A água que brota da terra vermelha das montanhas é pura e fria. Mas, à medida que escoa para a cidade vai sendo marcada pelas atividades da Grande Belo Horizonte até chegar à foz, no Rio das Velhas, em Sabará, escura e contaminada em todas as 480 amostras colhidas nos últimos cinco anos. Um misto de esgoto, rejeitos industriais e metais. Originário das fontes da Serra do Rola-Moça, a saga do Ribeirão Arrudas espelha conflitos ambientais da capital mineira em seu percurso que corta a cidade planejada por Aarão Reis e inaugurada em 12 de dezembro de 1897.

 



 

 


No mês em que BH completa 127 anos, a reportagem do Estado de Minas acompanhou todo o trajeto do Arrudas desde as duas nascentes dos córregos que o formam até a foz, onde deságua em um dos maiores afluentes do Rio São Francisco, para mapear os contrastes trazidos pela expansão urbana desordenada e os castigos sofridos pelo manancial cuja trajetória se confunde com a da capital.

 

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Antes de se chamar Ribeirão Arrudas, na primordial Curral del Rey de Sabará, área que seria ocupada pela cidade planejada para se tornar capital de Minas Gerais, o curso d'água era identificado como Ribeirão Grande ou Ribeirão do Curral. Mas, com inspiração nas ervas de arruda que tomavam sua foz, recebeu dos projetistas da Ferrovia Central do Brasil – anterior à construção de Belo Horizonte – o nome de Ribeirão das Arrudas.

 

 


As formadoras do Ribeirão Arrudas são as nascentes do Córrego do Barreiro e do Córrego Jatobá/Independência. Águas que iniciam sua jornada a mais de 1.200 metros de altitude, límpidas no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, para se fundir, antes de Contagem, ainda no Barreiro, no Ribeirão Arrudas – um curso d'água que há mais de um século sofre sucessivas tentativas de contenção, em galerias de concreto ou correndo debaixo de avenidas sanitárias.


A nascente mais próxima da mancha urbana é a do Córrego Jatobá/Independência, que verte acima do Centro Integrado de Operações do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG), na portaria Norte do parque, onde também o Corpo de Bombeiros tem base estratégica para combate a incêndios e abastecimento de água dos helicópteros.

 


Chegar até lá é um percurso tão curto quanto decepcionante. Mesmo após as fortes chuvas da atual estação, a nascente ainda não tem sequer um fio de líquido ou poça sobre o leito de cascalho escuro e minério de ferro. Fino como uma trilha de um só caminhante, o leito vai serpenteando o mato amarelo do cerrado antes de chegar a uma área industrial de concessão de lavra de mineração para extração de areia de fundição, ativa desde 1957.


“Essa nascente costuma ter água só no fim de dezembro, e corre até maio. É pequena, mas forma até uma cachoeira chamada Álvaro Antônio (ou da Aranha), que a comunidade usa para se banhar”, afirma o gerente do Parque Estadual do Rola-Moça, Henri Collet. Devido à seca, o Córrego Jatobá vai sendo sustentado por outras fontes mais baixas.

 


A nascente mais distante e alta que dará origem ao Arrudas – por isso considerada por muitos a original – é a do Córrego do Barreiro (a 1.380 metros), próximo à estrada velha de Casa Branca, distrito de Brumadinho, na Grande BH. Ao contrário da mina ressequida, essa até confunde quem vasculha o terreno de mata preservada procurando um nascedouro inicial, pois é composta de várias surgências, empoçamentos, cursos e braços d'água que vão brotando morro abaixo, vazando touças de capim, raízes de árvores e rochas escuras.

 

o Arrudas ao passar pelo Centro de BH, pouco depois do Parque Municipal: canal elimina obstáculos naturais que ajudam a controlar enchentes

Leandro Couri/EM/D.A Press

 

Ainda é possível beber do Arrudas

 

Libélulas pairam sobre as mais elevadas poças de águas transparentes e virgens em meio às nascentes, onde passarinhos também aproveitam para matar a sede e se refrescar. Pequenos girinos crescem nadando e se escondem sob ramos de flores selvagens, amarelas e vermelhas, pendendo pelas margens. Um gole rápido dessa água revigora e ajuda a suportar o calor que vem do esforço para rastrear a nascente deste símbolo de Belo Horizonte. Um gesto que 8,5 quilômetros abaixo já não poderá ser repetido.


