Bloco Chama o Síndico se prepara para arrastar multidão no centro de BH
Com o tema "Salve o verde", grupo homenageia Jorge Ben Jor e Tim Maia e reforça o compromisso com a qualidade do som
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Siga no“Segura o ritmo batuqueiro” que O Síndico está chegando. No esquenta do Carnaval de Belo Horizonte, o bloco que há 13 anos homenageia Jorge Ben Jor e Tim Maia volta à Avenida Afonso Pena, na altura do Parque Municipal, na próxima quarta-feira (26/2), a partir das 18h. O Chama O Síndico é um dos últimos blocos no encerramento da pré-folia da cidade e este ano promete levar para a avenida a importância da preservação do patrimônio ambiental.
Em entrevista ao EM, o coidealizador dO Síndico, Matheus Rocha, conta que, além das músicas dos patronos, o tema do cortejo de 2025 é “Salve o verde”, composição de Jorge Ben que ficou famosa na interpretação do Quarteto em Cy, grupo formado em 1964 pelas irmãs Cybele, Cylene, Cynara e Cyva Ribeiro de Sá Leite.
Como parte da tradição, e diferentemente de outros blocos, que saem durante o dia, o desfile do Síndico será à noite. Aproveitando a ausência do sol e a presença das estrelas sobre o cortejo, o grupo fará intervenções artísticas e, como em anos anteriores, um show de luzes nos prédios da Avenida Afonso Pena. “Nós sempre nos propusemos fazer algo novo no desfile. Não dá para adiantar porque é uma surpresa, mas tudo estará ligado ao tema.”
Em 2025, pelo segundo ano consecutivo, o bloco recebe o patrocínio da Cemig e do Governo de Minas Gerais. De acordo com a companhia energética, em 2024, foram lançados dois editais para o Carnaval da Liberdade deste ano, via chamamento público. A ação investiu R$ 15 milhões, que beneficiaram mais de 60 projetos em 30 cidades mineiras. A estatal não informou o valor do patrocínio, enquanto o bloco se limitou a informar que o montante ”é suficiente para arcar com todos os custos e remunerar a todos de forma justa”.

"Nossa preocupação não é ser o maior bloco. Nosso foco é que seja legal e agradável para todo mundo"
Acessibilidade
Em 2024, O Síndico reuniu cerca de 150 mil foliões ao longo de todo o cortejo. Matheus Rocha conta que, neste ano, a bateria do bloco reúne 150 percussionistas, incluindo os músicos da bateria inclusiva, que conta com 50 pessoas. Além disso, uma ala de dança foi incorporada ao grupo. Apesar de O Síndico ser um dos maiores blocos do Carnaval de BH, o coidealizador afirma que a festa nunca foi construída com essa preocupação e sim com a qualidade do som.
“Nós nunca ficamos preocupados em inflar o público. Nós divulgamos de uma forma que chegue a todos. Queremos, obviamente, que as informações do cortejo cheguem ao maior número de pessoas, mas a nossa preocupação não é ser o maior bloco. Nosso foco é que seja legal e agradável para todo mundo. Que o som saia bem, a gente tem uma ala de acessibilidade, então, queremos que essas pessoas também participem bem e que dê tudo certo. E que todos curtam.”
Ao todo, 200 pessoas trabalham para colocar o bloco na avenida. A sonorização é feita em um trio elétrico, de 16 metros de comprimento e quatro metros de altura. Além dos surdos, repiques, tamborins, chocalhos e demais instrumentos de percussão, as composições e músicas de Tim Maia e Jorge Ben ganham um ritmo próprio da folia mineira com a banda e muitos metais. Para o cortejo deste ano, o grupo tem ensaiado mensalmente desde setembro de 2024. O último ensaio geral da bateria aconteceu ontem, na Autêntica, casa de show no Bairro Santa Efigênia.
“Jorge Ben Jor e Tim Maia continuam com toda a força no bloco, tocamos só música deles. O Síndico é feito para homenageá-los. Então, a gente pega o repertório desses artistas, faz uma pesquisa rítmica em cima desses sons e adicionamos elementos do maracatu, samba, funk. Damos uma misturada e o resultado é bem bacana”, diz Rocha.
O Síndico
Apesar do tamanho do bloco atualmente, 13 anos atrás o Chama O Síndico começou com um grupo de amigos músicos que se reuniram com a ideia de tocar seus artistas preferidos no carnaval. Em 2012, o cortejo saiu com uma bicicleta adaptada e amplificadores em uma caminhonete Saveiro, que pertencia a um deles. No ano seguinte, passaram para uma Kombi, até 2015, quando o grupo viu a necessidade de ampliar para um carro de som.
Em 2016, ao menos 15 mil foliões seguiram o bloco. Prezando pelo bem-estar e segurança do público, o desfile, que desde a criação saía da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul, começou a se concentrar na Avenida Bernardo Monteiro e partiu sentido a Praça da Estação. Matheus Rocha, conta que dois anos depois, a recepção ao bloco cresceu ainda mais, embalando mais de 100 mil pessoas.
“Em 2019, resolvemos fazer um teste de sair um pouco da noite e ir para o dia, e aí nós repetimos isso no ano seguinte. E desde 2023 nós voltamos para a noite que é onde entendemos que é o lugar do Chama o Síndico. Tim Maia e Jorge Ben Jor têm um som que agrada criança ou idoso”, diz o coidealizador.