Os funcionários dos restaurantes da Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP), o famoso "bandejão" da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizaram uma manifestação em frente à sede da FUMP, na Avenida Antônio Abrahão Caram, nesta quinta-feira (5/12). A ação faz parte da paralisação para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

 

 

A decisão foi tomada após meses de negociações infrutíferas, em que, segundo o Sindicato dos Empregados em Assistência Social, Capacitação e Formação Profissional no estado de Minas Gerais (Senalba-MG), a FUMP não atendeu às necessidades da categoria.

 

A fundação é uma instituição pública de direito privado, sem fins lucrativos, que tem por objetivo executar a Política de Assistência e Permanência Estudantil da UFMG. Tem como público-alvo estudantes da universidade, prioritariamente, em situação de vulnerabilidade econômica, risco social e cultural.

 



 

A fundação desenvolve programas que visam facilitar o acesso à alimentação, à saúde, à moradia, ao transporte, à aquisição de material escolar e a outros projetos que auxiliam os estudantes a ter um bom desempenho acadêmico, reduzindo a evasão.

 

Além disso, é responsável pelo suporte fundamental para o funcionamento dos restaurantes universitários. Sem os trabalhadores, a FUMP não consegue suprir nenhum apoio aos estudantes. 

 

 

Os trabalhadores exigem um reajuste salarial e a melhoria das condições de trabalho, que, segundo o sindicato, atualmente são precárias. "Além disso, a categoria destaca que os salários estão muito abaixo do praticado no mercado, o que agrava ainda mais a situação de muitos profissionais que já enfrentam uma carga de trabalho excessiva", diz o Senalba.

 

 

Em carta aberta, o sindicato informou que o reajuste solicitado pelos funcionários em assembleia foi de 3% + INPC. No entanto, a proposta foi recusada e o oferecido a título de ganho real foi 1,27%. O Senalba ainda afirma que a direção da FUMP tem utilizado o vale-alimentação como justificativa para não conceder o reajuste salarial. Por isso, foi decidida em reunião com todos os trabalhadores a suspensão das atividades.

 

 

Em nota emitida as 19h desta quinta, o Sindicato dos empregados em assistência social, capacitação e formação profissional no estado de Minas Gerais (Senalba MG) informou que "a paralisação dos trabalhadores dos restaurantes da FUMP, que teve início pela manhã, terminou às 16h com a aprovação de um acordo entre a categoria e a fundação".

 

De acordo com o sindicato, a FUMP se comprometeu a conceder 4,5% de reajuste para quem recebe até R$ 3 mil e 4,7% de reajuste a quem ganha mais de R$ 3 mil. Além disso, foi acordado 8% de aumento no valor do ticket alimentação e todos os reajustes retroativos a maio de 2024, com pagamento até o dia 30 deste mês. Também foi garantido um vale de Natal no valor de R$ 250 para todos os trabalhadores.

 

Porém, segundo a nota, o Senalba MG continua vigilante, pois a promessa é um reajuste maior em maio do ano que vem e buscar melhorar as condições de trabalho da categoria. Quanto ao sucateamento dos materiais usados nas cozinhas, o documento diz que a presidente da FUMP se comprometeu a resolver o problema no próximo ano.

 

"Ela alegou que, no momento, não há verba suficiente para realizar as melhorias necessárias, mas garantiu que a situação será tratada como prioridade para o ano seguinte. O sindicato agradece o apoio dos estudantes e de todos que se solidarizaram com a causa. A luta continua, e vamos seguir trabalhando para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam sempre respeitados", diz a nota.

 

O Estado de Minas procurou a UFMG e a FUMP, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

 

*Estagiária sob a supervisão dos subeditores Humberto Santos e Thiago Prata

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