Uma exposição que se propõe passar ao longo de 30 milhões de anos da humanidade será aberta no Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) a partir do fim do primeiro semestre de 2025. O conjunto será formado por peças e réplicas do acervo do paleontólogo Cástor Cartelle, curador da exposição. Uma réplica do fóssil mais antigo já localizado nas Américas, a Luzia, está incluído no acervo de mais de 100 peças e 25 vitrines.

 

A iniciativa é uma parceria da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte com a instituição de ensino superior e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), viabilizada por meio do Fundo Especial do Ministério Público (FUNEMP). A exposição foi uma das parcerias anunciadas nesta quarta-feira (11/12) em um evento realizado na PUC, na Região Noroeste da capital. A outra, realizada em conjunto com o Instituto Cultural Amilcar Martins (ICAM), reúne o repertório bibliográfico de Belo Horizonte. O projeto tem previsão de lançamento para 2027 e também será viabilizado pelo Funemp. 

 




De acordo com o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, a exposição tem orçamento estimado em 1,5 milhão, já o repertório bibliográfico conta com recurso de R$ 1,7 milhão. “Esses recursos advêm das ações do Ministério Público e nós ficamos muito satisfeitos porque nós conseguimos reverter danos, agressões, crimes, improbidade administrativa de volta para a população mineira que é a verdadeira dona desses recursos”, detalha Jarbas Soares.

 


A exposição será permanente e é denominada ‘Fenômeno Humano: O caminhar da humanidade’  vai ocupar uma área de 180 m², no segundo andar do Museu de Ciências Naturais, e percorrerá a história da humanidade. Entre as peças presentes estão o Menino de Turkana, de 1,5 milhão de anos, a Lucy, de 3,2 milhões de anos, a Criança de Taung, de 2,5 milhões de anos e Luzia, o fóssil humano mais antigo já descoberto nas Américas, encontrado em uma gruta de Pedro Leopoldo (Minas Gerais) e considerada um marco da arqueologia. 


De acordo com coordenador do museu de Ciências Naturais da PUC Minas, Henrique Paprocki, cerca de 100 mil pessoas passam pelo museu por ano e serão beneficiadas com o novo equipamento. “É muito importante a gente fazer divulgação científica, principalmente em tempos de obscurantismo, onde a gente tem terraplanistas. Nós temos aqui a oportunidade de ter a melhor e maior exposição sobre a evolução humana do Brasil. Então, nós teremos desde os nossos elos mais antigos, com o resto dos primatos, até o Homo sapiens, distribuído através de 25 vitrines, 180 m² e mais de 100 peças diferentes”, detalha. 

 


Tanto o equipamento arqueológico quanto o repertório bibliográfico tem o objetivo de valorizar a memória e o patrimônio cultural. A Secretária Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, reforçou que os dois projetos têm um grande impacto para a cultura da capital mineira. “No mês de aniversário de Belo Horizonte, a gente anuncia essas duas parcerias que são super importantes com o Ministério Público de Minas Gerais. Esses dois projetos vão resultar em programas e ações relacionadas à memória, ao acervo, à museologia, para a população de Belo Horizonte.”


Acervo bibliográfico 


Em conjunto com o Instituto Cultural Amilcar Martins (ICAM), a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria de Cultura, está promovendo uma pesquisa bibliográfica sobre a história de Minas Gerais. Em articulação com o Arquivo Público de Belo Horizonte, as pesquisas utilizam a periodização clássica da história do Brasil: período colonial, que reúne fatos a partir da descoberta do ouro na última década  do século XVII até 1821, o período monárquico, entre 1822 e 1889, e período republicano, a partir de 1889 até os dias de hoje. 

 


Conforme a pasta, por meio do levantamento bibliográfico da historiografia mineira será possível elaborar duas publicações. A primeira vai reunir informações sobre os 300 anos de história de Minas, já a segunda terá conteúdos bibliográficos que detalham a historiografia dos 125 anos de Belo Horizonte. Com o projeto, a pasta propõe democratizar o acesso às informações e incentivar a pesquisa histórica e cultural do Estado. 


Pesquisadores do país inteiro, do mundo inteiro e pesquisadores daqui, vão poder ter a referência bibliográfica dessa produção histórica que já foi feita sobre Minas e Belo Horizonte. 

 

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“Essa pesquisa será realizada a longo prazo e ela vai gerar também produtos que não são apenas publicações que vão ser fruto dessas dessas pesquisas sobre 125 anos de Belo Horizonte, os 300 anos de Minas Gerais, mas também todo um acesso por meio de uma plataforma virtual. Então são dois passos importantes, dois presentes para a cidade de Belo Horizonte”, ressalta a secretária de Cultura de BH. 

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