Uma discussão durante um baile funk pode ter sido o estopim para o assassinato de Jeane Lui, mulher trans morta a tiros, na madrugada deste domingo (5/1), na avenida Raja Gabaglia, no bairro Luxemburgo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Aos 32 anos, a mulher foi brutalmente assassinada a tiros por dois homens que estavam em uma motocicleta. Conhecida por todos no baile funk, segundo relatos ouvidos pela reportagem do Estado de Minas, ela se envolveu em uma briga com um homem, ainda não identificado, e horas depois foi abordada pelos suspeitos.
Uma amiga, que a avistou do outro lado da Avenida Raja Gabaglia, quando saia para ir à padaria, presenciou o momento do crime. Segundo relato à reportagem, o homem se aproximou já com a arma em punho e, aproveitando que Jeane estava de costas para ele, efetuou o primeiro disparo. Mesmo caída no chão, o atirador continuou atirando antes de fugir em uma motocicleta junto com o comparsa.
Próximo ao corpo, a polícia recolheu na manhã deste domingo mais de dez cápsulas de munição de grosso calibre. Até esta tarde, os suspeitos ainda não haviam sido localizados. A ausência de câmeras de segurança operantes na área dificulta a identificação dos suspeitos, diz a Polícia Militar (PM).
De acordo com a PM, a vítima tinha passagens por tráfico de drogas, lesão corporal e agressão, e havia deixado a prisão no ano passado.
O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de Minas Gerais, que ainda não definiu uma linha de investigação, mas aposta nos depoimentos de testemunhas e na análise das cápsulas de munição encontradas no local para identificar os autores do crime.
Mulher trans é morta à luz do dia
O crime aconteceu a poucos metros da quadra da escola de samba Cidade Jardim, um espaço que Jeane frequentava e considerava como uma extensão de sua casa, já que era membro do grupo desde 2016. Sua presença vibrante e apelido "Jeje Sucesso" ilustravam sua personalidade marcante.