A essa distância, o Parque Ecológico Municipal Roberto Burle Marx é o derradeiro limite da pureza das águas da montanha. Lá, nenhuma das 480 amostras coletadas do Córrego do Barreiro nos últimos cinco anos registrou sequer uma violação de parâmetros de pureza, de acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Mas tudo muda ao atravessar a Rua Ximango, que leva até a unidade, onde o manancial mergulha sob uma profusão de encanamentos aéreos, canos rachados e tubulações abertas no Bairro Serra do Curral– o primeiro ponto em que o esgoto macula as águas que formarão o Arrudas.

 


Se ao partir do parque o pior inimigo do manancial é o descaso do homem, até escoar para lá, o risco é o mesmo homem e sua estupidez. “Os incêndios florestais criminosos são a maior ameaça. Quando o cerrado queima, deixa a terra do solo exposta. A chuva abre as erosões. Sem a mata, essa chuva deixa de infiltrar gradativamente no subsolo e recarregar as nascentes. Em vez disso, corre para assorear os cursos d'água, levando a fuligem e a terra aberta pela erosão”, afirma o gerente do Parque do Rola-Moça.


Ele comemora a marca alcançada de extinção de focos de incêndios, em média de 17 minutos. “Temos um trabalho de prevenção e combate com equipes de junho a novembro. Neste ano, 99,5% da unidade passou sem incêndios e isso permite manter as nascentes preservadas”, afirma Collet.

 

na Avenida Teresa Cristina, além de receber todo tipo de poluentes, o curso gera preocupação a cada chuva, pelo risco de transbordar

Mateus Parreiras/EM/D.A Press


O custo ambiental da industrialização


Enquanto o Córrego Jatobá contorna o limite mais ao Sul de Belo Horizonte com Contagem, por bairros como Mangueiras, Vale do Jatobá, Olaria e Tirol, em canais abertos e fechados, o Córrego do Barreiro desce pela área industrial do Barreiro e Bairro Milionários, onde em boa parte é canalizado e tamponado. Ali, tem sua água retirada e recebe descargas industriais de siderúrgicas, metalúrgicas, fundições, empresas de usinagem, mecânicas, fábricas têxteis e confecções, entre outras.


“O Barreiro é altamente industrializado e isso não é por acaso. Os afluentes e o Ribeirão Arrudas fornecem água superficial ou dos poços da bacia. Mas também recebem os efluentes dessas atividades. A poluição que se iniciou pelo esgoto clandestino ganha naquela altura essa dimensão industrial”, observa a ativista ambiental Jeanine Oliveira, ribeirinha urbana e integrante do Subcomitê Ribeirão Arrudas. O primeiro complexo industrial a se instalar em Belo Horizonte data de 1938, justamente na Bacia do Arrudas.

 


O encontro dos dois córregos para formar o Ribeirão Arrudas se dá no Bairro das Indústrias, a poucos metros de Contagem, nas galerias subterrâneas da Avenida Teresa Cristina, sob o Viaduto Engenheiro Andrade Pinto. O manancial que está na gênese de BH só emerge 200 metros depois, em canalização de concreto aberta entre a avenida e o complexo da Vallourec.


Canalizar: solução que vira problema


As canalizações em concreto abertas ou tamponadas são apontadas por especialistas e ambientalistas como a razão de vários alagamentos com mortes e prejuízos. “Os rios fazem curvas ao passar pelos terrenos naturais, e nelas a velocidade da água é reduzida. As canalizações retificam os cursos, aumentando a velocidade de escoamento. Mais água chega ao mesmo tempo nas partes baixas ou estreitas, onde se acumula e extravasa em forma de alagamentos”, aponta o professor Antoniel Fernandes, do Departamento de Geografia e Biologia da PUC Minas. Ele acrescenta que a pavimentação e as construções impermeabilizam o solo direcionando a água das chuvas para vales como o do Arrudas.


