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Furto de celular pode atrapalhar a folia

Com previsão de 6 milhões de pessoas nas ruas, BH prepara militares descaracterizados e mais de 200 drones para garantir a segurança dos blocos

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O carnaval se aproxima e a expectativa do executivo municipal é que a festa na capital mineira atraia 6 milhões de pessoas. Nesse cenário, o público deve ficar atento para não ter a folia atrapalhada pelos furtos de celulares, cujas ocorrências costumam aumentar em eventos com multidões. No meio de tantas pessoas, fica mais fácil para o autor do crime passar despercebido.


Jorge Tassi, advogado e criminólogo, explica que a facilidade é um dos fatores que atrai os autores dos furtos. Ele acredita que, no carnaval, as pessoas ficam mais vulneráveis, especialmente pela cautela ser colocada em segundo plano com o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas e drogas, comuns no carnaval. “Ela nem percebe que foi furtada ou, se percebe, ela olha para o lado e tem um monte de folião e [ela] não sabe quem praticou o crime”, diz.


Jorge Tassi também acredita que os autores dos furtos sejam atraídos por ter um mercado interessado em comprar os aparelhos roubados. “O crime de receptação é o que dá valor ao próprio celular”, afirma. Para ele, é importante que o foco das investigações esteja nos receptadores.

No pré-carnaval da capital mineira, furtos de celulares já foram registrados. De acordo com a polícia, o padrão de realização do crime observado até agora é da pessoa ter o aparelho levado quando está se deslocando entre as pessoas ou “em momentos de algum tipo de 'empurra empurra' na multidão”.


Foi o que aconteceu com Pedro Henrique Silva Mendonça, de 17 anos, que curtia pela primeira vez o carnaval em BH. A namorada dele, Marianna Jardim, conta que eles estavam atrás do trio elétrico do Carnakvsh, que saiu no último domingo (23/2), quando um homem passou e esbarrou nela e no namorado. “Segundos depois que ele passou, o Pedro percebeu que ele tinha pegado o celular dele”, diz. O jovem estava com o aparelho no bolso e registrou o boletim de ocorrência depois do furto. Um amigo que estava com o casal também teve o celular levado.


Na noite de domingo, um homem, colombiano e de 32 anos, foi preso com 38 aparelhos durante uma abordagem na Avenida Getúlio Vargas, na esquina com Avenida Afonso Pena, local próximo a onde ocorria o Carnakvsh.


Estratégias


Rafael Veríssimo, capitão adjunto da casa de imprensa da PMMG, afirma que as estratégias para prevenir furtos de celulares e outros crimes contra o patrimônio atuam em várias frentes. Entre elas: patrulha do evento, com policiais circulando, patrulhas estáticas, localizadas em pontos estratégicos, e o policiamento velado, formado por militares da inteligência descaracterizados.

A Polícia Militar vai contar também com auxílio da tecnologia para garantir mais segurança no carnaval de BH, entre os equipamentos estão os drones “falantes”. Além das já conhecidas funções de monitoramento e reconhecimento facial, eles agora também vão emitir alertas sonoros e mensagens de conscientização.

A novidade foi anunciada na última quinta-feira (06/02). Serão 200 drones disponíveis para o uso no carnaval em todo o estado. Em BH, os equipamentos vão patrulhar principalmente os inícios e finais de blocos. Os pontos onde os drones serão usados vão depender da dimensão do público atraído. Eles também vão atuar em locais com altos índices de infrações e tumultos, de acordo com apontamento do serviço de inteligência.

As câmeras do drone, assim como as das plataformas de observação elevada e do olho vivo, vão estar ligadas ao sistema de reconhecimento facial da Polícia Militar, cujo banco de dados é, prioritariamente, de pessoas que têm mandados de prisão em aberto. Ao fazer o reconhecimento, uma viatura é deslocada até o infrator para a realização da prisão.

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Já quanto à conscientização, os dispositivos vão emitir lembretes gravados para recomendar o uso de doleira e para alertar dos riscos do uso excessivo de álcool. A corporação também está realizando outras campanhas educativas para informar os foliões. A polícia recomenda que o público vá para os eventos carnavalescos apenas com objetos estritamente necessários e usem doleiras, que ficam coladas ao corpo. É indicado também que o folião evite usar acessórios de luxo e andar sozinho.


Após a ocorrência


O capitão Veríssimo afirma que, após sofrer um furto, a vítima deve fazer o boletim de ocorrência. Além disso, ao ter o celular subtraído, a pessoa deve acessar a Central de Bloqueio de Celulares do Estado de Minas Gerais (Cbloc), onde é possível solicitar o bloqueio do aparelho, que não poderá ser usado na rede de telefonia móvel. A ferramenta também é uma forma de fazer com que o celular perca o valor e não seja revendido. Ele também orienta que, após o furto, a vítima deve procurar companhias da Polícia Militar ou bases de segurança comunitárias para verificar se o aparelho foi recuperado.

*Estagiárias sob supervisão do subeditor Rafael Oliveira

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