A cidade de Dom Silvério, na Zona da Mata mineira, recebeu a visita de dois tenentes da 4ª Região Militar do Exército Brasileiro na manhã desta sexta-feira (10/1) para avaliar a construção de uma ponte provisória sobre o córrego que corta a cidade. Ainda não há previsão de quando a instalação da estrutura metálica será realizada.
Na terça-feira (7/1), o município sofreu com as fortes chuvas: em apenas 20 minutos, choveu cerca de 150 mm na cidade, o equivalente a quase 70% do volume esperado para o mês de janeiro. Com isso, houve danos estruturais em casas e a queda de duas pontes, deixando bairros ilhados enquanto as águas tomaram conta das ruas - levou cerca de três horas para o nível voltar ao normal.
Uma das pontes que foram destruídas ligava o bairro Campestre ao centro da cidade. Na tarde desta sexta, uma ponte de madeira foi instalada para garantir a circulação da população. A vistoria dos oficiais do exército visa a substituição desta por uma ponte de metal.
“Perdemos ao menos nove pontes, tanto de concreto, quanto de madeira. Duas delas ficam na área urbana. E ainda estamos avaliando se uma terceira (na zona urbana) está condenada”, detalhou o prefeito José Bráulio Aleixo à Agencia Brasil.
Rastro de destruição
A estimativa da Defesa Civil Municipal é que metade dos 5 mil moradores de Dom Silvério foram atingidos pela chuva. Além disso, 104 pessoas ficaram desalojadas e 15 desabrigadas. Equipes de saúde estão percorrendo as residências das áreas afetadas para vacinar preventivamente a população contra hepatite e tétano.
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Segundo o executivo municipal, nessa quinta-feira (09/01), o prefeito José Bráulio Aleixo publicou o decreto de Situação de Emergência no município. O documento solicita ao Estado o reconhecimento da situação, permitindo a busca de mais recursos e apoio para a reconstrução da cidade.
Ainda segundo a prefeitura, residências, imóveis comerciais e ruas foram limpas, de modo que toda a área atingida pelas enchentes já foi restabelecida e a cidade está, aos poucos, retomando sua rotina.
Isolamento
O Estado de Minas visitou a cidade e encontrou casas com marcas da enchente nas paredes. A Defesa Civil municipal estima que 200 imóveis residenciais e comerciais foram diretamente atingidos pelos estragos da chuva.
As marcas mais visíveis são no Bairro Campestre. Antes da ponte de madeira, os moradores precisavam fazer uma volta de cerca de cinco quilômetros para ter acesso à cidade por meio de uma estrada provisória criada após as chuvas.
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Contudo, a entrada para este caminho fica após a ponte, que pode ter tido danos estruturais – e que, eventualmente, pode ser necessário interditá-la. Enquanto isso, os moradores se arriscavam na travessia entre os escombros da ponte caída, feita com uma escada improvisada e um corrimão de bambu.