Morre aos 88 anos a professora e escritora Letícia Malard
Malard também atuou como crítica literária e assessorou órgãos acadêmicos e culturais sobre literatura brasileira e sua relação com a história
Mais lidas
compartilhe
Siga noMorreu nesta segunda-feira (24/2), aos 88 anos, Letícia Malard, escritora e professora emérita da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela também lecionou português e matérias relacionadas à literatura na Escola Estadual Governador Milton Campos. A causa da morte não foi divulgada.
Entre suas publicações, destacam-se os livros “No vasto mundo de Drummond” (2005) e “Literatura e dissidência política” (2006), além dos romances “Um amor literário” (2005) e “Divina dama” (2013).
Leia Mais
Além de atuar como professora e escritora, Malard prestou assessoria a órgãos acadêmicos e culturais sobre literatura brasileira e sua relação com a história.
- Funcionária que chamou aluna de 'macaca' é indiciada por injúria racial
- Suspeito de estuprar jovem e ameaçar divulgar vídeos íntimos é preso
- Homem retirado à força de casa é encontrado morto em lagoa da Grande BH
Para Rogério Faria Tavares, jornalista e presidente emérito da Academia Mineira de Letras (AML), Malard era uma referência fundamental para quem queria cobrir, jornalisticamente, a cultura e, sobretudo, a literatura em Minas Gerais.
“Vocacionada para a sala de aula, ela tinha uma generosidade imensa para partilhar seu conhecimento. Não tinha preguiça de ensinar nem de discutir com os alunos o que sabia. Foi, sobretudo, uma professora e, depois, uma pesquisadora em literatura brasileira”, afirmou Rogério em entrevista ao Estado de Minas, destacando que Malard lançou estudos importantes na área e deixou um legado relevante ao estudar grandes autores.
A título de exemplo, na publicação “Hoje tem espetáculo: Avelino Fóscolo e seu romance”, lançada em 1987, Malard analisa “A capital” (1903), primeiro romance ambientado em Belo Horizonte e escrito por Avelino Fóscolo. No livro, Malard traça um amplo painel sobre a trajetória do escritor, do tempo em que viveu e das mudanças sociais, econômicas e políticas no Brasil.
Sobre sua atuação como crítica literária, o presidente emérito da AML disse que Letícia Malard sabia fazer leituras refinadas e perspicazes das obras, gerando “interpretações inteligentes, sagazes e agudas a respeito dos textos”.
“Ela foi uma pensadora da cultura, alguém que dinamizou a vida cultural de Belo Horizonte e de Minas Gerais com suas conferências, palestras e seminários. Letícia deixa um legado de valor inestimável. Tive a honra de tê-la na minha banca de doutorado como examinadora”, concluiu.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia