Fóruns regionais pretendem ampliar o impacto social, econômico e turístico do título  MUNDIAL -  (crédito: Leandro Couri/Em/D.A Press)

Fóruns regionais pretendem ampliar o impacto social, econômico e turístico do título MUNDIAL

crédito: Leandro Couri/Em/D.A Press

Em plena comemoração do título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade para os “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA)”, o governo estadual lança, neste sábado (14/12), em Uberlândia, na Região do Triângulo Mineiro, um conjunto de ações dirigido a produtores, comerciantes e instituições ligadas à atividade em 106 municípios mineiros. A partir de fevereiro, serão realizados 10 fóruns regionais para troca de experiências, identificação de desafios e fortalecimento dos laços entre os agentes da cadeia produtiva.

 


Também com o foco na educação patrimonial e sustentabilidade do bem cultural, os encontros pretendem ampliar o impacto social, econômico e turístico do reconhecimento internacional conferido pela Unesco (agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). “O queijo mineiro é mais do que um símbolo de nossa identidade. Ele é, agora, um patrimônio global. Este projeto reafirma nossa cultura e fortalece o turismo e a sustentabilidade econômica de Minas Gerais”, diz o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), Leônidas Oliveira.

 


A iniciativa agrada o produtor Pedro Caldeira, de Rio Piracicaba, município da região queijeira Entre Serras da Piedade e Caraça, a mais próxima, nessa atividade, de Belo Horizonte. “Esperamos aumento da demanda, maior valor agregado ao produto e fomento do turismo”, diz Pedro, de 30 anos, engenheiro civil e representante da quinta geração da família envolvida no setor de QMA. “Nossas expectativas são as melhores, e acreditamos que o fortalecimento do turismo será fundamental.” O engenheiro é gestor na queijaria Trilhos do ferro (nome em homenagem à ferrovia Vitória-Minas), de propriedade da mãe dele, Goretti Araújo.

 

O projeto "Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro", idealizado para valorizar e preservar os saberes e sabores que levaram à conquista do título tem à frente o governo de Minas, via Secult e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e Instituto Periférico. A iniciativa conta com apoio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Plataforma Semente, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), da Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo) e outros parceiros. A Plataforma Semente possibilitou o encaminhamento de recursos para a realização das ações.

 

 

Satisfeito com a conquista e a nova frente de trabalho que se abre, o presidente da Amiqueijo, José Ricardo Ozolio, vê o projeto como “oportunidade valiosa” para fortalecer o trabalho dos produtores de QMA e preservar uma tradição essencial da cultura das Gerais. A partir da chancela da Unesco, há chance de impulsionar o mercado e criar novas oportunidades econômicas para os pequenos produtores, “garantindo que nosso queijo seja valorizado mundialmente associado ao desenvolvimento sustentável nas regiões produtoras”.


AUTONOMIA DAS COMUNIDADES

Viabilizado pela Plataforma Semente, núcleo de projetos socioambientais que conecta o MPMG à sociedade, o projeto vai mobilizar os detentores do modo de fazer o QMA, fortalecer a autonomia das comunidades produtoras e valorizar essa tradição mineira em todo o Brasil, destaca o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MPMG, promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

 

 

Já o coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural do MPMG, promotor de Justiça Marcelo Maffra, afirma que “os modos de fazer o QMA representam um saber ancestral que preserva a tradição e fortalece a identidade cultural mineira”. Assim, acrescenta, é essencial a difusão desses saberes por meio de projetos como este.

 

 

O presidente do Iepha, João Paulo Martins, por sua vez, explica que a iniciativa fortalece um trabalho iniciado há mais de duas décadas. “A preservação dos modos de fazer resulta de uma política pública iniciada em 2002, com o registro do queijo do Serro, passando pelo reconhecimento nacional em 2008 e a caracterização de 10 regiões produtoras. Isso valoriza não apenas a cultura mineira, mas também o turismo, as paisagens, os locais de produção e as experiências gastronômicas.”

 

A mobilização dos produtores se torna fundamental, garante o diretor-presidente da Emater, Otávio Maia. “Hoje, participamos ativamente do processo de salvaguarda, fortalecendo políticas públicas, capacitando produtores e promovendo práticas sustentáveis.” Em Minas, há 10 regiões produtoras: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serra da Ibitipoca, Serro, Triângulo Mineiro, Entre Serras da Piedade e Caraça e Diamantina.

 

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O lançamento do projeto será às 20h30, no Tatersal do Parque de Exposições Camaru, que fica na Avenida Juracy Junqueira de Rezende,100, em Uberlândia. Mais informações no Instagram @queijominaspatrimonio.