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Acusado de esquartejar homem em situação de rua será julgado nesta quarta
Corpo foi encontrado dentro de apartamento, no Santo Antônio, em BH. A arma usada no crime, uma serra elétrica, foi comprada dias antes
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Siga noO julgamento do homem, de 25 anos, acusado de esquartejar uma pessoa em situação de rua foi marcado para esta quarta-feira (29/1), às 8h30, no Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Barro Preto, Região Centro-Sul de BH. O crime ocorreu em fevereiro de 2023, no Bairro Santo Antônio, na mesma região da capital mineira.
O acusado, levado a júri popular, responde por homicídio duplamente qualificado, com as agravantes de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. De acordo com as investigações, o suspeito atraiu a vítima, de 31 anos, para seu apartamento durante a madrugada e lhe deu um remédio para adormecer. Em seguida, matou o homem e, com o uso de uma serra elétrica, esquartejou o corpo.
Após o assassinato, o acusado saiu pelas ruas do bairro em busca de um local para se livrar das partes do corpo. Parte dos restos mortais foi descartada em uma caçamba de entulho na Rua Barão de Macaúbas, onde foram encontrados em sacolas plásticas, já em estado avançado de decomposição.
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A polícia apreendeu uma serra elétrica com vestígios de sangue no local do crime. Para o delegado Frederico Abelha, chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida, a compra da ferramenta poucos dias antes do assassinato reforçou a suspeita de que o crime foi planejado. "A gente acredita que foi premeditado", disse o delegado em coletiva de imprensa na época.
Quatro dias depois do crime, o suspeito ligou para sua advogada para informar que havia uma pessoa morta em seu apartamento. Logo após, se internou em um hospital psiquiátrico no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, sob a alegação de surto psicótico. Ele está detido desde então, depois de ter a prisão convertida em preventiva.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que o suspeito apresenta transtorno de personalidade mista, uma condição mental que compromete parcialmente a compreensão dos fatos, mas não de forma total. Por essa razão, ele foi considerado semi-inimputável.
Histórico de crimes
Essa não foi a primeira acusação grave contra o suspeito. Em 2017, aos 17 anos, ele confessou ter matado a própria mãe, de 48, no Bairro Tirol, Região do Barreiro. A mulher foi encontrada no quarto do filho, amordaçada, amarrada com fita crepe e com um corte profundo no pescoço.
Após o assassinato da mãe, ele fugiu para a casa da madrasta e confessou o crime à polícia. No quarto dele, foram apreendidas facas, uma espada e navalhas.
"Frio e esquisito"
Moradores do condomínio onde o suspeito vivia descreveram ao Estado de Minas um jovem solitário, de comportamento "perturbador" e mudanças bruscas de humor. A inquietação em torno de sua presença no prédio já era evidente muito antes do crime que o levou a julgamento.
Os vizinhos dizem que evitavam contato com ele. "Era quieto, frio. Todo mundo aqui tinha medo dele", afirmou um morador que preferiu não se identificar. Além disso, muitos já tinham conhecimento do passado violento da jovem, que matou a própria mãe quando ainda era adolescente.
O comportamento do acusado também gerava temor entre as mulheres do condomínio, que relataram perseguições constantes. Alguns dizem que precisavam pedir a companhia de homens para entrar e sair do prédio. "Já precisei pedir ao motoboy para me acompanhar até o apartamento, porque ele ficava ali parado me esperando", contou na época uma vizinha.
Outro ponto mencionado foi o histórico familiar conturbado do suspeito. Ele relatava episódios de abuso físico e psicológico por parte do pai e, segundo vizinhos, havia contado sobre matar e desmembrar animais durante a infância, conforme consta no documento da sentença do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Apesar dos comportamentos inquietantes, ele era frequentemente visto ajudando moradores de rua, que muitas vezes levava para seu apartamento.
Na madrugada em que o crime aconteceu, vizinhos relataram ter ouvido o som de uma serra elétrica vindo do imóvel. Dias depois, uma moradora percebeu uma água escura escorrendo pela porta do apartamento. Ela limpou o corredor, mas o líquido voltou a aparecer. Ao chamar o suspeito para ajudar, percebeu que ele tinha um corte no braço e chegou a fazer curativos nele.
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Imagens das câmeras de segurança registraram o momento em que o acusado entrou no prédio com a vítima, horas antes do crime. A polícia acredita que o ferimento no braço do suspeito tenha ocorrido durante uma possível tentativa de defesa da vítima.