A polícia francesa solicitou que os pertences do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos e desaparecido em Paris desde o dia 26 de novembro, fossem entregues. O computador, o celular e a escova de dentes dele foram recolhidos pelas autoridades nesta quinta-feira (12/12), de acordo com Joyce Barbosa, prima de Flávio.
“A investigação parece estar andando, apesar de não termos nenhuma novidade por enquanto. Mas pediram que fossem entregues esses pertences para auxiliar nas investigações”, afirma Joyce ao Estado de Minas.
A princípio, quando amigos de Flávio foram até a polícia entregar os pertences do fotógrafo, no dia 2 de dezembro, as autoridades não aceitaram ficar com duas malas fechadas com senha e com o iPhone do brasileiro. Na ocasião, a polícia explicou que o caso foi entregue a uma brigada especializada em desaparecimentos, que será responsável por cuidar dos objetos pessoais de Flávio no momento adequado.
"Eles falaram que é o tempo da brigada, que não necessariamente é o tempo da família", contou Rafael Basso, professor de filosofia amigo de Flávio.
Malas abertas
Já no dia 3 de dezembro, as malas do fotógrafo foram abertas na Embaixada do Brasil na capital francesa. Amigos do desaparecido e um adido da Polícia Federal (PF) brasileira acompanharam o procedimento, mas nenhuma pista sobre o paradeiro do jovem foi encontrada junto aos objetos. Procurado pelo Estado de Minas na ocasião, o Consulado-Geral do Brasil em Paris informou que os pertences foram abertos na presença do delegado Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, mas não deu detalhes.
Apesar de as bagagens terem sido abertas, os pertences continuaram sob posse dos amigos de Flávio.
Segundo Rafael Basso, que acompanhou a análise das bagagens, apenas objetos pessoais foram encontrados. "Roupas e equipamentos fotográficos, nada que chamasse a atenção para um inquérito ou ajudasse a avançar para saber sobre o paradeiro dele", contou.
Ainda conforme o relato, o conteúdo do celular e do laptop de Flávio, que estava em uma das malas, não foi analisado na Embaixada brasileira em Paris e deve ser enviado às autoridades brasileiras. "Ainda não sabemos quando. Estamos vendo isso com a família e com uma empresa que possa cuidar dos pertences", comentou.
Pertences guardados
Apesar das expectativas serem de envio dos pertences de Flávio às autoridades brasileiras, no dia 9 de dezembro, a polícia francesa instruiu os amigos do jovem a não enviarem ao Brasil o notebook, o celular e objetos que possam conter o DNA do fotógrafo. A prima do jovem conta que não sabe ao certo que dia a polícia da França solicitou a entrega dos pertences, apenas que eles foram recolhidos nesta quinta-feira (12/12).
O caso
Flávio desapareceu no dia 26 de novembro, o mesmo em que deveria retornar ao Brasil após um mês na França. Fotógrafo profissional especializado em registrar eventos, ele viajou a Paris para cobrir um casamento e aproveitou a estadia para explorar a cidade que tanto admirava. O último contato com a mãe foi um dia antes do desaparecimento.
O que deveria ser um retorno tranquilo ao Brasil se transformou em um quebra-cabeça. Na véspera do voo, Flávio caiu no Rio Sena e foi hospitalizado por hipotermia. Segundo amigos, ele deixou o hospital Georges Pompidou por volta do meio-dia, visitou a imobiliária que havia alugado o apartamento para estender sua estadia por mais um dia e avisou que descansaria antes de jantar. Às 19h30, enviou sua última mensagem. Depois disso, não houve mais notícias.
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Dias depois, seu celular foi encontrado dentro de um vaso de flores, do lado de fora do bistrô Les Ondes, próximo ao Sena e a apenas 1,5 km do hospital onde esteve internado. A localização alimentou ainda mais as especulações sobre o que poderia ter acontecido.
*Com informações de Folhapress