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JULGAMENTO

"Dor que carrego": começa julgamento de mãe acusada de matar recém-nascida

Mulher é acusada de agredir e abandonar o corpo da filha recém-nascida na região do Barreiro, em março de 2020

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Começou na manhã desta quinta-feira (6/2) o julgamento da mulher, de 36 anos, acusada de agredir e abandonar a filha recém-nascida na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O júri começou às 8h50 e duas testemunhas foram ouvidas.

Durante o depoimento, a acusada afirmou que tem dois filhos, sendo que um deles nasceu depois do crime. Na primeira gravidez, ela relatou que sentiu uma tristeza muito grande, mas não entendeu o que estava acontecendo na época. Não falou com ninguém sobre o que estava acontecendo e o filho cresceu. 

Na segunda gravidez, ela sentiu a mesma tristeza, achou que ia morrer e ser abandonada. A mulher ainda afirmou que nunca teve a intenção de matar o bebê, viveu uma intensa pressão e sofrimento durante a gestação e não conseguia desabafar com ninguém.

No dia do crime, ela sentiu muita dor e só se lembra de ter acordado dentro do banheiro. Ela disse que não se lembra de ter agredido a criança após o parto e não conseguiu entender o que tinha acontecido ao ser presa.

Apenas na prisão, quando passou a ser atendida por psiquiatras e começou a tomar remédios controlados, que teve real dimensão dos fatos e entendeu que teve depressão, sofreu um surto e passou por crises de ansiedade e choro.

Ainda de acordo com o depoimento dela, a acusada falou que quando deixou a bebê na caçamba, a ideia dela era que alguém a encontrasse viva. “É uma dor que vou carregar para o resto da vida”, concluiu.

A acusação

Segundo a denúncia, a mulher deixou a recém-nascida em uma lixeira, enrolada em uma sacola, na esquina das ruas Barão de Coromandel e Benedito Santos. Pessoas que passavam pelo local encontraram a criança e acionaram a Polícia Militar.

A vítima chegou a ser encaminhada para a UPA Barreiro, mas chegou na unidade já sem vida. A denúncia ainda relata que a recém-nascida morreu vítima de politraumatismo contuso causado pela acusada.

O Ministério Público afirma que o motivo do crime foi torpe, uma vez que a gravidez não era desejada e a acusada acreditava que um filho, naquele momento, iria atrapalhar sua rotina de estudos e seu trabalho. “Ao descobrir a gravidez, a ocultou de seu companheiro, a fim de não ser impedida de se desfazer da criança, tão logo nascesse. Para tanto, planejou que faria o próprio parto, sozinha, para colocar em prática a ocultação da gravidez e do seu fruto.”, diz a denúncia.

Ainda de acordo com o MP, o crime foi praticado de forma cruel, “vindo a denunciada a praticar vários atos agressivos contra a bebê, em áreas vitais de funcionamento do organismo da vítima, quais sejam, as regiões da cabeça, cervical e torácica, o que, certamente, causou, na infante, intenso sofrimento”.

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Depois das agressões, a denúncia ainda sustenta que a acusada deixou a recém-nascida trancada dentro de um carro durante toda a noite. Na manhã seguinte, ela embrulhou o corpo da menina em uma sacola, dentro de uma caixa de sapatos, e deixou em uma lixeira de rua.

Ainda de acordo com o Ministério Público, ao deixar a recém-nascida na lixeira, a acusada já sabia que a bebê estava morta.

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