minas, está em estado de alerta desde o sábado (7/12), quando houve colapso parcial de uma pilha de rejeitos da mina Turmalina

crédito: Redes Sociais

Uma nova movimentação na pilha de rejeitos da mina Turmalina assustou moradores da comunidade de Casquilho de Cima, em Conceição do Pará, no Centro-Oeste de Minas Gerais, na tarde desta quarta-feira (11/12). Conforme a Defesa Civil municipal, uma área de aproximadamente 500 m² se desprendeu do topo da estrutura e se “acomodou” em sua base. Não há registro de pessoas feridas ou novas casas atingidas. 


 

A comunidade está em estado de alerta desde o sábado (7/12), quando houve o colapso parcial de uma pilha de rejeitos da mina. Cinco casas foram soterradas, e outras 109, interditadas na comunidade. Imagens feitas por moradores nesta quarta-feira mostram um novo deslizamento de parte dos resíduos sólidos. 


 

Ao Estado de Minas, Bruno Ricardo Alves de Lacerda, membro da Defesa Civil de Conceição do Pará, informou que a movimentação desta tarde não gerou impacto na pilha de terra e rejeitos deslocados no fim de semana. De acordo com ele, deslizamentos menores já estavam previstos.


 

 

 

De acordo com o capitão Thales Gustavo de Oliveira Costa, do Corpo de Bombeiros, a forte chuva que atinge a região no fim da tarde desta quarta pode provocar novos deslizamentos da pilha de rejeitos. Em áudio compartilhado com a imprensa, o militar afirmou que a comunidade anteriormente afetada continua interditada.


“É importante ressaltar que, nesse momento, estamos com tempo chuvoso. Estamos trabalhando com a possibilidade de novos deslizamentos. Segundo a empresa [mineradora Jaguar], toda a pilha está em movimento, e existe, sim, a possibilidade de novos deslizamentos. Reforçamos a informação às pessoas do povoado de Castilho de Cima de que a região continua isolada e não devem retornar para suas residências até que seja retomada a condição de normalidade”, disse o capitão.

 

Questionada pela reportagem, a Jaguar Mining Inc., mineradora responsável pela Turmalina, informou que a movimentação foi captada por georradares instalados na área da mina. Ainda segundo a empresa, os equipamentos emitiram alerta, e as atividades de contenção foram paralisadas por segurança. Para o esclarecimento de dúvidas sobre o deslizamento, a mineradora disponibilizou um número de telefone. Os contatos podem ser feitos pelo número 0800 942 0312, ou pelo e-mail casquilho@jaguarmining.com.br.

 

 

Impactos 


Os moradores desabrigados foram levados para hotéis em cidades vizinhas, como Pitangui, Nova Serrana e Pará de Minas. Algumas famílias, no entanto, optaram por buscar abrigo na casa de parentes. A Defesa Civil informou que não possui o número exato de pessoas desalojadas.

 

Imagens aéreas registradas por um cinegrafista local e compartilhadas com o Estado de Minas mostram a dimensão dos estragos na região: ruas soterradas por rejeitos e casas completamente destruídas. Nos registros, é possível perceber que há uma movimentação de terra próximo às casas e observar a destruição provocada nas residências atingidas pelos rejeitos de mineração.


Para tentar conter novos desastres, barreiras de contenção estão sendo erguidas pela mineradora Jaguar, responsável pela mina. O monitoramento contínuo combina tecnologias da empresa, como radares, com imagens captadas pelos bombeiros por meio de drones na tentativa de prever novos deslizamentos.

 

Ainda não há previsão para o retorno dos moradores às suas casas nem certeza de que será possível voltar a ocupá-las. “Reforçamos o pedido para que as pessoas preservem a segurança, que é o mais importante, e aguardem um comunicado oficial até que a situação se normalize novamente”, alerta o capitão Thales Gustavo,