Um incêndio no Bairro Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (14/1), destruiu completamente o apartamento 1201, do prédio da Rua Andaluzita, número 105. O fogo também atingiu, parcialmente, o apartamento 1301.

 

 

De acordo com os bombeiros, o fogo começou por volta das 9h, e a suspeita é que as chamas tenham começado em um ar-condicionado portátil. Sete viaturas do Corpo de Bombeiros foram mobilizadas para atender a ocorrência.

 

Havia muita fumaça, e era possível ver as chamas saindo por uma das janelas.

 

 

Segundo o médico cardiologista Leopoldo de Castro, que mora em Itabira, mas passa uma temporada em Belo Horizonte e estava em seu apartamento do oitavo andar no momento do incêndio, as chamas causaram espanto e medo.

 



 

“Eu estava tomando café com minha esposa, quando percebi o cheiro de fumaça. Comecei a olhar cada cômodo e não vi nada. Quando fui à varanda, vi um monte de gente gritando que estava pegando fogo e mandando que descesse correndo. Quando olhei para cima, vi as labaredas saindo da janela do apartamento do 12º andar. Peguei minha mulher pela mão, e saímos correndo pela escada de incêndio. Na descida, encontramos com os bombeiros subindo. Na pressa, deixei para trás meu celular. Mas pelo menos já sei, segundo informações dos bombeiros, que meu apartamento não foi afetado e não corre risco”, diz o cardiologista.


 

A professora Patrícia Legatti, que mora no apartamento 1101 com a mãe, Maria Nazareth Legatti, de 90 anos, conta que também passou momentos de apreensão.


“A gente estava tomando café quando bateram na porta, gritando que era para sairmos pois o prédio estava pegando fogo. Eu estava de camisola. Só fui ao quarto e vesti esse pijama. Minha mãe estava de camisola. Peguei ela e saímos correndo. Fomos para a escada. Eu desci descalça. Fui na frente, puxando minha mãe. Nem me preocupei com a dificuldade dela em descer escadas. Mas conseguimos chegar no térreo. Descemos 11 andares, nem sei como. Agora, estou com o chinelo que a faxineira do prédio me emprestou. Tive um treinamento de incêndio, na UFMG, onde leciono. Por isso, me preocupei em ir para a escada de incêndio”, explica Patrícia.

 


Aliviada, a mãe de Patrícia também comemorou a saída delas do prédio em segurança. “Olha, nem sei como descemos essa escada toda. Tenho dificuldades com escadas. Mas quer saber de uma coisa: nem senti. O importante foi que saímos do prédio”, disse Maria Nazareth.


Enquanto os bombeiros trabalhavam, muitos moradores esperavam do lado de fora do edifício, assentados debaixo da marquise do prédio vizinho, com animais de estimação. A designer Nicole Couto, segurava três gaiolas com seus cinco gatos. “Minha primeira preocupação foi salvar os bichos, que são minha paixão. Nem sei como desci com isso tudo, mas o importante é que estão fora de perigo.”

 

Já a moradora Marta Chaves, de 75 anos, se surpreendeu por não conhecer os procedimentos de segurança. “Desci de elevador. Não sabia que não era recomendável em caso de incêndio. Mas agora estou sabendo. Espero que não aconteça mais, porém, se houver uma segunda vez, vou de escada.”


Combate ao fogo


A primeira preocupação dos bombeiros, segundo o capitão Lucas Silva Costa, foi evacuar o prédio. “Chegamos e subimos o mais rapidamente possível pela escada de incêndio. A preocupação, primeiramente, nesses casos, é evacuar o local, pois não se sabe a dimensão do fogo.”


Uma vez no 12º andar, segundo o militar, foi feito o combate às chamas usando água. “O sistema de hidrantes do prédio foi fundamental para o sucesso da nossa operação. Funcionou perfeitamente bem.”


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A providência seguinte, segundo o capitão bombeiro, foi acionar a Defesa Civil, para que seja feito um levantamento a fim de saber se os moradores poderão ou não voltar aos apartamentos que não foram afetados. "Temos de verificar tudo, para que não haja qualquer tipo de risco para os moradores", disse.

 

Imóveis interditados 

 

Durante vistoria, técnicos da Defesa Civil de Belo Horizonte constataram que, no apartamento 1201, onde ocorreu o incêndio, a existência de trincas, desprendimento do revestimento argamassado nas paredes e lajes, comprometimento da rede elétrica. Além disso, as chamas causaram danos no forro de gesso das lajes, que caiu, e a perda parcial do mobiliário da residência. O apartamento foi interditado até que sejam realizadas as providências necessárias para a recuperação. 


Ainda segundo o órgão, o incêndio causou danos em outros três apartamentos. Na unidade do andar acima do ponto de ignição, houve trincas nas paredes, estufamento do piso de madeira e danos na rede elétrica. Já no imóvel abaixo, no 11º andar, foram constatadas infiltrações nas lajes, danos no forro de madeira e vidro dos banheiros. Além disso, as chamas causaram infiltrações nas paredes do quarto e escoamento de água pelas luminárias. 


No apartamento 1401, os técnicos da Defesa Civil municipal não encontraram danos estruturais aparentes relacionados ao incidente. Durante a vistoria foi identificado apenas uma trinca no vidro da janela. Na fachada do edifício, os servidores encontraram o desprendimento e risco de queda do revestimento cerâmico. 


“Os responsáveis pelos imóveis vistoriados foram orientados e notificados quanto aos riscos identificados. O condomínio foi orientado e notificado a manter a àrea frontal e o passeio isolados até que os riscos sejam mitigados, além de realizar, com urgência, a remoção dos revestimentos cerâmicos com risco de queda”, informou a Defesa Civil, por meio de nota.

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