“O que a gente precisa é que o rio tenha cara de rio: com leito de terra, mata ciliar, várzeas para alagamentos, curvas e quedas. Essas características é que impedem a destruição dos alagamentos, porque são o respiro do ribeirão. Amortecem a água e as chuvas, absorvem, guardam para quando o sol retorna, liberam de pouco em pouco a água. A troca com o ambiente é mais lenta, o que é bom para a saúde. No Arrudas fechado em concreto, a grande vilã é a canalização. É a remoção do elemento rio da cidade, e ele só aparece quando alaga”, avalia Jeanine Oliveira.

 


Dezessete bairros na área de alagamento


De acordo com a carta de inundações da Prefeitura de Belo Horizonte, na área urbana do Ribeirão Arrudas ou na foz de seus afluentes há pontos de alagamento em 17 bairros: Araguaia, Barreiro, das Indústrias, Flávio Marques Lisboa, Milionários, Miramar, Resplendor, Serra do Curral e Urucuia, no Barreiro; Carlos Prates (Noroeste); Cinquentenário, das Indústrias, Gameleira, Madre Gertrudes, São Rafael, Vila Cavalieri, Vila Tiradentes e Vista Alegre (Oeste); Centro (Centro-Sul); Boa Vista e Esplanada (Leste).


Um dos pontos onde a canalização tem alta recorrência de alagamentos é no Bairro Madre Gertrudes, na Região Oeste, onde o Córrego Ferrugem deságua no Arrudas vindo de Contagem. “Os anos de enchentes já trouxeram perdas para a minha família e para a minha fábrica (de salgadinhos). Minha casa era baixa e na enchente de 2008 perdemos tudo o que tinha dentro, de roupas a eletrodomésticos. Tudo jogado fora. A água foi até o teto. Construímos um andar acima e é onde moramos hoje. Na fábrica, continuamos a ter perdas, a última no alagamento de 2018. A gente tinha viajado e a água levou vasilhas, maquinário, freezers, seis botijões de gás. Agora, época de chuva é só medo; a gente não viaja mais”, afirma a empresária Viviane Amorim de Araújo Silva, de 46 anos.

 


Desde que as bacias de detenção começaram a operar no Ribeirão Arrudas, as águas não chegaram a invadir novamente a casa da empresária. “Mas ainda não choveu o mesmo que das últimas vezes para a gente saber se acabaram as enchentes. Vamos ver”, diz ela, ainda desconfiada.


As canalizações do Ribeirão Arrudas seguem em adensamentos urbanos cada vez mais habitados e de tráfego mais intenso pelas Avenidas Teresa Cristina e Presidente Juscelino Kubitschek, ainda na Região Oeste, e pela Avenida do Contorno, no Centro de BH. Nesse trecho, multiplicam-se pontos de recebimento de esgoto irregular e efluentes de atividades comerciais pelas drenagens de água das chuvas. Por elas chegam também pó de asfalto, resíduos de combustível, óleos e graxas


“No Centro de BH, principalmente, as canalizações e sistemas de esgotos são muito antigos e muitos deles têm seu despejo diretamente no ribeirão, em drenagens e galerias antigas e afluentes cobertos que acabam no Arrudas. Sem falar que os fragmentos do asfalto, do combustível, do óleo e dos lubrificantes dos veículos, quando caem nas águas são poluentes químicos muito mais nocivos do que um esgoto cheio de fezes, que pelo menos são orgânicas”, compara Jeanine Oliveira, do subcomitê do Ribeirão Arrudas.

 

 

Da Avenida do Contorno para a Avenida dos Andradas, após o último trecho canalizado e tamponado do Bulevar Arrudas (etapa 1, em 2007, e etapa 2, em 2015), o Ribeirão Arrudas recebe esgotos lançado diretamente em seus córregos afluentes de áreas de aglomerados do Paraíso, Granja Werneck, Taquaril e Alto Vera Cruz. A Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Arrudas, adiante, já em Sabará, marca o fim da canalização em concreto. Dali em diante, o Arrudas segue em leito natural até suas águas pretas e contaminadas chegarem ao Rio das Velhas.


A Superintendência de Limpeza Urbana afirma realizar periodicamente a limpeza do leito do Arrudas, incluindo o serviço de roçada, com a remoção do mato das encostas. Segundo a SLU, são recolhidas por ano no curso 186 toneladas de resíduos. “O trecho na Região Leste demanda mais ações, entre as avenidas Silviano Brandão e Itaituba, no Bairro Pompeia, com retirada de móveis velhos como sofás, além de colchões, restos de poda de árvores e de obras, entre outros resíduos volumosos”, informa.

 


Bactérias e venenos

 

A qualidade da água da foz do Arrudas apresenta vários poluentes acima dos níveis tolerados. O esgoto doméstico é evidenciado por parâmetros como 100% das amostras apontando a presença de Escherichia coli, micro-organismo que pode causar doenças gastrointestinais e infecções. O fósforo total aparece acima do tolerável em 85% dos testes, podendo levar à proliferação descontrolada de algas nos cursos abaixo, bem como a presença do nitrato (5%). A baixa concentração de oxigênio em 45% das amostras compromete a vida aquática, podendo estar relacionada à decomposição da matéria orgânica.


Esgotos e efluentes industriais chegam com 90% de violações para o parâmetro demanda bioquímica de oxigênio (DBO), o que também indica excesso de matéria orgânica em decomposição. O nitrogênio amoniacal presente em 50% dos testes revela altas concentrações de amônia, substância tóxica para a vida aquática. O nitrito, tóxico para organismos aquáticos e que pode ser proveniente da oxidação da amônia, aparece acima dos limites em 25% de testes.

 


A presença de metais em concentrações acima do permitido, como cromo total, em 10% das amostras, cianeto livre (5%) e cobre dissolvido (5%), indica contaminação por efluentes industriais. São substâncias que podem causar problemas neurológicos, hepáticos e renais, além de afetar o desenvolvimento e a reprodução de organismos aquáticos.


Obras buscam conter cheias


A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa ter realizado e manter várias obras de controle de cheias em afluentes do Arrudas, com foco no controle de inundação do próprio ribeirão. “O objetivo é reter ou reservar o excedente de água de chuva nos afluentes, evitando a sobrecarga do ribeirão.”


Foram concluídas nos últimos anos, segundo a PBH, as bacias de detenção dos córregos afluentes Túnel-Camarões, Bonsucesso, Jatobá e Bairro das Indústrias.


“Em novembro de 2024, foi concluída a terceira etapa do Túnel-Camarões, implantação de interceptor de esgoto e tratamento de fundo de vale, proteção das ombreiras e urbanização do entorno dos córregos Olaria e Jatobá (R$ 24,9 milhões). A segunda etapa das obras da bacia de detenção e fundo de vale dos córregos Olaria e Jatobá (R$ 22,6 milhões). No segundo semestre, foi concluído o sistema de monitoramento da bacia de detenção do Córrego Túnel/Camarões, com investimento de R$ 502 mil”, informou a PBH.

 


Ainda segundo o município, estão em andamento obras das bacias dos córregos Ferrugem (B5) e Olaria (obras do PAC-2), além do tratamento de fundo de vale dos córregos Olaria e Jatobá, no Barreiro.


A saga do Arrudas

Das nascentes límpidas à sucessão de agressões ao ribeirão que corta BH

1- Barreiro: Nascentes do Ribeirão Arrudas


Nascentes Córrego Jatobá(Independência)

Nascentes Córrego Barreiro

2 - Primeiro ponto de poluição do Córrego do Barreiro


Córrego deixa o Parque das Águas/Burle Marx e ingressa entre barracões do Bairro Serra do Curral/Pilar, onde já recebe esgoto das moradias precárias

• Pontos de alagamento nos bairros Urucuia, Serra do Curral, Flávio Marques Lisboa, Miramar, Araguaia, Resplendor, Milionários

  

3 - Córrego do Barreiro/Ribeirão Arrudas


Área onde o córrego chega canalizado e tamponado, tem água retirada e recebe descargas industriais. Região altamente industrializada com siderúrgicas, metalúrgicas, fundições, usinagens, mecânicas, têxteis e confecções, entre outras


