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Estudante que tirou mil na redação do Enem passa em medicina na UFMG

Única aluna de escola pública que tirou nota máxima na redação do vestibular diz que está ansiosa para ingressar na melhor federal do país

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A estudante Samille Leão Malta, de 19 anos, única aluna da rede pública a alcançar nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, foi aprovada em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A jovem concluiu o 3º ano do ensino médio no ano passado e cursou o Enem no fim do ano. Segundo a estudante, desde criança ela sonhava ser médica.

“Estou ansiosa pra começar as aulas nessa nova fase. Sempre quis fazer medicina, então estou realizando um sonho, além de que vou me mudar pra uma cidade nova, então vou ter que me adaptar a muitas novidades”, conta a caloura da melhor universidade federal do país, segundo ranking do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), divulgado no ano passado.

Samille é ex-estudante da Escola Estadual Nossa Senhora do Patrocínio, em Virginópolis, no Vale do Rio Doce, e concluiu o ensino médio no Colégio de Aplicação (Coluni) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de acordo com o governo de Minas. Quando a nota das provas foram divulgadas, a jovem contou ao Estado de Minas que estava muito agradecida.

“Estou muito feliz e surpresa com o resultado. Sou grata a todos que me apoiaram ao longo do meu caminho de preparação, minha família, meus professores, meus amigos", disse. Como forma de se preparar para o exame, ao longo do ano, ela produziu cerca de 40 redações, uma por semana.

"Meu principal desafio era porque morava em Viçosa para estudar e sentia falta da minha família, que estava em Virginópolis. Deixar de vê-los para estudar era muito sacrificante", relatou. Durante sua preparação, ela mantinha uma rotina de estudos intensa. "Estudava conforme minha vontade no dia, mas passava a semana toda estudando e, muitas vezes, até mais tarde."

Samille nasceu em Brockton, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Mudou com o pai e a mãe, ambos brasileiros, para Virginópolis, em Minas Gerais, aos 7 anos. A jovem, que sempre sonhou em cursar medicina, também enfrentou a ansiedade e o medo de não conseguir estudar todo o conteúdo do exame. "Se pudesse voltar no tempo, diria para confiar mais em mim e ficar calma", contou.

As aulas na instituição federal começam em março e Samille será uma das 160 alunas que passarão os próximos 6 anos se dedicando à formação médica. Agora, o próximo passo é começar a busca por um apartamento em Belo Horizonte, onde fica o campus do curso, e organizar a mudança. Ela contou que ainda não resolveu muitas coisas, pois estava esperando o resultado, mas está contente com a aprovação.

"Além de me interessar muito pelo estudo do corpo humano, eu sempre achei a medicina uma profissão muito linda, que eu seria feliz trabalhando com isso todos os dias e que eu poderia realmente ajudar as pessoas", completa a caloura.

Trajetória

Para Samille, o colégio em que estudou foi fundamental no seu desempenho. Fundado em 1965, o Colégio de Aplicação tem 470 alunos distribuídos em 12 turmas e conta com um corpo docente de 90% doutores e 10% de mestres. Localizado dentro do campus da UFV, o colégio oferece acesso à biblioteca e restaurante da universidade, além de atividades extracurriculares em contraturno.

Samille diz que as atividades extra curriculares e o nível de exigência do colégio tornaram o desafio de se dedicar ao Enem ainda maior: “Muitas vezes foi difícil, porque tinha que dar atenção para as atividades do Coluni. Mas todos os momentos livres que eu tinha, dava atenção ao Enem”.

A estudante conta que no dia da prova, apesar de sentir nervosismo com o tempo disponível, sabia que a redação seria uma oportunidade de alavancar sua nota. A confiança construída ao longo da preparação foi decisiva: “Usei o argumento da negligência governamental, citando o sociólogo Raymundo Faoro, e da falha no sistema educacional, citando o sociólogo Émile Durkheim”.

Ao saber do resultado, a estudante diz que ficou em choque. "Eu não estava em casa, estava na academia. Minha mãe viu e me mandou uma foto. Fiquei tão desacreditada que falei a ela que o site poderia ter ‘bugado’. Pedi para ela não contar pra ninguém até ter certeza," lembra.

O resultado também trouxe alegria para os familiares, que acompanharam de perto a jornada da estudante. "Minha família sempre me apoiou muito a estudar, e como essa é minha única obrigação, dou valor às oportunidades que tenho. Eles viram quantos eventos familiares deixei de ir pra buscar um bom resultado."

Redações nota mil no Enem 2024

Em 2024, o tema da redação do Enem foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Ao todo, 12 pessoas do país conseguiram tirar a nota máxima na prova dissertativa-argumentativa, sendo duas de Minas.

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São consideradas notas altas os resultados entre 1000 e 980 e entre 980 e 950. Em Minas Gerais, 331 pessoas conseguiram atingir o primeiro marco. Já outras 4.397 pessoas tiraram entre 980 e 950. Os números fizeram Minas Gerais ser o estado com o maior número de notas altas.

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