Queda da rocha no cânion em Capitólio, em janeiro -  (crédito: Reprodução)

Queda da rocha no cânion em Capitólio, em janeiro de 2022, deixou 10 mortos

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A tragédia de Capitólio, no Sul de Minas Gerais, que matou 10 pessoas, completa três anos nesta quarta-feira (8/1). Na época, um deslizamento de rochas no Lago de Furnas atingiu uma lancha, ferindo 31 pessoas, além de causar as mortes. Os destroços e as ondas provocadas pela queda das pedras pelas  afetaram ainda outras três embarcações.

 

 

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) foi acionado por volta das 12h por funcionários que trabalhavam nas proximidades da ponte do Turvo. Eles relataram aos agentes a ocorrência de uma cabeça d’água na região dos cânions, que teria provocado a queda da rocha. Inicialmente, os bombeiros calcularam que a pedra despencou de mais de cinco metros de altura.

 

 

Três mulheres, seis homens e um adolescente morreram na tragédia. As vítimas tinham tientre 14 e 68 anos e todos estavam na mesma lancha, chamada Jesus. Os corpos só foram identificados no dia seguinte ao acidente, um domingo (9), e encaminhados para o Posto de Comando do Corpo de Bombeiros, onde passaram por avaliação de peritos da Polícia Civil (PC). Dentre as vítimas, seis eram mineiros e outras quatro pessoas naturais de São Paulo.

 

Resgate

 

Ao menos 40 militares, incluindo bombeiros de Passos, que fica 74 km de Capitólio, e Piumhi, a 23 km da localidade, foram mobilizados, além de membros da Marinha. As guarnições contaram com mergulhadores, além de aparato técnico especializado, como o helicóptero Arcanjo 08, equipado com estrutura de evacuação aeromédica para transporte de vítimas em estado grave.

 



Apenas o trabalho de mergulho dos bombeiros foi suspenso na madrugada de sábado para domingo, sendo retomado na manhã seguinte. Ass buscas superficiais continuaram durante todo o período, segundo o porta-voz da corporação na época, Pedro Aihara.

 

Quatro embarcações foram afetadas pelo deslizamento - uma atingida pela pedra e outras três pela onda causada pelo impacto. Ao todo, segundo os bombeiros, 31 pessoas foram atendidas em Santas Casas de Piumhi, Passos, São José da Barra e Capitólio.

 

 

Alertas

 

Vídeos gravados pouco antes da fatalidade mostraram que os banhistas foram avisados para que se afastassem da queda d'água. "Aquele bloco está saindo. Aquele ‘pedação’ vai cair. Sai! Mano do céu! Rápido! Ou! Ou! Sai daí, gente! Vai cair": foram alguns dos apelos. Pouco tempo depois, a rocha se desprende e cai na água.

 



A Defesa Civil de Minas também emitiu um comunicado sobre fortes chuvas na região. “Chuvas intensas na região com possibilidade de ocorrência de cabeça d'água nos municípios de Capitólio, São João Batista do Glória e São José da Barra. Evite cachoeiras no período de chuvas. Em emergências ligue 199 ou 193”, diz o alerta publicado na manhã do dia do acidente.



Uma fisioterapeuta estava no local da tragédia momentos antes e disse que o barulho da queda d'água foi muito forte. “Não dava para escutar as pessoas gritando que ia desabar. Não dava. Quando estávamos retornando, tentamos avisar outras lanchas para evitar o local, mas as pessoas não conseguiam escutar. As quedas d’água dificultam muito”, afirmou Flávia Elisa Custódio.

 

 

Turismo

 

Quase dois anos depois, em dezembro de 2023, a Prefeitura de Capitólio afrouxou as exigências da série de restrições que foram impostas durante as visitas dos turistas logo após o delsizamento. Com os riscos controlados, o fluxo de turistas foi se normalizando e algumas normas foram estabelecidas. 

 

Entre as medidas adotadas destacam-se o veto ao som alto, a obrigatoriedade do uso de coletes e capacetes, limite de lanchas na região dos cânions, proibição de nadar em alguns trechos e impedimento de os barcos pararem no local onde houve a queda da rocha. 

 

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Um decreto da prefeitura local em dezembro de 2023 tornou facultativa a utilização do capacete, assim como o uso de coletes salva-vidas. As avaliações geológicas dos cânions, que eram feitas diariamente desde março de 2022  também mudarm com o decreto e passaram a ser realizadas em dias intercalados até 31 de março de 2024. Depois, se tornaram quinzenais nos meses tradicionalmente sem chuva (de abril a setembro), voltando a serem semanais de outubro de 2024 a março de 2025.