• Pontos de alagamento nos bairros das Indústrias e Barreiro

 

4 - Encontro do Córrego do Jatobá com o Córrego do Barreiro e formação do Ribeirão Arrudas


Já na sua origem extremamente poluído por esgoto e efluentes industriais pela sua passagem em meio urbano e industrial. Poucos quarteirões adiante, o ribeirão entra em Contagem

 

5 - Regional Oeste: o Arrudas regressa a Belo Horizonte na avenida sanitária Teresa Cristina, Bairro Madre Gertrudes


Córregos e drenagens de Contagem despejam efluentes de indústrias metalúrgicas, químicas, têxteis, de alimentos e de materiais de construção, sobretudo no Córrego Ferrugem. De BH vêm descartes de oficinas mecânicas, postos de combustíveis e esgoto doméstico de áreas informais no alto da bacia, em locais como os córregos Cercadinho, Bonsucesso e Dom João VI


• Pontos de alagamento nos bairros Madre Gertrudes, Vista Alegre, das Indústrias, Cinquentenário, Vila Tiradentes e São Rafael

 

 

6 - Avenidas Teresa Cristina e Presidente Juscelino Kubitschek


Canalização aberta recebe esgoto irregular e efluentes de atividades comerciais pelas drenagens de água das chuvas. Pó de asfalto, resíduos de combustível, óleos e graxas descem do asfalto das avenidas e das ruas de tráfego intenso levados principalmente pelas chuvas, com alto teor poluente


• Pontos de alagamento nos bairros Gameleira, Vila Cavalieri e Carlos Prates

 

7 - Regional Centro-Sul: chega à Avenida do Contorno em sua passagem pela região mais movimentada da cidade


As galerias são cobertas na maioria do percurso. Pó de asfalto, resíduos de combustível, óleos e graxas descem ainda mais concentrados devido ao movimento mais intenso de veículos. Canalizações e sistemas de esgotos antigos fazem com que muitos resíduos caiam no rio


• Pontos de alagamento no Centro (Rua Curitiba com Avenida do Contorno)

 

8 - Regional Leste: o Arrudas passa pelo Parque Municipal e após a Avenida do Contorno entra na Regional Leste, novamente em galeria exposta


Área que tinha grandes espaços e lotes vagos, onde a água das chuvas podia se infiltrar e que vem se adensando, já trazendo novos focos de inundações. Recebe as cargas de esgotos sem tratamento dos aglomerados Paraíso, Granja Werneck, Taquaril e Alto Vera Cruz


• Pontos de alagamento nos bairros Esplanada e Boa Vista

 

9 - Sabará: o Arrudas deixa BH após a estação de tratamento de esgoto (ETE) Arrudas e entra em Sabará, em leito natural de pedras e cachoeiras, até desaguar no Rio das Velhas


Passagem pela ETE recebe o esgoto com tratamento secundário – sem químicos – que pode devolver a água com a mesma qualidade ao manancial. Há na região ruínas de usinas antigas e pilares da antiga Ferrovia do Aço. Há uma fábrica têxtil e duas cachoeiras até o ingresso das águas pretas que vão poluir ainda mais o leito do Rio das Velhas

 

 

Obras executadas na Bacia do Arrudas pela Prefeitura de BH:

• Várias obras de controle de cheias foram feitas em afluentes do Ribeirão Arrudas com foco no controle de inundação do próprio Arrudas. O objetivo é reter/reservar o excedente de água de chuva nos afluentes, evitando a sobrecarga do ribeirão.

 


• detenção do Córrego Bonsucesso, a bacia de detenção do Córrego Jatobá (PAC-1) e a bacia de detenção do Bairro das Indústrias (1ª etapa).

