O Secretário Municipal de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, afirmou que os planos para a educação de Belo Horizonte até 2028 têm a intenção de promover mais qualidade e diminuir evasão escolar -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O Secretário Municipal de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, afirmou que os planos para a educação de Belo Horizonte até 2028 têm a intenção de promover mais qualidade e diminuir evasão escolar

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

Até 2028, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pretende ampliar a alfabetização de português e matemática para alunos de até 7 anos e incluir letramento de programação e cursos de menor aprendiz nas escolas. É o que afirmou o secretário municipal de Educação, Bruno Barral, na manhã desta sexta-feira (13/12), em coletiva com a imprensa.

 

 

A expectativa é reduzir déficits. Em 2023, 42,4% das crianças matriculadas na rede municipal de Belo Horizonte não eram alfabetizadas, segundo pesquisa Indicador da Criança Alfabetizada, divulgada em junho pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 

 

A Secretaria Municipal de Educação (SMED) da capital apresentou o planejamento para os próximos quatro anos, divididos em pilares de acesso à educação, permanência do estudante e foco na aprendizagem.

 

De acordo com o secretário, o objetivo é que a taxa de crianças alfabetizadas chegue a 80% dos alunos do 1º ano do ensino fundamental e a 100% dos alunos do 2º ano. Segundo ele, essa diferença entre séries se deve ao fato de que cada aluno tem um tempo diferente de aprendizagem, e a meta abrange as individualidades possíveis dos alunos.

 

 

Letramento digital

 

Segundo Barral, o letramento digital é uma das maneiras de incentivar a permanência do estudante e prevenir a evasão escolar. “Existem estudos que comprovam que 50% das crianças que estão estudando hoje na rede do Brasil vão trabalhar em profissões que ainda não existem, então precisamos preparar esses indivíduos para aprender coisas novas e se estimularem em coisas que talvez eles ainda não conheçam”, afirmou o secretário.

 

Ele enfatizou a utilização de celulares nas salas de aula. “A tendência é que façamos um uso mais educativo da tecnologia do que em um processo de restrição”, explicou.

 

“Estamos investindo em salas tecnológicas nas escolas e também temos o ‘Click’, um projeto diferenciado no qual o aluno aprende a linguagem de programação em blocos, onde já se tem o começo de tratativa com robótica”, afirmou. Segundo ele, o objetivo é a ampliação das salas para todas as unidades até 2028.

 

 

Outra política para incentivar a permanência é a implementação do projeto Jovem Aprendiz, de modo que alunos com mais de 15 anos possam conciliar experiência profissional com o aprendizado. Ainda, haverá uma parceria da Smed com o Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de modo que estagiários do curso possam realizar o monitoramento de frequências e controlar a evasão.

 

Outra tática do planejamento é otimizar os espaços escolares, no incentivo à convivência familiar nas escolas com a expansão do programa “Escola Aberta”, além de garantir ações de patrulhamento nas escolas e implantar o Centro Municipal de Formação Professores.

 

Haverá ainda um programa de reforço escolar para alunos de baixo desempenho nas disciplinas de português e matemática. “Se você não mantiver o aluno estimulado, ele vai evadir no futuro”, comentou Barral.

 

Garantia do acesso

 

No quesito de acesso, o planejamento para o período de 2025 a 2028 é a construção de 11 novas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei), todas com disponibilidade de matrícula com tempo integral para 4.840 vagas. Segundo Barral, a construção é responsabilidade de Parceria Público Privada (PPP).

 

 

Apesar de uma tendência de queda na taxa de natalidade, a quantidade de novas vagas no ensino infantil pode significar, nos próximos anos, um realocamento de níveis de ensino. “É um trabalho imediato, mas em acordo com o fluxo de natalidade. O reordenamento da rede é muito dinâmico. Uma escola hoje que atende do primeiro ao quinto ano pode atender o primeiro ao nono, do sexto ao nono… Isso vai acontecendo ao longo do tempo e precisa ser feito ano a ano”, afirmou.

 

“A ampliação de vagas não é só com construção, mas, sim, com um trabalho de remanejamento e reordenamento da rede. O importante não é vaga, mas a matrícula. A gente precisa matricular e efetivar as crianças nas escolas”, argumentou Bruno Barral.

 

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Outro plano é o credenciamento de mais creches parceiras para ampliar as turmas de berçários. 


Para as escolas já existentes, o objetivo é ampliar o número de vagas para 50% com atendimentos em tempo integral para crianças de 3 a 5 anos, além de ampliar em 100% os espaços disponíveis para Atendimento Educacional Especializado (AEE), com formação adequada aos professores.