Funcionária que chamou aluna de 'macaca' é indiciada por injúria racial
A Secretaria estadual de Educação informou que a mulher foi demitida do cargo após o ocorrido na cidade de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas
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Siga noA funcionária de uma escola da rede estadual que chamou a aluna de "macaca" foi indiciada pelo crime de injúria racial. O caso aconteceu na semana passada em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Embora a mulher, de 54 anos, negue a agressão, o delegado responsável pelo caso, Thiago Albuquerque, disse que as testemunhas confirmaram a versão da aluna, de 17.
Ela estava na fila da merenda quando a colaboradora passou e a teria empurrado. A adolescente, então, disse que bastava pedir licença. A mulher pediu desculpas à estudante, mas, em seguida, afirmou para outra funcionária que estava próxima: "Eu aqui, trabalhando cansada, e tenho que pedir desculpas para essa macaca".
A mulher foi presa em flagrante na última terça-feira (18/2) na Escola Estadual São Francisco de Paula, no Bairro Icaraí. "A Polícia Militar resolveu conduzir a pessoa em flagrante delito para o plantão da Polícia Civil. Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o delegado plantonista ratificou a prisão. Na sequência, algumas diligências foram realizadas, como a oitiva de testemunhas, e, apesar de a investigada ter negado os fatos, toda a questão da ofensa foi ratificada por testemunhas presenciais que presenciaram o momento da ofensa", explica o delegado.
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O inquérito foi concluído e remetido à Justiça na sexta-feira (20/2). "Houve indiciamento da investigada pelo crime de injúria racial e, após a devida ação criminal, ela poderá ser responsabilizada", completa Albuquerque.
A pena para o crime de injúria racial é de reclusão de dois a cinco anos e multa. O crime é equiparado ao racismo e é considerado imprescritível. A família, até o momento, não quis falar sobre o assunto.
Demitida
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que a direção da escola tomou todas as medidas cabíveis e dispensou a servidora envolvida de suas funções após o ocorrido.
"Ressaltamos que a Secretaria repudia veementemente qualquer ato de racismo e discriminação. A educação deve ser um espaço de respeito, diversidade e igualdade, e trabalhamos continuamente para reforçar políticas e ações que promovam esses valores nas escolas da rede pública estadual".
A SEE/MG segue acompanhando o caso de perto e prestará todas as informações necessárias para garantir que os devidos encaminhamentos ocorram de forma célere e eficaz.
A polícia e a instituição de ensino não divulgaram o nome da funcionária, assim, não foi possível entrar em contato com a defesa.
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