O cachorro Sansão, da raça pitbull, que inspirou a criação da lei contra maus-tratos a animais, foi sepultado na tarde de quarta-feira (11/12). De acordo com a tutora, devido à instabilidade nas redes sociais da Meta, quando o pronunciamento da morte do animal foi divulgado, a família já estava preparando o enterro em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“Realizamos o sepultamento ontem no final da tarde, em um local simbólico, onde ele gostava muito. Contamos com a presença apenas de familiares e pessoas próximas dele. Temos um sítio em uma cidade vizinha, aqui na Região Metropolitana. Ele gostava muito de ir lá aos finais de semana”, conta Fernanda Braga, dona do animal.
De acordo com Fernanda, o pitbull enfrentou alguns problemas de saúde nos últimos meses e foi acompanhado por veterinários. As complicações teriam acontecido na ferida da pata traseira direita, decepada durante a agressão. Ele também estaria com quadro de gastrite, provavelmente gerada a partir das medicações que tinha que tomar desde o episódio de violência. Apesar disso, ainda não há uma causa concreta para o óbito.
“Infelizmente ele sofreu muito na vida dele após o ocorrido. Toda a recuperação, fisioterapia, medicação, cirurgias... Foi muito traumático para ele. Apesar de tudo, tentamos dar a ele a melhor vida que ele poderia ter, com muito carinho e amor. Agora só queremos que ele descanse em paz”, disse a tutora.
Em uma publicação no Instagram, a família relatou o acontecido e manifestou o carinho que sente pelo cão. Segundo a publicação, a família fez “tudo o que estava ao alcance para proporcionar qualidade de vida ao Sansão”. No entanto, teve um mau súbito enquanto fazia xixi.
História de Sansão
Há quatro anos, o cão se tornou um símbolo após ter as patas traseiras arrancadas por agressores com o uso de um facão. O crime ocorreu em Vespasiano, na Grande BH, onde o cão residia. A veterinária que cuidou dele na época afirmou que o cachorro foi amarrado pela boca com arame para que pudessem cortar as patas dele sem que ele reagisse.
O autor do crime confessou que estava “cansado das invasões do cachorro” e que já havia alertado os donos do animal. Em sua versão, ele disse que estava dentro de casa quando o cachorro pulou o muro. Ele então pegou o facão e atingiu Sansão. Em boletim de ocorrência, o criminoso sustentou que morava com a mãe deficiente e estava com medo do animal entrar na casa e fazer mal a ela.
A história de Sansão causou comoção em todo o país, com a criação de um abaixo-assinado que pedia mais rigor contra crimes contra animais. Em cinco dias, mais de 500 mil pessoas pediram justiça pelo crime de maus-tratos denunciado pelo tutor do animal. O cachorro recebeu doação de tratamento, cadeira de rodas e próteses para a readaptação. Um perfil foi criado nas redes sociais para mostrar a rotina de cuidados e agradecer o apoio na causa.
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Após o crime cometido contra Sansão, o Projeto de Lei nº 1.095/2019 se transformou na Lei Federal nº 14.064/2020 e foi batizada com o nome do cachorro. A ação foi uma alteração da lei de crimes ambientais, que agora inclui um capítulo sobre cães e gatos.