SEQUESTRO

'Era uma pessoa dócil', diz atendente que conhece o sequestrador do ônibus

Funcionária de farmácia assustou ao ver o ônibus com o sequestrador: 'É o cunhado da minha irmã'

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A Rua Quintino Bocaiúva, em Contagem, na Grande BH, teve a sua rotina alterada na manhã desta terça-feira (28/1). Um ônibus foi sequestrado por um homem armado com uma faca. Ele obrigou um passageiro a dirigir o coletivo e exigia ver a criança que teve com a ex-mulher. A movimentada rua tem uma Subprefeitura de Contagem, farmácia, várias lojas e uma clínica de estética - local onde trabalha a ex-companheira do sequestrador.

A atendente da farmácia Isabele Tailane, de 24 anos, chegava para trabalhar quando percebeu que alguma coisa estava errada: pessoas andando apressadamente, correndo e um ônibus parado em frente ao seu local de trabalho. 

Isabele se apressa, entra na farmácia e sua colega, Bruna Costa, também de 24 anos, conta que estava acontecendo um sequestro de ônibus. Quando Isabele olha para o coletivo parado, ela reconhece o sequestrador ediz, assustada: "É o cunhado da minha irmã".  

“Não é possível. Diego (o sequestrador) era uma pessoa dócil, trabalhadora, sempre tratava todo mundo muito bem. Não poderia ser ele que estava ali, causando o terror em todo mundo”, conta Isabele. “Diego era uma pessoa que se encantava com as crianças. Era também uma pessoa trabalhadora. Trabalhava em escritórios, não sei dizer de que, mas era muito trabalhador”, completa a atendente.

Apreensiva com o acontecimento, Isabele não quer mais falar. Bruna, sua colega, relata a tensão que viveu quando chegava para trabalhar: “Cheguei para trabalhar e o sequestro já estava acontecendo. As pessoas diziam pra sair da rua depressa, pois eu estaria correndo risco. Entrei correndo para a farmácia. Fiquei apavorada. Ainda mais quando a Isabele me falou quem era o sequestrador.”

Ao lado da farmácia está a entrada da Subprefeitura. Haviam muitas pessoas no local para serem atendidas, segundo o gerente de atendimento, Gustavo Henrique Pinheiro, de 27 anos. “Nós que chamamos a polícia quando as pessoas começaram a gritar do lado de fora”, conta Pinheiro. A primeira providência, segundo ele, foi colocar todo mundo que estava na fila, para dentro do prédio.

“Era um risco pra todo mundo. A gente não sabia direito o que estava acontecendo. As pessoas que estavam na fila disseram que se tratava de um sequestro. Por isso, a minha preocupação foi fazer todo mundo entrar no prédio, para protegê-los", relembra o gerente.

 

Fim do terror

Para os três, foi um alívio quando tudo terminou. Foram três horas de muita apreensão, com Diego liberando o passageiro que fez às vezes de motorista. E isso aconteceu depois de muita negociação por parte do Bope. O refém Wellington saiu do ônibus, enquanto Diego permaneceu lá dentro. O passageiro foi levado para uma viatura da PM.

Segundo o coronel da PM Flávio Godinho, ele pediu para não ser levado a nenhum lugar que não a sua casa. Queria descansar para se refazer. E foi atendido, segundo o militar. Uma viatura o levou até à sua residência. À tarde, Wellington foi levado para o Hospital Municipal de Contagem para passar por uma avaliação médica.

Depois da libertação do refém, a negociação da polícia com o sequestrador Diego continuou. Ele não queria se entregar.  "Ele continuava a dizer que queria ver seu filho, que já não aguentava mais. Não queria se entregar”, relata Godinho.

Apesar da tentativa de diálogo da PM, Diego voltou a surtar. “Ele pegou um fio, não sei de onde conseguiu, e enrolou em seu pescoço. Disse que iria se matar”, conta o coronel.

Os militares resolveram fazer um disparo com uma arma de choque. “Assim que ele caiu, dois militares correram para imobilizá-lo. O sequestro chegou ao fim”, relata o coronel.

Diego foi retirado de dentro do ônibus e levado para uma ambulância do Samu. Lá dentro, ele voltou a surtar, segundo o coronel Godinho e acabou sendo sedado para ser levado para o Hospital Municipal de Contagem, onde está internado.

Quando receber alta, Diego será levado para a Delegacia Anti-Sequestro. O inquérito está sob o  comando da delegada Fabíola Oliveira, que acompanhou o trabalho de negociação da PM com o sequestrador.



Uma das irmãs de Diego foi para a Rua Quintino Bocaiúva assim  que soube do sequestro. Ela não quis falar com a imprensa e acompanhou o irmão no Hospital Municipal de Contagem.

A ex-mulher de Diego e mãe de seu filho, também participou das negociações. Ela chegou a ser levada até as proximidades do ônibus e pediu para que Diego libertasse o refém e se entregasse. Ela não permaneceu no local, embora tenha acontecido em frente à clínica de estética onde trabalha.

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