Casa desabou ontem, no Bairro Paraíso, Região Leste de Belo Horizonte, e 30 bombeiros trabalharam na ocorrência, além de seis agentes do Samu -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Casa desabou ontem, no Bairro Paraíso, Região Leste de Belo Horizonte, e 30 bombeiros trabalharam na ocorrência, além de seis agentes do Samu

crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press


Uma casa desabou na tarde deste sábado (28/12) no Bairro Paraíso, na Região Leste de Belo Horizonte, matando pelo menos três pessoas. A informação foi passada pelo tenente Marco Moura, do Corpo de Bombeiros. Segundo o militar, a Defesa Civil Municipal já havia comparecido ao local, feito uma vistoria e ela estava sob risco. Três moradoras da residência foram soterradas pelos escombros e encontradas sem vida. São elas: Meury Helena, Tânia Lúcia e Maria de Fátima – mãe, filha e cunhada, respectivamente. Uma quarta moradora, chamada Shirley, estava na porta da casa e conseguiu escapar.


No total, 30 militares do Corpo de Bombeiros estiveram empenhados na busca, além de cães farejadores. Seis agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também estiveram na ocorrência. A Defesa Civil e a Polícia Militar foram acionadas.


Uma vizinha do imóvel disse à reportagem que toda a região em volta corre riscos durante as chuvas. “Aqui atrás é uma mina d’água. Tem uma nascente de água. É tudo muito alagado. As árvores aqui atrás já estão ocas e já tombando. Dá para ver que é situação de risco. E está muito perigoso. E eu não sei por que a gente acomoda e deixa a coisa acontecer e chegar num ponto desse”, detalhou a cuidadora de idosos Maria de Fátima Ribeiro Martins.


Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML). Paulo, filho de Maria, também escapou, pois estava no trabalho na hora do desabamento. As buscas, interrompidas ontem, serão retomadas hoje, pela suspeita de haver uma quarta vítima que foi vista por um vizinho na casa momentos antes do incidente.


A residência ficava localizada próxima a uma encosta onde está o Córrego dos Joões, que se conecta com o Córrego do Navio – um dos maiores da Região Leste – e deságua no Ribeirão Arrudas. A área, inclusive, fica em um perímetro de risco de inundação, conforme aponta o mapa oficial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).


O desabamento aconteceu por volta das 12h30. Durante a noite de anteontem (28/12) e o começo da manhã de sábado, BH enfrentou fortes chuvas. Todas as regionais da cidade estão sob alerta de risco geológico até 3 de janeiro. “A gente considera esse período de chuvas muito propício para este tipo de desastre. Hoje tinha um risco moderado de movimento de massas na cidade”, explicou o tenente Marco Moura, do Corpo de Bombeiros.


A coronel Amanda Cristina Miranda, também da corporação, chamou a atenção para o fato de que não chovia no momento do desabamento. “O que já pudemos apurar de informações preliminares é que no ano de 2022 a Defesa Civil constatou algumas patologias na edificação que deveriam ser sanadas, e eles foram notificados. Agora, a perícia vai fazer a busca dessas informações para dizer o que realmente pode ter causado este desabamento”, disse.


De acordo com a comunidade, na hora em que a casa desabou foi ouvido um barulho semelhante ao de uma bomba. Com a queda, a residência inteira foi ao chão. “Quando cheguei na varanda, vi a casa terminando de cair”, contou uma vizinha do imóvel ao lado do desabamento.


Ajuda especial


Os cães Áquila, Logan e Kali foram fundamentais para o encontro das três vítimas do desabamento. Eles fazem parte do Pelotão de Busca, Resgate e Salvamento com Cães do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e participaram das buscas.


De acordo com o cabo Thiago Chaves, que faz parte do pelotão, essa divisão dos Bombeiros atende ocorrências envolvendo soterramento, desastres e busca por pessoas perdidas em matas.


