
Combate à dengue: mais de 300 escolas de BH vão ser vistoriadas
O objetivo da Prefeitura de Belo Horizonte é identificar e eliminar possíveis focos de reprodução do Aedes aegypti
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Siga noPara a luta contra a dengue na capital mineira, 323 escolas municipais vão ser vistoriadas com o objetivo de identificar e eliminar possíveis focos de reprodução do Aedes aegypti. A ação busca preparar as instituições de ensino para a volta às aulas e intensificar o combate nesta época do ano, que é propícia para propagação do mosquito devido às chuvas e altas temperaturas.
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Nesta quinta-feira (16/1), o prefeito em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), acompanhou uma vistoria na Escola Municipal Dom Orione, na Regional Pampulha. “Estamos trabalhando muito, mostrando para as pessoas que a prefeitura está fazendo a parte dela e pedindo que as pessoas em casa façam a parte delas também, que tirem 10 minutinhos para cuidar dos seus domicílios”, afirmou Damião.
Até o momento, 100 escolas já foram vistoriadas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACE).
Secretário municipal de saúde, Danilo Borges Matias corroborou a afirmativa de Álvaro Damião quanto à importância da população auxiliar no combate à dengue. De acordo com o chefe da pasta, 86% dos focos do mosquito estão dentro dos domicílios. O Executivo municipal orienta a população a verificar e eliminar objetos e locais que acumulam água, como pratos de vasos de plantas, pneus, calhas e ralos.

Álvaro Damião reforça a importância da população belo-horizontina ajudar na eliminação de possíveis focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti
“Não esperamos que tenhamos uma epidemia tão difícil de manejar como no ano passado, mas estamos preparados para ela”, destacou Danilo Borges. Até o momento, BH registra um caso confirmado, 119 em investigação e nenhuma morte.
Em 2024, a capital mineira teve 216.378 casos de dengue e 129 óbitos.
Sorotipo 3
Além das prevenções, o secretário municipal de Saúde comentou sobre o aumento do sorotipo 3 da dengue em casos no estado: “É algo que preocupa sim, porque, apesar de não ser um vírus novo, ele não circula em nosso meio há muitos anos, então nossa população ficou exposta, imunologicamente falando”.
No entanto, Danilo Borges disse que, no momento, o que deve ser feito é ficar atento, o que afirma estar sendo feito pela PBH, e tomar as precauções para combater a proliferação do Aedes aegypti.
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Segundo o virologista professor da UFMG e presidente da Associação Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca, o tipo 3 da dengue estava apenas “escondido”, ou seja, ele circulava mas contaminava poucas pessoas. Ele explica que o “reaparecimento” acontece devido à vulnerabilidade da população para o vírus, tendo em vista que a última epidemia do sorotipo aconteceu em 2003.
“Esse padrão oscilatório já é esperado e não chega a ser uma surpresa. Epidemiologicamente já se sabe que os sorotipos 2 e 3 normalmente estão associados a ciclos de doenças mais graves. Enquanto as dengues 1 e 4 estão associadas a ciclos de doenças mais brandas”, diz.
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Além disso, Fonseca afirma que o vírus da dengue possui mais uma “complicação” que facilita sua contaminação. Quando uma pessoa é contaminada por um tipo, por exemplo o dengue 1, caso em uma recontaminação o sorotipo seja diferente, mesmo possuindo anticorpos contra o vírus, os sintomas poderão ser graves. No caso de recontaminação pelo sorotipo, os sintomas serão fracos ou sequer existirão. “É um fenômeno imunológico que acontece."
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata