Carnaval

Baianeiros celebra 10 anos da mistura que ‘tem tudo a ver’

Diretamente do Chiclete com Banana, Lelo Lobão, baixista e cofundador do bloco, se uniu ao cantor Danniel Maestri para mesclar axé, sons tradicionais da folia,

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“O baiano tem tudo a ver com o mineiro”, afirma Lelo Lobão, um dos responsáveis por trazer ao carnaval da capital mineira a mistura entre a Bahia e Minas Gerais desde 2015. A união entre baianos e mineiros, que forma o nome do bloco Baianeiros, é bem representada pela dupla que fundou e conduz o cortejo: Lelo, de Salvador, e Danniel Maestri, de Belo Horizonte.

Para Lelo Lobão, os dois estados têm a receptividade em comum, o que torna a celebração completa. “O baiano, no primeiro momento, faz aquela festa, aquela folia de estar encontrando você. O mineiro faz a questão de, depois que encontre, você retorne”, diz.

Apesar de combinarem muito bem, o fundador do bloco reconhece que o carnaval de Salvador, que participou por muitos anos, e o de BH se diferenciam no protagonismo da festa. Para ele, na capital baiana, as atrações musicais, como as cantoras que comandam os trios elétricos, são as estrelas da folia. Já na capital mineira, o público é o protagonista.

É com as semelhanças e as diferenças que o Baianeiros comemora uma década de existência este ano. As celebrações vão acontecer nos dois tradicionais desfiles do bloco, um no domingo (2/3), no Bairro Castelo, na Pampulha, e outro na terça-feira (4/3), no circuito sonorizado, na Avenida Amazonas, Região Centro-Sul de BH.

Ao olhar para trás, Lelo Lobão conta, orgulhoso: “fomos um dos primeiros blocos a crescer fora do eixo central, da zona Centro-Sul. A gente conseguiu trazer o público de toda a cidade, do estado e até do Brasil para vir conhecer o Baianeiros aqui no Castelo, na região da Pampulha.”

 
Mistura de ritmos

“Muita gente, quando pensa em Baianeiros, só lembra da Bahia, só pensa em trio elétrico e na multidão. Mas, além de tocar os ritmos da Bahia, nós tocamos todos os tipos de música”, afirma Lelo. O cofundador do bloco diz que os ritmos são diversos.

No cortejo, há sons tradicionais da folia, hits atuais e músicas autorais da banda, como “Pam Pam”, gravada no pré-carnaval e lançada na última sexta-feira (21/2). “Costumamos dizer que a gente toca música de ontem, de hoje e de amanhã”, diz Lelo. Diferentemente de outros cortejos, o Baianeiros não tem bateria no chão. O desfile conta com banda em cima do trio e ala de dança.

Além da pluralidade nos ritmos musicais, o Baianeiros não toca só no carnaval. A festa junina, por exemplo, é outro marco anual querido pela banda.

Trajetória

Lelo Lobão conta que a trajetória do Baianeiros começou quando saiu da Bahia e veio morar em BH, em 2014. Na época, ele relata que sentiu o clima do carnaval se intensificando na capital mineira, com movimentos nas Praças da Liberdade e da Estação. Foi então, no final daquele ano, que Lelo ligou para Danniel Maestri contando o cenário e a aposta de que a folia mineira cresceria. Ao amigo, ele disse que ambos poderiam trazer para BH um pedaço do carnaval soteropolitano, já que Danniel também havia morado em Salvador.

No carnaval do ano seguinte à conversa, o bloco Baianeiros surgiu e desfilou no Bairro Castelo, onde ambos moram desde a época. O cortejo atraiu cerca de 500 pessoas. Depois da estreia do carnaval em 2015, o Baianeiros começou a tocar em vários lugares e se estabeleceu como banda.

Já em 2016, o cortejo passou a acontecer em dois dias e locais diferentes: ainda no Castelo e também no Buritis, na Região Oeste de BH. Em 2017, ainda nos dois bairros, o bloco já arrastava mais de 20 mil pessoas, segundo Lelo. Entre o ano de surgimento, em 2015, até a edição de 2017, Danniel era o único da dupla que conduzia o bloco cantando. Apesar de ter ajudado a fundar, Lelo Lobão tinha uma agenda cheia, porque fazia parte da banda Chiclete com Banana, onde ficou por 17 anos. Quando o Baianeiros se apresentava em shows fora da folia, Lelo conciliava a rotina de shows.

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Em 2018, o artista saiu do Chiclete com Banana para se dedicar totalmente ao Baianeiros. No carnaval daquele ano, o cortejo reuniu mais de 100 mil pessoas. “A gente travou o Buritis, ficou inviável continuarmos lá”, conta Lelo. No ano de 2019, por sua vez, com o segundo desfile na Avenida Getúlio Vargas, Região Centro-Sul de BH, o ‘congestionamento’ aconteceu no Bairro Castelo. “Ficou totalmente lotado, tanto é que a gente não conseguiu terminar o desfile”, relembra o fundador. A pedido da Polícia Militar, por segurança, o Baianeiros não terminou o trajeto previsto para o cortejo.

Os anos seguintes foram semelhantes, com crescimento constante. No entanto, a trajetória foi brevemente interrompida pela pandemia em 2021, que contou com uma live musical como substituição, e em 2022, cujos protocolos e regras resultaram em autorizações somente para festas privadas. Desde o carnaval de 2023, o bloco segue a todo vapor.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Oliveira

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