Ao todo, a equipe tem oito cães das raças pastor alemão de pelagem cinza, malinois e braco alemão. A mais usada, segundo ele, é a malinois . “São cães formados para trabalhar nesses cenários de busca e resgate em casos de soterramento ou estrutura colapsada, como foi hoje [ontem] aqui”, relatou.

 

Muro caiu em Sabará, na região metropolitana, provocando a morte de cadela de estimação e causando danos na estrutura de uma residência ao lado

Muro caiu em Sabará, na região metropolitana, provocando a morte de cadela de estimação e causando danos na estrutura de uma residência ao lado

Leandro Couri/EM/DA.Press


Muro cai em Sabará

 

Um muro caiu no terreno da casa vizinha na Vila São José, em Sabará, na Grande BH, na noite da última sexta-feira (27/12). Uma cadela foi soterrada e, após três horas de busca, não foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). “Foi um susto muito grande, principalmente porque a gente não conseguiu salvar a nossa cachorrinha, que estava lá atrás. Foi tudo muito rápido”, afirma a técnica de enfermagem, Lara Marina Guimarães, de 25 anos.


Lara conta que, por volta das 19h30, o muro do vizinho começou a estalar e logo veio abaixo. Ele danificou dois cômodos e a área de serviço. Na hora da ocorrência, a jovem estava em casa com seus pais, Antônio e Cleides. “Durante todo o dia o muro dava sinais de que estava acontecendo alguma coisa. Meu pai fez um escoramento e resolveu o que a gente achava que precisava resolver. Por volta de 19h30 ouvimos estalos e, em um desses barulhos, o muro veio abaixo”, relatou a técnica de enfermagem.


A estrutura media 10 metros de comprimento por dois de altura. Os três moradores do local conseguiram sair a tempo e ninguém se feriu. Sobre o animal de estimação, os bombeiros informaram que, desde o início das escavações, não era possível ouvir nem visualizar nenhum sinal de vida da cadela.


A Defesa Civil esteve no local na manhã de ontem (28/12) e moradores instalaram lonas para conter o deslizamento, que vitimou a cadela caramelo Penélope, de 15 anos, cujo corpo ainda está desaparecido. A parte posterior da casa, composta por três quartos e um banheiro, foi atingida pelos escombros e apresenta rachaduras, tendo que ser isolada. Os moradores foram instruídos a passar a noite na casa de parentes. Os donos da casa vizinha, que compartilha o muro, também foram orientados a deixar a residência devido à possibilidade de novos desabamentos, uma vez que os bombeiros constataram que houve comprometimento da estrutura.


Raio-x no estado


O número de mortos em decorrência do atual período chuvoso já supera toda a última temporada, entre o meses de setembro de 2023 e março de 2024, quando Minas Gerais registrou seis mortes. Segundo a Defesa Civil estadual, o estado contabiliza oito mortes até o momento.


Outro marco superado nas estatíticas em Minas se refere ao número de desalojados, que são pessoas que tiveram de buscar abrigo na casa de parentes ou amigos devido a riscos geológicos em suas residências. Ao todo, 1.001 passam ou passaram por essa situação no período chuvoso, contado a partir de 27 de setembro. Ainda, 154 pessoas ficaram desabrigadas, ou seja, necessitaram de espaços do poder público em função de danos nas suas casas. Em todo o estado, 34 munícipios decretaram situação de anormalidade.


A previsão da Defesa Civil estadual, até amanhã, é de chuva em todas as regiões de Minas Gerais, com destaque para áreas do Sul, Campo das Vertentes e Zona da Mata, que devem concentrar chuvas fortes, acima de 90 mm (milímetros). Nas demais regiões, são esperadas chuvas intensas, com acumulados entre 50mm e 90mm, com exceção de áreas do Norte e do Vale do Jequitinhonha, que estão sob possibilidade de chuvas mais leves, entre 5mm e 50mm. As chuva também continuam na Grande BH.