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Próximo voo com deportados dos EUA vai pousar em Fortaleza e BH
Traslado de brasileiros deportados dos EUA desta sexta (7) será feito com duas aeronaves e passará por Fortaleza e Belo Horizonte
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Siga noDepois de negociações, um novo trajeto para o voo de brasileiros deportados dos Estados Unidos foi definido. O translado previsto para esta sexta-feira (7/2) terá Fortaleza como destino, como mostrado pelo Estado de Minas nessa terça-feira (4/2). Para finalizar a viagem, uma outra aeronave, em caráter excepcional, será disponibilizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) com destino a Belo Horizonte. A nova dinâmica vem depois do primeiro voo de deportados desde o início do segundo mandato de Donald Trump na presidência dos EUA. O voo foi realizado em meio a denúncias de falhas no avião, maus tratos e algemas nos basileiros deportados.
Com o novo trajeto, o governo brasileiro espera reduzir o tempo total de viagem e garantir suporte imediato aos cidadãos que retornam ao país em condições de vulnerabilidade. O embarque dos brasileiros começará em Alexandria, no estado de Luisiana, nos Estados Unidos, e terá uma escala técnica em Porto Rico. A operação de embarque dos repatriados, na madrugada de sexta, será acompanhada pelo diplomata do Consulado-Geral, em Houston. A previsão é que a aeronave chegue a Fortaleza na tarde desta sexta (7/2). Tanto na capital do Ceará quanto na capital mineira o governo federal vai montar um esquema de recepção e apoio.
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Nos dois aeroportos, a Polícia Federal fará uma operação especial com objetivo de realizar procedimentos migratórios e de segurança aeroportuária. Para atender as pessoas que chegarem ao aeroporto de Fortaleza, a equipe do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM) estará mobilizada, o serviço também terá o apoio de uma equipe do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O posto avançado é um serviço oferecido pela Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (SEDIH) com um atendimento multidisciplinar.
Já no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, o Posto de Acolhimento aos Repatriados, criado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania vai garantir que os repatriados tenham acesso à internet gratuitamente, carregador de celular e canais para que possam entrar em contato com os familiares, além de conseguir orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho.
Negociações
Durante essa semana, o grupo de trabalho sobre os voos de retorno dos brasileiros a partir dos EUA começou a realizar reuniões para debater o tema. A equipe é formada por representantes do Itamaraty, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal, pelo lado brasileiro, e por representantes da Embaixada em Brasília e do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE, em sua sigla em inglês), pelo lado norte-americano.
O novo destino corresponde cerca de cinco horas a menos de voo em comparação a Confins. O uso de algemas é praxe do governo norte-americano para translado dos deportados. Com o novo trajeto, a expectativa é evitar que os brasileiros estejam algemados enquanto sobrevoam o território brasileiro. O voo desta sexta-feira será acompanhado em tempo real pelo grupo e também será objeto de avaliação visando à organização dos voos seguintes.
Polêmicas no primeiro voo
Esse vai ser o segundo grupo de imigrantes brasileiros que retorna ao país desde o início da segunda gestão de Trump à frente da Casa Branca. O número de deportados não foi divulgado. Ainda deve ser resolvido também se essa mudança será definitiva. No primeiro voo de deportação de imigrantes, no dia 24 de janeiro, 88 brasileiros chegaram ao país acorrentados e algemados.
O voo tinha como destino Belo Horizonte, mas a aeronave apresentou problemas técnicos, o que fez a viagem na aeronave fretada dos EUA terminar em Manaus, no Amazonas. No dia seguinte, uma aeronave do governo federal transportou os brasileiros até o destino oficial em Belo Horizonte.
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O translado foi alvo de críticas do governo brasileiro que não concordou com o tratamento dado aos brasileiros durante o voo. A deportação realizada no dia 24 de janeiro faz parte de acordo assinado, em 2018, entre o presidente brasileiro na época, Michel Temer, e então ocupante da Casa Branca, Joe Biden. O acordo bilateral prevê a realização de voos de repatriação de imigrantes ilegais que não tinham mais possibilidade de recursos junto à administração dos Estados Unidos.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos