Ponte com Polícia Civil foi feita pela técnica em enfermagem Cláudia Bermudes, acompanhante de Bryan durante o tratamento -  (crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Ponte com Polícia Civil foi feita pela técnica em enfermagem Cláudia Bermudes, acompanhante de Bryan durante o tratamento

crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

Alegria e gratidão foram os sentimentos que marcaram o retorno do garoto Bryan Gibson Dantas da Silva, transplantado de medula óssea, de São Paulo para Betim, na Grande BH. Aos 8 anos, o menino, que sonha ser policial, viveu momentos emocionantes perto dos profissionais que admira. Na volta para casa, ele foi surpreendido por agentes da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) com uma recepção calorosa no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) e uma “escolta” até sua residência.

 


Diagnosticado com leucemia desde os 2 anos, Bryan realizava tratamento no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte, quando teve uma remissão agressiva no câncer em dezembro de 2023 e os médicos optaram pelo tratamento cirúrgico como a melhor alternativa para a saúde da criança. O pai dele, Jhonatan Dantas da Silva, contou ao Estado de Minas que, como não houve sucesso após a procura de doadores, a família decidiu fazer o teste para a doação de medula óssea.

 


“Fizeram o teste eu, os dois irmãos e a mãe dele. Apenas um dos irmãos não deu 50% (de compatibilidade). Aí, a gente foi para São Paulo e eu doei a medula para ele. Graças a Deus o transplante foi um sucesso e, após seis meses internado, ele retorna para casa”, contou o pai de Bryan. A alta do garoto ocorreu em 20 de novembro e, segundo Jhonatan, o menino fará cinco anos de acompanhamento mensal em São Paulo.

 

 

“O sentimento é de gratidão e felicidade. Os médicos falaram que o pai e a mãe poderiam não ser compatíveis com ele, mas graças a Deus deu certo. Para a gente, é como se tivéssemos dado uma vida nova para ele”, emendou Jhonatan, que trabalha como pedreiro.
O pai também agradeceu o carinho da Polícia Civil. Além da recepção, Bryan recebeu presentes como roupas e brinquedos, incluindo um distintivo da corporação e carrinhos de controle remoto. “Ele sempre falou que quer ser policial quando crescer. É gratificante demais receber esse apoio”, ressaltou.

 

 

A ponte com a Polícia Civil foi feita pela técnica em enfermagem Cláudia Bermudes, acompanhante de Bryan no tratamento. Ela disse que fez contato com os agentes perto do aniversário da criança, em setembro, pedindo que gravassem um vídeo de parabéns. “Ele estava em tratamento e não conseguiu atender na hora, aí os policiais se ofereceram para fazer a recepção no aeroporto e o retorno na viatura. Bryan ficou radiante”, afirmou.

 

Filha de policial civil no Espírito Santo, ela ainda expressou a gratidão pela ajuda dos agentes e declarou seu amor à criança. “Meu sentimento é de gratidão pela vida do Bryan e por ele estar bem. Era o que me deixaria feliz se fosse eu como paciente ou como mãe”, destacou a técnica em enfermagem.


Leucemia


Segundo a definição do Instituto Nacional de Câncer (Inca), leucemia é o nome dado aos cânceres que atingem as células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos (leucócitos). O tipo mais comum em crianças é a leucemia linfoide aguda, que se agrava de maneira mais rápida.

 

No caso do Bryan, o câncer chegou ao estágio em que foi necessário amputar um dos pés, complicação também causada por uma infecção bacteriana. Jhonatan lembrou os momentos difíceis do tratamento do filho, citando o tempo em que ele passou entubado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), em meados de 2021.

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

 

Ainda de acordo com o Inca, para receber o transplante o paciente precisa ser submetido a tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. Posteriormente, o paciente recebe a medula transplantada como se fosse uma transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as novas células circulam e se desenvolvem.

 

Durante cinco anos, Bryan fará acompanhamento para verificar o desenvolvimento das células. O pai explica que todo mês a criança deve retornar para São Paulo e realizar uma bateria de exames. “Graças a Deus o transplante foi a melhor opção, a cura é mais certeira”, comemorou Jhonatan.