Româ -  (crédito: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS)

Româ

crédito: MARCOS VIEIRA/EM/D.A PRESS

Hoje é Dia de Reis, fim do ciclo natalino. Nas casas mineiras, tanto na capital como no interior, chegou a hora de se despedir do presépio, guardar as figuras nas caixas, recolher os enfeites e desmontar a árvore de Natal. O 6 de janeiro também é marcado pela tradicional simpatia da romã, um pequeno ritual para “garantir” dinheiro no bolso e pedir saúde, prosperidade, sucesso, amor e tudo mais que trouxer o bem.

 

Cada um tem seu jeito de fazer a simpatia no Dia de Reis. Nesses tempos incertos, não custa nada apostar na sorte. Conforme o ritual, que passa de geração em geração e alimenta nossa história, a pessoa deve engolir três caroços do fruto, jogar o mesmo número para trás e guardar o mesmo tanto na carteira. E ir repetindo a frase: “Gaspar, Belchior e Baltazar, que o dinheiro não venha me faltar”.

 

Há ainda quem dobre a contagem, fazendo com seis sementes, numa referência ao dia 6, quando os Reis Magos visitaram o Menino Jesus. Uma dica é enrolar as sementes num papel mais grosso, para não rasgar. E tem aqueles que usam uma nota (até de US$ 1) no lugar do papel. Uns acham que é pura superstição, mas não custa tentar. Ou testar. Assim, as sementes podem ser vistas como símbolo de esperança e expectativa de que haja abundância, prosperidade no ano que se inicia.

 

 

No Mercado Central, em Belo Horizonte, as bancas de frutas vendem romãs produzidas na Espanha, nos Estados Unidos (Califórnia) e Israel. Cada unidade custa entre R$ 25 e R$ 30. Nas bancas Patureba e Magno, as frutas serão comercializadas, hoje, em pedaços, facilitando a vida de quem precisa de poucas sementes.

 

Embora o ciclo natalino termine oficialmente hoje, em algumas cidades do interior mineiro as homenagens ao Menino Jesus se prolongam até 20 de janeiro, quando se festeja São Sebastião, protetor contra peste, a fome e a guerra, e dono de uma legião de devotos no meio rural. Em Jaboticatubas, na Grande BH, o belo e monumental presépio do salão paroquial, ao lado da Matriz Nossa Senhora da Conceição, ficará aberto até essa data.

 

Também na Grande BH, Lagoa Santa tem programação hoje. Às 19h30, tem missa com Folia de Reis na Paróquia São Paulo Missionário (Rua Joana Fernandes Afonso, 85, Bairro Vila Rica).

 

 

EPIFANIA DO SENHOR

 

Em 6 de janeiro, ocorre a Festa da Epifania do Senhor ou dos Santos Reis – a chegada de Belchior, Gaspar e Baltazar ao presépio, para a visita a Jesus. Nessa comemoração, a Igreja Católica celebra a manifestação de Jesus ao mundo. De origem grega, a epifania significa manifestação externa, aparecimento. No mundo helênico, a palavra era usada para exprimir a chegada de um imperador em visita aos territórios de seu domínio. Geralmente comemorada num domingo, entre 2 e 8 de janeiro, a festa ocorreu ontem nas igrejas.

 

CERÂMICA CENTENÁRIA DE CAETÉ...

 

Moradores de Caeté, na Grande BH, vem lutando para garantir a integridade do patrimônio cultural da cidade, antiga Vila Nova da Rainha, uma das sete vilas do ouro de Minas. Preocupada com a situação de abandono da Cerâmica Nacional ou Cerâmica João Pinheiro, que pertenceu ao ex-governador do estado, João Pinheiro (1860-1908), a turma quer ver o bem tombado pelo município com uma destinação adequada. E pede providências à prefeitura local.