 


• Foram feitas obras do PAC, de Requalificação Urbana e Ambiental do Ribeirão Arrudas, no fim da Avenida Teresa Cristina. Concluída em maio de 2013, a obra foi executada pelo governo estadual, com financiamento de R$ 12 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte. O valor total do empreendimento foi de R$ 272 milhões (Prefeitura de BH, Prefeitura de Contagem, recurso estadual e PAC Drenagem). Foram feitos a recuperação ambiental e saneamento, o sistema de macrodrenagem, o reassentamento de 1.014 famílias, obras viárias e de acessibilidade, 672 unidades habitacionais e implantação de parque linear.


• As obras no trecho do Córrego Bonsucesso, com a implantação da Via 210 (Betânia/Oeste), foram concluídas em 2013, com investimento de R$ 125,5 milhões (PAC). Foram feitos a implantação de sistema viário, drenagem pluvial, sistema de esgotamento sanitário, parque linear, tratamento de fundo de vale, além de desapropriações e indenizações.


• Foi executada a primeira etapa de obras nos córregos Jatobá e Olaria, no Barreiro, concluída no 1º semestre de 2014 com investimento de R$ 67,80 milhões do PAC Drenagem. Foram feitas a construção de reservatório de detenção para controle de inundações, implementação de pista de caminhada ao longo dos canais e do reservatório, execução de redes coletoras e interceptores de esgoto sanitário, construção de redes de drenagem, sarjetas e bocas-de-lobo, além de construção de prédios para reassentamento de famílias que estavam em área de risco.


• A recuperação estrutural da galeria do Córrego Acaba Mundo (Nossa Senhora do Carmo/Centro-Sul) foi concluída em dezembro de 2017, com investimento de R$ 4 milhões, incluindo a restauração das paredes, pisos e teto da galeria para garantir a estabilidade e a funcionalidade do sistema de drenagem pluvial e a integridade das vias ao longo do córrego.


•  As bacias de detenção do Córrego Túnel-Camarões foram concluídas em setembro de 2019. Foram implantadas duas bacias de detenção de cheias (B1 e B2), uma para conter resíduos sólidos (lixo) e a outra para regular a vazão das águas pluviais. Elas têm capacidade de conter 400 milhões de litros d’água. Além disso, está sendo feita a canalização do córrego, uma avenida sanitária toda pavimentada e o remanejamento de interceptores de esgotos. O investimento é de cerca de R$ 152 milhões, com recursos da PBH e do PAC.

  
• Em abril de 2021 foram concluídas obras de microdrenagem e adequações viárias (alargamento de trecho) ao longo dos córregos Olaria e Jatobá, no Barreiro, nas ruas Maria da Silva Gomes, Paulo de Oliveira Santos e na avenida Senador Levindo Coelho, com investimento de R$ 1,6 milhão.


- A 2ª etapa de intervenções no Córrego Túnel-Camarões foi concluída em dezembro de 2021, com obras de urbanização, pavimentação e sinalização da pista de caminhada, iluminação, paisagismo e implantação de área de lazer. O valor investido foi de R$ 34,8 milhões.

 
•  Também foram executadas intervenções de grande complexidade, tratamento de fundo de vale e saneamento no córrego Bonsucesso, no Barreiro.

 

•  Na sub-bacia do córrego da Rua Marselhesa, foram concluídas em dezembro de 2020 as obras de tratamento de fundo de vale e complementação do sistema de esgotamento, com a implantação de aproximadamente 1,4 quilômetro de rede coletora de esgoto. O investimento foi de R$ 9 milhões com recursos do PAC.

 

•  Trecho V (Anel Rodoviário até próximo à Rua 1: concluídas no primeiro semestre de 2021 as obras de recuperação do canal para reestabelecer as margens do córrego e evitar erosões, com investimento de R$ 10 milhões do Fundo Municipal de Saneamento.)

 

•  Sistema de esgotamento sanitário da Bacia do Córrego Bonsucesso: com investimento de R$ 13 milhões (recursos do PAC), foram concluídas no segundo semestre de 2023 as obras na galeria da Rua 7, para a canalização do córrego paralelo à via e a concordância das ruas Cristiano Resende e Bechelany, criação de redes coletoras, redes em interior de quarteirão e duas estações elevatórias para bombear a água em níveis de sistema de tratamento mais altos.

