Juventude Bronzeada leva alegria com Axé dos anos 1990
Para eletrizar a multidão, que acompanha o bloco com a já tradicional empolgação desde 2014, a bateria é composta por 350 pessoas
Mais lidas
compartilhe
Siga no“A vida presta.” A icônica frase da atriz Fernanda Torres, na entrega do Globo de Ouro, é a inspiração para o desfile do bloco Juventude Bronzeada no Carnaval de BH 2025. Entre as novidades, o cortejo vai voltar a sair da Avenida Assis Chateaubriand, Bairro Floresta, Região Centro-Sul da capital, na terça-feira (4/3) de carnaval, às 9h. O conhecido repertório de músicas de axé dos anos 1990 vai ganhar “pinceladas” de outros ritmos neste ano, segundo o regente do bloco, Rodrigo “Boi” Magalhães.
Ele comenta que os integrantes do bloco já tinham decidido não escolher um tema para o desfile deste ano. Mas, a empolgação gerada pelo sucesso do filme ‘Ainda estou aqui’ e a premiação da atriz Fernanda Torres, motivaram uma mudança de planos. “Obviamente, o tema é muito influenciado por esse sucesso da Fernanda Torres, essa empolgação com a repercussão do filme.” Magalhães diz que a frase ‘A vida presta’ traz uma mensagem de esperança, em um contexto difícil que o mundo atravessa.
Leia Mais
“Vivemos um momento complicado em vários aspectos, tanto político quanto social, com várias ameaças acontecendo. Só que a gente quer dizer que temos muita coisa pra celebrar além do carnaval. A folia é ótima, todo mundo esquece os problemas e comemora, mas a mensagem que queremos passar é de que, para além do carnaval e, apesar de vários problemas, tem muita coisa boa. Temos que nos apegar a isso para a vida fazer sentido”, afirma.
Várzea das Flores: fiscalização ‘contra festas’ será reforçada no carnaval
Para o regente do bloco, um outro evento também foi responsável por devolver o “orgulho de ser brasileiro” para os integrantes do Juventude Bronzeada. “Isso veio desde as Olimpíadas. Passamos assistindo as competições juntos. Tínhamos decidido que este ano não teria tema, mas quando a Fernanda Torres lançou o ‘A vida presta’, juntamos a empolgação que veio desde as Olimpíadas e pensando em um momento muito rico, culturalmente, vivido em BH. A cultura feita em BH tem conseguido sair e se nacionalizar. Temos Djonga, Marina Sena, que não é daqui, mas saiu de BH. São essas coisas que queremos celebrar”, ressalta.
Mulher é resgatada de cativeiro no Sul de Minas
Magalhães explica que o repertório do bloco é organizado em partes. Neste ano, algumas destas partes devem ganhar músicas que, segundo ele, exemplificam esse espírito de esperança trazido pela frase de Torres. “Nunca tocamos pagode, então vamos ter um bloco de pagode com músicas solares e empolgantes, pra todo mundo cantar. Teremos algumas pinceladas de ‘A vida presta’ em nosso repertório.”
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Pioneiros
Rodrigo Magalhães lembra que, antes de ser um bloco, o Juventude Bronzeada era uma banda. “Inicialmente, a gente tocava esse repertório do Axé dos anos 1990, que fez parte da nossa história, da nossa adolescência e juventude. Com a retomada do carnaval em 2009, decidimos que seria legal ser um bloco.” O cortejo saiu pela primeira vez em 2014. “Do primeiro ano para o segundo, já houve uma mudança radical. No primeiro, lembro que a gente estima que tinham umas 500 pessoas. Naquela altura, não tinha tantos blocos assim”, recorda.
O regente conta que integrantes de outros blocos, como o Tchanzinho Zona Norte, Então, Brilha!, Baianas Ozadas se juntaram para fazer vídeos ensinando as pessoas a tocarem instrumentos e isso ajudou no crescimento do Juventude. “No primeiro ensaio do segundo carnaval, fizemos na Praça Floriano Peixoto, achando que ia ser uma coisa entre amigos e deu 2 mil pessoas. As pessoas brigaram com a gente, dizendo que a praça ficou destruída, mas eu nunca ia imaginar que ia ter tanta gente.”
Para Magalhães, desde então, o público só cresceu. “Acho que um pouco é pelo trabalho que a gente desenvolve, mas também por ser um dos blocos pioneiros do ‘reflorecimento’ do carnaval. Nossa história ainda está muito ligada à musicalização em massa. A gente propõe que as pessoas tenham experiência com instrumentos, aqueles que não são musicistas profissionais.”
Segundo o fundador, o bloco tem, ao todo, entre 500 e 600 participantes. Entre os integrantes fixos, a bateria é composta por 350 pessoas, a ala de dança por 120, enquanto a banda tem cerca de 15 pessoas. n