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Jovem diz em carta saber que ex poderia matá-la
Conforme investigação da Polícia Civil, mesmo ameaçada, vítima de feminicídio não denunciou o rapaz com medo de novas represálias
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As revelações foram feitas nesta quarta-feira (29/01) pela Polícia Civil da cidade, que concluiu o inquérito sobre o caso. O autor confesso, preso em flagrante logo depois do crime, foi indiciado por feminicídio. Ele foi identificado como Gabriel de S.L.M, de 20 anos, conhecido pelo apelido de “Biel”, morador do Bairro Renascença, em Montes Claros.
O suspeito, que continua preso preventivamente, foi indiciado por feminicídio e o inquérito foi encaminhado para a Justiça. Se condenado, ele pode pegar pena que varia de 20 a 40 anos de detenção.
A vítima foi identificada com o Zélia Mariely R.S., cuja família mora no Bairro Jaraguá 2, Região Norte do município.
O crime deixou a população chocada pela violência e brutalidade. Moradores manifestaram revolta nas redes sociais. A jovem foi morta com 15 facadas dentro do supermercado onde trabalhava como caixa. Conforme a polícia, o suspeito confessou que premeditou o crime por não aceitar o fim do relacionamento, sem demonstrar arrependimento.
O ataque
Conforme a investigação, "Biel" se deslocou para o supermercado em um Uber. Além da faca usada para matar a ex-namorada, ele levou uma réplica de uma pistola.
De acordo com a delegada de Homicídios de Montes Claros, Francielle Drumond, responsável pela investigação, a vitima tentou se livrar, correndo por dois minutos pelos corredores do supermercado, mas tropeçou e caiu, quando foi esfaqueada. Ela também tentou e não conseguiu se defender das facadas.
Pessoas que estavam no estabelecimento tentaram defender Zélia Mariely, mas foram ameaçadas pelo homem, que carregava a réplica da pistola. Após o ataque, uma médica e estudantes de medicina que estavam fazendo compra no estabelecimento tentaram socorrê-la. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e constatou a morte da vítima.
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De acordo com a delegada Francielle Drumond, a partir do fim do relacionamento, em novembro de 2024, a jovem começou a sofrer ameaças por parte do ex-namorado. Testemunhas contaram que o motivo do término do namoro foi uma agressão Zélia Mariely por parte do suspeito, motivada por ciúme. Porém, a vítima não procurou a polícia para denunciar as ameaças e pedir medidas protetivas, com medo de que "Biel" se tornasse mais agressivo e ela e seus familiares viessem a sofrer represálias.
A delegada informou que, diante das ameaças do ex-companheiro, a funcionária do supermercado passou a senha do seu celular para uma amiga, para o acesso às conversas “caso algo de ruim” acontecesse com ela.
Ainda conforme Francielle Drumond, a vítima escreveu uma carta de despedida, direcionada a sua mãe, relatando o risco de morte que vinha enfrentando diante das constantes ameaças do ex-namorado. No entanto, ela só foi lida pelos familiares três dias após o crime. A família de Zélia Mariely levou a missiva para a Polícia Civil.
O teor da carta não foi divulgado. Mas, conforme apurou a reportagem do Estado de Minas, na correspondência deixada, a vítima escreve texto com a linguagem como se já estivesse sido morta. “Infelizmente, quando esta carta está sendo lida eu já estou morta”, constaria em parte da mensagem.
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