O estado de Minas Gerais apresentou uma redução nos crimes gerais, no roubo de patrimônio e nos casos de feminicídio, mas o roubo de carros continua em alta. O número de focos de incêndio registrados alcançou um recorde na história recente, e os casos de afogamento aumentaram 30%.
É o que aponta o balanço das forças de segurança mineiras sobre o ano de 2024. Durante a coletiva de imprensa, estiveram presentes os chefes da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), da Polícia Militar de Minas Gerais, da Polícia Civil de Minas Gerais, da Polícia Penal de Minas Gerais, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Segundo dados da Sejusp, no acumulado de janeiro a novembro, o roubo de veículos aumentou 6% em relação ao ano anterior. Apesar do crescimento, o número ainda é baixo em comparação com os últimos anos, já que 2023 registrou o menor número de ocorrências de roubo de veículos nos últimos 12 anos, com quase 20 mil casos. O pico da série histórica foi em 2016, quando ocorreram cerca de 132 mil registros desse crime no estado.
Em relação aos outros tipos de roubo, o estado apresentou redução nos casos. No mesmo período, o número de ocorrências chegou a 17.054, 2,7 mil a menos que em 2023, que teve mais de 19 mil registros. No roubo de celulares, os casos caíram 9,4% em Minas Gerais, enquanto em Belo Horizonte a redução foi de 5,7%. Já os roubos em transportes coletivos tiveram queda de 19,3%.
Mesmo com a constante evolução das tecnologias de comunicação e o crescente uso de diferentes modelos de inteligência artificial para a realização de golpes, os crimes de estelionato virtual apresentaram uma redução de 14%.
Para Rogério Greco, secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, a queda se deve à conscientização da população. "Uma sociedade conscientizada é o melhor passo para a prevenção", afirmou.
Queda no feminicídio
Outro destaque é a queda no número de feminicídios no estado, com redução de 22,8%. Em 2024, foram registrados 118 casos desse tipo de crime, enquanto em 2023 houve 153 registros.
"O número de denúncias aumenta, não diminui. Isso se deve à prevenção feita pelo Estado. O feminicídio é diferente de um homicídio comum, porque é motivado por uma cultura machista. O combate ao feminicídio é realizado pela prevenção, não pela repressão", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Carlos Frederico Otoni Garcia.
Ocorrências climáticas
Outro dado apresentado no balanço de 2024 foi a alta ocorrência de queimadas no estado. Segundo Erlon Dias do Nascimento Botelho, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a resposta às constantes queimadas e à onda de calor que atingiu a América do Sul foi maior em comparação ao ano anterior.
Conforme dados da corporação, os bombeiros atenderam mais de 29 mil ocorrências de incêndio em vegetação, cerca de 12 mil — ou 40% — a mais do que o maior registro histórico do estado, que foi de aproximadamente 17 mil casos em 2021.
Um destaque, segundo o comandante, é que as ocorrências tiveram pouca duração. "Nas unidades de conservação e fora delas, foram registrados incêndios que não demandaram muito tempo de atendimento. Isso impacta, especialmente, no percentual de área queimada", afirmou.
Atuação de facções
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Frederico, 160 integrantes de facções criminosas foram presos nos últimos dois meses no estado. De acordo com ele, cerca de 6 mil membros dessas facções já passaram pelo sistema prisional de Minas Gerais, que atualmente conta com 2 mil detentos desse perfil.
"É um combate muito duro, muito sério, realizado em parceria com outros estados. Em uma operação recente, tivemos colaboração com a Secretaria do Rio, realizando inclusive prisões no estado do Rio de Janeiro", declarou o coronel.
Questionado sobre o nível de periculosidade, o secretário afirmou que a captura de criminosos organizados em facções é mais desafiadora do que a de indivíduos que agem sozinhos.
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Rabecões
A chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Letícia Gamboge, afirmou que os rabecões serão substituídos por uma nova frota de carros alugados, que ficará disponível para uso da corporação até o final do mês. A frota atual, de 2012, apresenta problemas que comprometem seu uso em toda a sua potencialidade.
Ainda segundo a chefe da Polícia Civil, serão feitos estudos sobre os veículos que ainda poderão ser utilizados, dependendo do tempo de vida útil de cada um.