 

• Em dezembro de 2021 foi concluída a primeira etapa da construção da bacia de detenção do Bairro das Indústrias, para armazenar o volume excessivo de água durante as chuvas intensas e reduzir o risco de inundações na avenida Teresa Cristina. A bacia é capaz de deter 120 milhões de litros d’água, liberando esse volume aos poucos após as chuvas para não sobrecarregar o canal do Ribeirão Arrudas.


•  Em novembro de 2024 foi concluída a terceira etapa do Túnel Camarões, com a implantação de Interceptor de esgoto e tratamento de fundo de vale nos arredores do Córrego Túnel-Camarões. A obra incluiu complementação do canal em gabião, implantação e remanejamento do interceptor de esgoto, recomposição do pavimento asfáltico e urbanização do entorno no trecho entre a Rua Antônio Eustáquio Piazza e a Avenida Teresa Cristina, com investimento de R$ 7,8 milhões do Fundo Municipal de Saneamento.

 

No primeiro semestre de 2024 foram concluídas:

 

• Implantação dos serviços de tratamento de fundo de vale remanescentes, proteção das ombreiras e urbanização do entorno dos córregos Olaria e Jatobá (2ª etapa), com investimento de R$ 24.9 milhões provenientes de financiamento da Caixa.


•  Segunda etapa das obras da bacia de detenção e fundo de vale - Meta 1 dos córregos Olaria e Jatobá, com investimento de R$22,6 milhões.


• No segundo semestre de 2024 foi concluído o sistema de monitoramento da bacia de detenção do Córrego Túnel/Camarões, com investimento de R$ 502 mil.

 

Obras em andamento:


• Bacia de detenção do Córrego Ferrugem (B5) e Bacia de detenção do Córrego Olaria (obras do PAC-2).


•  Tratamento de fundo de vale dos córregos Olaria e Jatobá, no Barreiro, para a redução dos riscos de inundação do entorno, com implantação de bacia de detenção de cheias para amortecimento dos picos de vazões durante o período chuvoso. A bacia terá capacidade de retenção de 70 mil metros cúbicos (70 milhões de litros de água). São investidos cerca de R$ 73 milhões, incluindo execução da obra, desapropriações e remoções.


•  Bacia B5 (Córrego Ferrugem): implantação da nova bacia e obras complementares no Córrego Ferrugem, na Vila Sport Club (entre a Avenida Amazonas, 9.400, e a linha férrea, na Região Oeste de BH). A nova bacia de detenção tem capacidade volumétrica para 274.245 m³, equivalente a 274 milhões de litros d'água. O valor do contrato é de R$ 66 milhões. A bacia já está funcionando em plena capacidade, restando as obras de urbanização e paisagismo.


•  Bulevar Arrudas: Na área central de Belo Horizonte, o Ribeirão Arrudas canalizado teve uma importante intervenção de requalificação urbana, o Bulevardeiro Arrudas, com tamponamento do canal e tratamento urbanístico em sua superfície. As obras foram realizadas da Rua Aquidaban, no Bairro Padre Eustáquio, até o Parque Municipal.


•  Limpeza: A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) realiza periodicamente a limpeza do Ribeirão Arrudas, incluindo o serviço de roçada, com a remoção do mato das encostas. São recolhidas por ano 186 toneladas de resíduos.


•  O trecho na Região Leste demanda mais ações, entre as avenida Silviano Brandão e Itaituba, no bairro Pompeia, com retirada de móveis velhos como sofás, além de colchões, poda de árvores e restos de obras, dentre outros resíduos volumosos. Para acessar o leito do Arrudas e realizar o trabalho é necessário utilizar técnicas de rapel, com o apoio do Corpo de Bombeiros.


• Plantio de árvores: a Diretoria de Gestão Ambiental (DGEA) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) coordena o projeto "Cada árvore importa", em parceria com o Coletivo Árvore Legal, para o plantio de árvores ao longo do Arrudas, entre o Shopping Bulevardeiro e a Câmara Municipal de Belo Horizonte, o que deve ocorrer em breve. As mudas serão fornecidas pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, com apoio técnico da SMMA e abertura dos berços pela Regional Leste.

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