De acordo com o Indicador de Mobilidade Urbana, elaborado pelo núcleo de pesquisa do Instituto Cidades Responsivas, Belo Horizonte é a cidade cuja população tem acesso ao maior número de vagas de trabalho formais em deslocamentos de até 45 minutos por meio transporte público. Na pesquisa, a capital mineira aparece à frente de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Fortaleza.
O estudo contabiliza postos de trabalho acessáveis em deslocamentos de até 45 minutos a partir de residências localizadas em oito capitais brasileiras.
O Indicador de Mobilidade Urbana também calculou a oferta de postos de trabalho por deslocamentos de 45 minutos de automóvel: nesse caso, Belo Horizonte é a segunda melhor cidade avaliada, atrás de São Paulo.
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Belo Horizonte registra índice 0,71 para automóveis, enquanto São Paulo foi a única das cidades avaliadas a superar 1 (1,03), que, no indicador, representa número equivalente de vagas e residências. Já quanto ao transporte público, a capital mineira lidera, com 0,35.
Para calcular os índices para transporte público e individual nessas cidades, foram utilizados o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos, do IBGE, fonte da localização das residências, e o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, para as vagas formais.
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Para compensar possíveis distorções neste último parâmetro, como registros em locais diferentes daqueles em que os profissionais atuam, a pesquisa analisou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para estabelecimentos de ensino, do Ministério da Saúde, para hospitais, unidades de atendimento e outros e de empresas que fornecem mão de obra terceirizada.
Já o tempo dos deslocamentos realizados entre 6h30 e 8h de dias úteis foi obtido a partir de simulações feitas nas plataformas Mapbox, para os realizados com automóveis, e de rotas do Google, no caso do transporte público.
Questão urbanística
O Instituto Cidades Responsivas aponta uma relação direta entre a organização das cidades e os resultados obtidos. No caso de Belo Horizonte, a disposição radial da malha urbana reduz as distâncias entre as áreas periféricas e o centro, onde estão concentradas as oportunidades de trabalho. Além disso, a cidade tem grande adensamento e possui a segunda menor área entre as analisadas.
“Isso possibilita que tanto a malha viária quanto o transporte público tenham alcance mais satisfatório a mais regiões do que o observado em quase todas as capitais avaliadas”, diz Guilherme Dalcin, mestre em planejamento urbano e cientista de dados do Instituto Cidades Responsivas.
A esses fatores, o especialista acrescenta como razões para o bom desempenho da capital mineira o número de empregos acessíveis em deslocamentos de até 45 minutos existentes também nas cidades vizinhas. A Região Metropolitana de Belo Horizonte é a terceira maior do país, com o quarto maior PIB.
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São Paulo também possui disposição radial, mas dimensões da cidade são cinco vezes maiores que as de Belo Horizonte. Por outro lado, o Rio de Janeiro é prejudicado tanto pelas grandes dimensões quanto pelo fragmentado: o centro, que concentra as vagas formais, está mais deslocado ao leste.
Apesar da área muito menor, Florianópolis apresenta aspectos geográficos similares aos do Rio de Janeiro, o que compromete o alcance às oportunidades em deslocamentos com transporte público e automóveis.