 

 

 ...PADECE COM O ABANDONO

 

Segundo a Prefeitura de Caeté, há proposta para se recuperarem a antiga sede da Polícia Militar, alguns casarões, e conduzir um projeto mais “robusto e desafiador”, que é a Cerâmica João Pinheiro. Desafiador porque são 6 mil metros quadrados de área plana, com elementos preservados. O objetivo é dar destinação cultural ao espaço, incluindo o Centro de Memória. Busca de captação de recursos está em andamento. Ao lado, será construído o Parque de Exposições de Caeté.

 

PAREDE DA MEMÓRIA

 

Após mais de um século de espera, a Arquidiocese de Belo Horizonte está em sua “casa” definitiva. Até março, todos os setores serão transferidos para a Catedral Cristo Rei, em construção na Região Norte da capital. Para contar mais sobre essa história, publicamos hoje o projeto idealizado nos tempos do primeiro arcebispo de BH, dom Antônio dos Santos Cabral (1884-1967). O templo ficaria na confluência das avenidas Afonso Pena e Contorno, local chamado então de “alto do Cruzeiro”.

 

Ficou encarregado do projeto o arquiteto e cenógrafo austríaco Clemens Holzmeister (1886-1983), profissional de renome na Europa, onde atuou como chefe do Departamento de Arquitetura da Academia de Belas Artes da Áustria (1924) e diretor da Academia de Belas Artes da Áustria (1931). Com capacidade para 12 mil pessoas, o monumental edifício teve um custo estimado em 27 mil contos de reis.

 

Em 1949, a cripta (parte subterrânea, local de sepultamento de religiosos do alto clero) foi concluída até que, quatro anos depois, o projeto foi deixado de lado – entre 1965 e 1969, foi definitivamente retirado de pauta. A Igreja Boa Viagem (atual Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia) se tornou catedral provisória. Ao chegar a BH, há 20 anos, dom Walmor demonstrou interesse pelo assunto, e, mais tarde, entregou o projeto ao arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Em 4 de novembro de 2013, começam as obras da Catedral Cristo Rei.

 

 

“JUIZ DE FORA IMPERIAL”

 

O arquiteto e urbanista Antônio Carlos Duarte lança seu quarto livro, “Juiz de Fora Imperial”. O trabalho contempla o período que vai da chegada de dom João VI ao Brasil (1808) à Proclamação da República, e cita também o Caminho Novo da Estrada Real e o Museu Mariano Procópio, instituição pós-imperial. Textos de abertura têm assinatura do príncipe dom Pedro Carlos Orleans e Bragança e do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo. O livro está disponível no site da Câmara Municipal de Juiz de Fora (camarajf.mg.gov.br/www/biblioteca). Para quem está nessa cidade da Zona da Mata mineira, vai a dica: à venda nas livrarias do Centro e em banca de jornais do Parque Halfeld.

 

NA ESTRADA

 

Intercâmbio com órgãos municipais de preservação do patrimônio cultural, mapeamento de ações nas áreas de educação e difusão, oferta de capacitações, oficinas e palestras. Esses são alguns dos objetivos do programa “Iepha na Estrada”, desenvolvido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Por meio de um portal disponível no site oficial do instituto, é possível acessar os registros de ações já realizadas, acompanhar visitas e entender as iniciativas em favor do patrimônio cultural mineiro. Um exemplo está no encontro com a comunidade quilombola dos Amaros e o fórum de escuta com povos de terreiros e casas de matriz afro religiosa em Paracatu, no Noroeste do estado. Desde o início do programa, em outubro, ocorreram 35 viagens para 29 municípios. Mais informações: www.iepha.mg.gov.br.

 

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REGISTROS DO MUNDO

 

Está de volta o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo, da Unesco. Entre os representantes das 19 instituições participantes, se encontra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por meio do Centro de Documentação do Patrimônio, o Iphan vai auxiliar na contribuição brasileira para construção de uma memória que representa a sociedade de forma coletiva e mundial. Minas tem oito bens reconhecidos como Patrimônio Documental da Humanidade, entre eles o Acervo da Comissão Construtora de Nova Capital Belo Horizonte (1892-1903), documentação sob guarda do Arquivo Público da Cidade de BH, Museu Histórico Abílio Barreto e Arquivo Público Mineiro, na capital.